Capítulo Cinco - Parte 04

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Linda. Ela ficou linda naquele vestido. Bonita e sensual, e muito feminina com os cabelos caindo soltos e brilhantes sobre os ombros; e ele ficou louco para tocá-los. Alfonso saiu para o jardim e respirou fundo. Pebbles estava deitada na pedra tomando banho de sol, e ele a pegou cuida­dosamente e a trouxe para dentro. Anahí apareceu na porta, o cabelo preso novamente, num rabo de cavalo que depois ela retorceu e prendeu da mesma forma que Pâmela e Alice prendiam os delas. Vestia uma calça jeans e um top cor-de-rosa, e parecia até mais sensual do que antes.

— Está pronta?

Ela acenou com a cabeça.

— É melhor botar a gata no meu quarto — ela disse, e a pegou dos braços de Alfonso, mas suas mãos se tocaram e ele sentiu como se tivesse sido queimado.

Anahí se afastou, em seguida se virou e foi até o quarto, deixou a gata lá e voltou, cheia de pelo na roupa.

— Você está coberta de pelo da gata. — ele disse. Cheia de pelo na barriga. E também nos seios. Será que eles estavam tão grandes assim ontem? Ele foi até a área de serviço e voltou com um rolo adesivo para retirar os pelos.

— Use isso. — Ele lhe entregou. Não poderia usá-lo sobre o corpo dela!

— Melhorou?

— Sim — ele disse sem se deter muito.

Alfonso colocou o rolo adesivo sobre a mesa, jogou a chave do carro para o alto e a pegou no ar.

— Telefonei para Pâmela, e ela está em casa. Ela a con­vidou para almoçar. Vamos logo.

Anahí se divertiu. Pâmela a recebeu na porta, com um bebê encaixado no quadril.

— Olá, é um prazer conhecê-la — ela disse, olhando-a de cima a baixo. — Que bom que as roupas lhe serviram! Fico feliz.

— Ficaram ótimas, obrigada. Foi muito bom ter roupas que abarcassem minha barriga!

— Faça bom proveito. Entre, Anahí. Esta é Lucie, e Maya está desenhando na mesa da cozinha.

Lucie devia ter uns 9 ou 10 meses, e Maya, uns 2 anos, ela imaginou. Maya olhou para ela a abriu um largo sorriso, e Anahí elogiou seu desenho.

— Quer suco? Estou tomando suco — disse Maya, des­cendo da cadeira e se encaminhado para a geladeira.

Pâmela pegou a embalagem de suco da mão dela, antes que caísse, serviu dois copos e deu um para Anahí.

— Esse top ficou perfeito em você. Daniel me disse que você era mais ou menos do meu tamanho, mas eu não acre­ditei. Em geral, os homens não acertam essas coisas. Como ficaram as outras roupas?

— Maravilhosas. Não tive muito tempo para experimen­tar, mas acredito que ficarão todas ótimas. Experimentei um vestido preto, de jérsei, que ficou lindo.

— Ah, aquele... Daniel sempre gostou muito dele. É bem confortável, usei bastante. Tenho outras roupas daquele estilo, mas eu não sabia o seu gosto, se era feminina ou prática.

Feminina? Ela nunca tinha sido desse tipo, mas teve von­tade de experimentá-lo.

Se bem que, pelo olhar de Alfonso, talvez isso não fosse uma boa idéia.

— Vamos para o jardim. Preparei um piquenique para nós, vamos almoçar, meninas? Anahí será que pode levar Lucie para mim enquanto vou buscar a caixa térmica? Obrigada — ela disse ao lhe entregar o bebê.

— Oi, querida. — Anahí sorriu, e a criança lhe sorriu de volta, exibindo três dentinhos.

E ela seria mãe. Nossa! Que coisa boa que ia lhe acontecer num ano com tantos problemas.

A casa era fabulosa, nada igual à de Alfonso, mas era uma villa italiana acima da praia, e durante o almoço Pâmela lhe contou sobre a restauração da casa e a construção dos outros edifícios no terreno, dois anos antes.

— Alfonso me contou que você é arquiteta — disse Anahí.

— Eu era arquiteta, na verdade — ela corrigiu. — Agora só trabalho nas horas vagas, mas com quatro crianças é bem difí­cil. No futuro vou voltar a trabalhar, mas ajudei Poncho com a casa dele. Foi divertido, meio corrido. Foi papai que fez a obra para ele e, como queriam se dedicar ao hotel, apressaram a obra um pouco e concluíram a casa em seis meses. Mas Poncho até que gostou. Você conheceu meu pai hoje, Paulo Cauldwell.

— Isso mesmo. Um senhor muito simpático.

— Ele é, sim, mas estou um pouco preocupada com ele. A obra é grande demais para papai, não é do tipo que costuma fazer, mas ele está adorando o desafio. Ele operou o coração dois anos atrás e teve de se afastar, mas agora voltou com força total. Estou tentando convencê-lo a não exagerar, po­rém, ele não me ouve. Daniel o faz participar de algumas reu­niões, para obrigá-lo a ficar quieto, quando acha que ele esta cansado demais.

Anahí podia imaginar Daniel fazendo isso, ele parecia ser um bom sujeito. E Pâmela era um encanto. Animada e engraça­da, e as meninas, muito fofinhas.

Depois do almoço, Pâmela colocou as duas meninas para dormir enquanto elas escolhiam roupas de gestante. Anahí experimentou várias delas e mesmo se sentindo cul­pada sobre isso, ela estava começando a concordar com Pâmela de que era desperdício comprar roupas novas.

— Vou lhe devolver as roupas em pouco tempo. — ela prometeu quando guardaram as peças numa sacola.

— Para quando é o bebê?

— Para o início de agosto. Daqui a oito semanas. Mal posso esperar para ver o rostinho dela.

— É menina?

— Foi o que me disseram na ultrassonografia. Espero que estejam certos, já me acostumei com a idéia.

— As meninas são adoráveis. Não que eu não goste dos meninos, eles também são ótimos, mas meninas são espe­ciais. Ora, todos são, claro. Você vai conhecê-los mais tarde. Aliás, os homens estão todos ocupados hoje. Quer vir comi­go buscar os garotos na escola? Depois podemos voltar aqui, e jantamos todos juntos.

Todos? Inclusive Alice?

Não, ela não estava preparada para isso, e nem para o en­contro de mamães na porta da escola.

— Preciso voltar para casa. Afinal, sou a empregada de Alfonso e preciso trabalhar para ganhar meu dinheiro. Mas obrigada, mesmo assim.

— Foi um prazer. — Pâmela lhe entregou a sacola de roupas na porta, depois hesitou. — Sabe, Anahí, Alice é uma pessoa adorável. Sei que ela disse coisas terríveis ontem, mas ela ama Poncho e está preocupada com ele. Não sabemos o que Catherine fez com ele, Poncho não fala sobre isso, mas eles foram felizes em Nova York até ele voltar para casa, de repen­te. Sei que não é da minha conta, e ele vai lhe contar, prova­velmente, mas Alice não quer vê-lo sofrer de novo.

— Mas, Pâmela, eu sou apenas a empregada. — Anahí frisou.

E Pâmela riu baixinho.

— É mesmo? Só sua empregada? Isso nós vamos ver.

— Sou apenas isso. Eu não quero me envolver com nin­guém, e não me parece que ele queira tampouco.

— Veremos. — Ela sorriu.

E, para surpresa de Anahí, ela se aproximou e lhe deu um abraço.

— Cuide-se, Anahí. Telefone-me se precisar de alguma coisa.

— Obrigada. Adorei passar essas horas com você.

— Eu também. Eu a levaria em casa, mas as meninas...

— Não tem problema. O dia está lindo, e a casa fica logo ali. Vou adorar caminhar.

Isso lhe daria tempo para colocar as idéias em ordem, principalmente sobre se envolver com Alfonso Herrera.

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