Capítulo 4

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O celular de Spencer tocava sem parar, de princípio ela pensou ser Emma por não ter respondido sua mensagem na noite anterior, mas dessa vez era Gabriel. Em um solavanco ela levantou-se e pegou o aparelho o atendendo e indo até a porta envidraçada da sacada de seu quarto, onde abriu um pouco a cortina e o viu em um carro disfarçado.

- Bom dia flor do dia. - Brincou sorrindo de longe para ela ao vê-la na janela.

- Me diz que é algo importante para me acordar assim tão cedo. - Murmurou o olhando.

- Já vi que está de péssimo humor. - Observou dando um leve suspiro. - Temos atitudes suspeitas em um dos becos da cidade, um vizinho diz ter visto alguns homens jogando sacos pretos em um latão de lixo, que estavam bem amarrados por sinal, podem ser capangas de Matteo. - Explicou em resumo. - Você não irá a aula hoje, vamos aproveitar que a princesa está no colégio e dar uma olhada nisso.

- Por que não chamou um dos rapazes para te acompanhar? - Questionou saindo da janela.

- Sabe que não trabalho sem você. - Disse a fazendo dar um leve riso.

- Me dá cinco minutos. - Pediu desligando o aparelho e indo se trocar em seguida.

No colégio Emma procurava pela outra, mas nenhum sinal de Spencer. Interiormente perguntava-se, o porque dela não ter ido, esperava que não fosse por culpa sua. Essa estava sentada com seu grupo a espera do sinal da primeira aula, os garotos conversavam animados e Jéssica falava sobre o tal rapaz com quem havia passado a noite, mas nada disso a interessava. Quando o sinal soou, todos levantaram dirigindo-se para suas salas, mas quando Emma foi fazer o mesmo Patrick segurou em seu braço aproveitando que haviam ficado sozinhos.

- Sei que tem todos os motivos do mundo para ficar brava comigo, mas eu quero te pedir desculpas por ter sido idiota com você. - Disse a olhando.

- Tanto faz, já passou. - Murmurou ela dando de ombros.

- Então sou um tanto faz pra você? - Indagou a olhando.

- Por que distorce tudo o que eu falo? - Devolveu ela com outra pergunta. - Olha... - Iniciou ela novamente antes que ele falasse algo. - Acho que o que havia entre nós já deu, continuamos sendo amigos está bem?

- Está terminando comigo sem nem ao menos estarmos namorando? - Indagou indignado.

- Patrick, aquela amizade colorida ou seja lá o que tínhamos, não rola mais está bem. - Respondeu tentando ser o mais clara possível para que ele entendesse. - Você pode ter qualquer garota aos seus pés.

- Está certa disso? - Questionou a olhando. Ela apenas assentiu. - Espero que tenha sido bom pra você o quanto foi pra mim. Nossa amizade continua então, não muda nada.

- Ok, vamos? - Indagou querendo sair logo dali.

Ele apenas assentiu e soltou seu braço a deixando ir, então a seguiu logo atrás. Em sua mente Emma planejava mais uma de suas aventuras para essa noite. Mas dessa vez nada fora de casa, daria uma festa do pijama entre as meninas, para descontrair, tinha que intercalar suas noitadas para que seu pai não lhe tirasse aquilo que gostava.

Em um dos becos da cidade Spencer e Gabriel aproximaram-se dos latões de lixo para analisar os sacos deixados pelos supostos capangas. Com suas armas em mãos ambos estavam atentos a qualquer movimento suspeito. Gabriel abriu a tampa do imenso latão enquanto a outra lhe dava cobertura. Avistando o saco suspeito amarrado, ele tirou um estilete do bolso e passou com cuidado sobre o mesmo e ao abrí-lo um odor desagradável os pegaram de surpresa. Tentando tapar o nariz com seu antebraço ele puxou mais o saco com a outra mão, deparando-se com partes humanas o qual fez afastar-se imediatamente do latão deixando sua tampa bater liberando  um estrondo.

A Escolha (Um Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora