Capítulo Sete - Parte 04

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Após o jantar, mesmo de roupas limpas, eles foram trabalhar na horta, pois ele disse que ela com sete meses de gravidez já tinha trabalhado muito naquele dia. E ele foi obrigado a concordar que a horta ficaria ótima.

— E a cascata, onde ficará?

— Ali — ela disse, apontando para o muro atrás dele. — Bem, segundo Pâmela, a cozinha fica bem ali, então não haveria problemas com encanamento e instalações elétricas.

— Foi o que ela afirmou?

— Sim.

— E como é essa cascata que estou pagando para fazer? - Perguntou, Anahí piscou e deu de ombros.

— Não tenho idéia. Pâmela disse que era para você decidir.

— Ora, ora.

— Não a culpe. A ideia inicial foi minha, água corrente acalma.

— E me dá vontade de urinar. – ele comentou e ela riu.

— Isso também, mas é repousante. Achamos que faria um lindo cantinho de contemplação. Produtivo, repousante, um bom lugar para esfriar a cabeça quando os problemas se acumularem.

— Estou cheio de problemas agora, e isto aqui não está ajudando em nada — ele resmungou, mas não estava sendo muito sincero. Alfonso a ajudou a regar as pequenas mudas de plantas e depois se afastou um pouco para apreciá-las. — Certo. Quero mais um copo de vinho. Vou dar alguns telefo­nemas e depois me deitar. E você?

— Estou cansada — ela confessou.

Ele sabia, por isso a estava ajudando, para ela poder se deitar cedo e descansar. Alfonso a deixou na porta do quarto dela e foi para seu escri­tório, e deu de cara com a foto de Catherine. Ela jamais teria en­tendido o gesto dele de mostrar casa toda para a sra. Jessop. E nem entenderia as ervilhas, as alfaces, e teria jogado a cas­cata pelo penhasco abaixo. Talvez a sra. Jessop também. Ele colocou a foto de Catherine dentro do triturador de papéis e se sentiu aliviado.

* * *

Anahí estava mais do que cansada, estava exausta. O dia tinha sido longo demais. Ela ajudou Alice no jar­dim, fez bolo, e ainda passou camisas e calças de Alfonso. Depois foi até a cidade comprar as sementes, e a sra. Jessop e a filha chegaram, e ainda trabalhou na horta no final do dia. Quando estava pronta para cair na cama, ela deu pela falta de Pebbles, que a essa hora deveria estar se enroscan­do em suas pernas pedindo comida ou carinho. O pote com ração estava cheio, e a caixa de areia, limpa. Poderia ter ido lá fora fazer suas necessidades, mas Anahí começou a se preocupar. Preocupou-se, e muito. Anahí procurou a gatinha por toda parte, depois foi até o escritório de Alfonso e bateu de leve na porta.

— Oi, algum problema?

— Não encontro Pebbles. Achei que poderia estar aí com você.

— Não, quando a viu pela última vez?

— Não lembro. Acho que bem mais cedo. Ela estava no jardim quando eu e Alice estávamos lá, depois não a vi mais.

— Deixou o portão lateral aberto quando os da frente es­tavam abertos também?

— Não. Os portões da frente estavam fechados.

— Pode ser que tenha ido para o jardim da frente e ficado presa lá, agora que o portão lateral está fechado. Vamos lá ver.

Juntos eles vasculharam a casa, em seguida ele acendeu as luzes externas, e eles saíram para o jardim procurando por baixo de arbustos, atrás de caixas e qualquer outro lugar em que ela pudesse ter se escondido. Até que Anahí notou que Alfonso estava parado, fitando-a, e ela entendeu tudo.

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