Capítulo Oito - Parte 03

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— É verdade. Foi ela que lhe contou isso?

— Não. Mas vocês têm uma relação de confiança que vem de se conhecer a muitos anos. Eu invejo vocês, nunca tive isso com ninguém.

— Provavelmente por causa da sua vida nômade. Será que algum dia vai se fixar em um lugar?

— Se estiver no lugar certo e na hora certa.

— E agora, acha que dará certo?

— Pode ser para mim, não sei quanto a Alfonso.

— Não soube o que aconteceu exatamente com Catherine, mas ele ainda sofre muito com isso. Seja boa com ele, Anahí. Alfonso é um bom sujeito.

— Sei disso.

Ao ver Alfonso se aproximando, Augusto se levantou.

— Vou ver o que aconteceu com o chá — ele disse antes de deixá-la sozinha.

— Você está bem? — perguntou Alfonso.

— Tudo bem.

— Tem certeza? Não está cansada? Pode descansar se quiser. Não precisa ficar agüentando essa gente toda.

Seria um sinal de que ele a queria longe dali?

— Não — ele disse, agachando-se diante dela e pegando-lhe as mãos. — Isso não foi uma indireta, só estava que­rendo protegê-la.

Será que podia ler sua mente?

— Quer ter a certeza de que estarei bem descansada logo mais? — ela indagou, brincando, e ele sorriu.

— Isso foi uma boa ideia. Sua não, minha, mas interessan­te. — Ele se levantou e colocou a mão sobre o ombro dela. — O sol está batendo em você. Vou buscar um filtro solar.

Mas foi Pâmela quem passou filtro solar nos ombros dela, Augusto lhe trouxe chá e Alice veio conversar.

— Poncho me contou da sua gatinha, sinto muito. Devia ter me contado, bem que achei você triste.

Alice a abraçou, e Anahí fechou os olhos. Será que essa mulher, que desconfiava tanto dela uma se­mana atrás, viria a ser uma grande amiga? Isso seria ótimo, se ela pudesse acreditar em tal coisa. Acreditar em tudo e em todos.

Alfonso a fitou de longe, e ela sentiu surgir algo reconfortante por dentro. Era bom demais para ser verdade, mas talvez não. Talvez fosse a sua vez de lutar pela felicidade.

Neste momento, Paulo Cauldwell se levantou e pediu a atenção de todos.

— Tenho um comunicado a fazer a todos vocês. Bem, a Daniel, principalmente, pois quero fazer isso direito. — Ele sorriu para Daniel, que ficou intrigado. — Pedi a Elizabeth que me desse a honra de se tornar minha esposa, e ela acei­tou, então, com a sua bênção, Daniel, queremos nos casar.

Daniel ficou boquiaberto, mas não conseguiu dizer nada, apenas riu e deu um grande abraço na sua mãe e no seu sogro.

— Escondendo o jogo, hein? — ele disse, pegando a mãe nos braços e rodopiando com ela.

Depois abraçou Paulo, e logo Pâmela se juntou a eles, e quando Anahí achou que estava feliz, Alfonso veio por trás dela e a abraçou e a beijou na testa.

— Muito bonito, não é mesmo? — ele murmurou. — Achei que nunca teriam coragem de assumir o romance. Será que David vem para o casamento?

— David?

O irmão de Pâmela. Mora na Austrália. Foi ele que me bateu quando beijei a irmã dele.

— Não é de admirar que você nunca tenha tentado nova­mente. — ela disse sorrindo.

Alfonso a abraçou e depois se endireitou, deixando as mãos sobre os ombros dela. E Augusto trocou olhares com Anahí, piscou e sorriu.

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