Linda. Ela ficou linda naquele vestido. Bonita e sensual, e muito feminina com os cabelos caindo soltos e brilhantes sobre os ombros; e ele ficou louco para tocá-los. Alfonso saiu para o jardim e respirou fundo. Pebbles estava deitada na pedra tomando banho de sol, e ele a pegou cuidadosamente e a trouxe para dentro. Anahí apareceu na porta, o cabelo preso novamente, num rabo de cavalo que depois ela retorceu e prendeu da mesma forma que Pâmela e Alice prendiam os delas. Vestia uma calça jeans e um top cor-de-rosa, e parecia até mais sensual do que antes.
— Está pronta?
Ela acenou com a cabeça.
— É melhor botar a gata no meu quarto — ela disse, e a pegou dos braços de Alfonso, mas suas mãos se tocaram e ele sentiu como se tivesse sido queimado.
Anahí se afastou, em seguida se virou e foi até o quarto, deixou a gata lá e voltou, cheia de pelo na roupa.
— Você está coberta de pelo da gata. — ele disse. Cheia de pelo na barriga. E também nos seios. Será que eles estavam tão grandes assim ontem? Ele foi até a área de serviço e voltou com um rolo adesivo para retirar os pelos.
— Use isso. — Ele lhe entregou. Não poderia usá-lo sobre o corpo dela!
— Melhorou?
— Sim — ele disse sem se deter muito.
Alfonso colocou o rolo adesivo sobre a mesa, jogou a chave do carro para o alto e a pegou no ar.
— Telefonei para Pâmela, e ela está em casa. Ela a convidou para almoçar. Vamos logo.
Anahí se divertiu. Pâmela a recebeu na porta, com um bebê encaixado no quadril.
— Olá, é um prazer conhecê-la — ela disse, olhando-a de cima a baixo. — Que bom que as roupas lhe serviram! Fico feliz.
— Ficaram ótimas, obrigada. Foi muito bom ter roupas que abarcassem minha barriga!
— Faça bom proveito. Entre, Anahí. Esta é Lucie, e Maya está desenhando na mesa da cozinha.
Lucie devia ter uns 9 ou 10 meses, e Maya, uns 2 anos, ela imaginou. Maya olhou para ela a abriu um largo sorriso, e Anahí elogiou seu desenho.
— Quer suco? Estou tomando suco — disse Maya, descendo da cadeira e se encaminhado para a geladeira.
Pâmela pegou a embalagem de suco da mão dela, antes que caísse, serviu dois copos e deu um para Anahí.
— Esse top ficou perfeito em você. Daniel me disse que você era mais ou menos do meu tamanho, mas eu não acreditei. Em geral, os homens não acertam essas coisas. Como ficaram as outras roupas?
— Maravilhosas. Não tive muito tempo para experimentar, mas acredito que ficarão todas ótimas. Experimentei um vestido preto, de jérsei, que ficou lindo.
— Ah, aquele... Daniel sempre gostou muito dele. É bem confortável, usei bastante. Tenho outras roupas daquele estilo, mas eu não sabia o seu gosto, se era feminina ou prática.
Feminina? Ela nunca tinha sido desse tipo, mas teve vontade de experimentá-lo.
Se bem que, pelo olhar de Alfonso, talvez isso não fosse uma boa idéia.
— Vamos para o jardim. Preparei um piquenique para nós, vamos almoçar, meninas? Anahí será que pode levar Lucie para mim enquanto vou buscar a caixa térmica? Obrigada — ela disse ao lhe entregar o bebê.
— Oi, querida. — Anahí sorriu, e a criança lhe sorriu de volta, exibindo três dentinhos.
E ela seria mãe. Nossa! Que coisa boa que ia lhe acontecer num ano com tantos problemas.
A casa era fabulosa, nada igual à de Alfonso, mas era uma villa italiana acima da praia, e durante o almoço Pâmela lhe contou sobre a restauração da casa e a construção dos outros edifícios no terreno, dois anos antes.
— Alfonso me contou que você é arquiteta — disse Anahí.
— Eu era arquiteta, na verdade — ela corrigiu. — Agora só trabalho nas horas vagas, mas com quatro crianças é bem difícil. No futuro vou voltar a trabalhar, mas ajudei Poncho com a casa dele. Foi divertido, meio corrido. Foi papai que fez a obra para ele e, como queriam se dedicar ao hotel, apressaram a obra um pouco e concluíram a casa em seis meses. Mas Poncho até que gostou. Você conheceu meu pai hoje, Paulo Cauldwell.
— Isso mesmo. Um senhor muito simpático.
— Ele é, sim, mas estou um pouco preocupada com ele. A obra é grande demais para papai, não é do tipo que costuma fazer, mas ele está adorando o desafio. Ele operou o coração dois anos atrás e teve de se afastar, mas agora voltou com força total. Estou tentando convencê-lo a não exagerar, porém, ele não me ouve. Daniel o faz participar de algumas reuniões, para obrigá-lo a ficar quieto, quando acha que ele esta cansado demais.
Anahí podia imaginar Daniel fazendo isso, ele parecia ser um bom sujeito. E Pâmela era um encanto. Animada e engraçada, e as meninas, muito fofinhas.
Depois do almoço, Pâmela colocou as duas meninas para dormir enquanto elas escolhiam roupas de gestante. Anahí experimentou várias delas e mesmo se sentindo culpada sobre isso, ela estava começando a concordar com Pâmela de que era desperdício comprar roupas novas.
— Vou lhe devolver as roupas em pouco tempo. — ela prometeu quando guardaram as peças numa sacola.
— Para quando é o bebê?
— Para o início de agosto. Daqui a oito semanas. Mal posso esperar para ver o rostinho dela.
— É menina?
— Foi o que me disseram na ultrassonografia. Espero que estejam certos, já me acostumei com a idéia.
— As meninas são adoráveis. Não que eu não goste dos meninos, eles também são ótimos, mas meninas são especiais. Ora, todos são, claro. Você vai conhecê-los mais tarde. Aliás, os homens estão todos ocupados hoje. Quer vir comigo buscar os garotos na escola? Depois podemos voltar aqui, e jantamos todos juntos.
Todos? Inclusive Alice?
Não, ela não estava preparada para isso, e nem para o encontro de mamães na porta da escola.
— Preciso voltar para casa. Afinal, sou a empregada de Alfonso e preciso trabalhar para ganhar meu dinheiro. Mas obrigada, mesmo assim.
— Foi um prazer. — Pâmela lhe entregou a sacola de roupas na porta, depois hesitou. — Sabe, Anahí, Alice é uma pessoa adorável. Sei que ela disse coisas terríveis ontem, mas ela ama Poncho e está preocupada com ele. Não sabemos o que Catherine fez com ele, Poncho não fala sobre isso, mas eles foram felizes em Nova York até ele voltar para casa, de repente. Sei que não é da minha conta, e ele vai lhe contar, provavelmente, mas Alice não quer vê-lo sofrer de novo.
— Mas, Pâmela, eu sou apenas a empregada. — Anahí frisou.
E Pâmela riu baixinho.
— É mesmo? Só sua empregada? Isso nós vamos ver.
— Sou apenas isso. Eu não quero me envolver com ninguém, e não me parece que ele queira tampouco.
— Veremos. — Ela sorriu.
E, para surpresa de Anahí, ela se aproximou e lhe deu um abraço.
— Cuide-se, Anahí. Telefone-me se precisar de alguma coisa.
— Obrigada. Adorei passar essas horas com você.
— Eu também. Eu a levaria em casa, mas as meninas...
— Não tem problema. O dia está lindo, e a casa fica logo ali. Vou adorar caminhar.
Isso lhe daria tempo para colocar as idéias em ordem, principalmente sobre se envolver com Alfonso Herrera.
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Lar da Paixão (ADP)
FanficSem dinheiro, grávida e sozinha, Anahí Puente queria se estabelecer e criar raízes. Afinal, recebera alguns golpes duros da vida. Quando Alfonso Herrera a encontrou morando na casa vazia que ele acabara de comprar, sabia que deveria ter pedido que e...