Capítulo Seis - Parte 04

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Nas últimas semanas sua vida tinha mudado radicalmen­te, e Anahí mal podia acreditar que havia apenas 72 horas que eles se conheceram quando ela lutava com um colchão. Pa­recia que tinha sido muitos anos atrás. Agora, Anahí tinha um emprego, um lar e novos amigos, mesmo que tivessem sido um pouco hostis no início e que ainda não fossem muito chegados. A gatinha estava conten­te, ela estava contente e sua filhinha estava segura.

— Alfonso?

— Sim? — Sua voz era macia, e ela sentiu um enorme vontade de se encostar nele.

— Obrigada.

— Por quê?

— Por ser um cavaleiro em sua armadura reluzente, resgatando-me daquela enrascada em que me meti. Acolhendo a mim e minha gatinha. Farei qualquer coisa por você.

Ele riu baixinho e deu-lhe um abraço carinhoso; depois a soltou.

— Foi um prazer poder ajudá-la — ele murmurou, sensibilizando-a.

Ela podia sentir o calor que seu corpo emanava, o peso do seu braço em volta dos ombros dela, seu cheiro e mais algu­ma coisa que mexia com o corpo dela. Provavelmente era uma indigestão, ela pensou, e levan­tou-se com a gatinha nos braços.

— Vou me deitar.

Em seguida, ele se levantou e a segurou pelo braço para ajudá-la nos degraus, e os dois entraram em casa. Ele parou junto à porta do seu escritório e fez um carinho no rosto dela.

— Boa noite. Durma bem. E obrigado pela noite agradável.

Pelo jantar? Ou pelo resto? Ela não sabia e não queria perguntar. Queria apenas apreciar a mão dele em seu rosto. Teve vontade beijar sua mão, mas ele logo se afastou.

— Não foi nada — ela respondeu, depois foi para seu quarto com Pebbles.

Da cama ela ficou observando o gramado onde viu o re­flexo das luzes do escritório, mas pouco depois elas se apa­garam, assim como a luz do corredor, e, em seguida, foi o quarto dele que iluminou o jardim.

Passado um tempo, ele apagou a luz, e a escuridão se apo­derou do jardim.

— Boa noite — ela sussurrou e fechou os olhos, deitando-se de lado e se encolhendo, com a mão debaixo do rosto, o lugar que ele havia tocado tão brevemente.

Anahí ainda podia sentir a mão dele, ela pensou, embalando-a enquanto pegava no sono...

Lar da Paixão (ADP)Onde histórias criam vida. Descubra agora