Capítulo 37

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Scarlett dormia tranquilamente com sua esposa quando despertou no meio da noite em um solavanco após um pesadelo. Uma sensação estranha tomou conta de seu peito, para sua surpresa a campainha passou a tocar várias vezes. Ela levantou-se rapidamente e pegou seu robe o vestindo. Então saiu do quarto e correu até a porta a qual abriu logo em seguida, e deparou-se com Spencer. Elas se entre olharam uns instantes, Scar engoliu a seco com medo do que ela iria dizer.

- É o Owen... - Disse quase num sussurro. - Eu sinto muito Scar. - Acrescentou a olhando com pesar.

- O que houve amor? - Agora era Isabella que apareceu de supetão.

Scar foi dando alguns passos para trás, ela olhava para Spencer com o cenho franzido enquanto negava com a cabeça a todo instante. Então em um gesto rápido ela correu para o quarto e deu-se a procurar uma roupa para vestir. Na sala Spencer explicou meio por cima o que houve a Bella, essa sabendo o quão arrasada ela ficaria voltou para o quarto.

- Eu vou com você. - Disse a olhando colocar seu coldre.

- Não, você fica aqui. - A voz de Scar saiu trêmula, mal conseguia encaixar sua arma no coldre.

- Me deixa ir com você. - Insistiu aproximando-se e a ajudando com a arma. Bella a colocou no coldre e travou, fazendo o mesmo com a outra arma.

- Não Bella! - Exclamou. - Eu não quero que saia desse apartamento até eu voltar, entendeu? - Acrescentou deixando claro seu nervosismo. - Tranque a porta assim que eu sair e não abra pra ninguém até ter certeza que sou eu.

- Tudo bem... - Concordou num sussurro.

Após colocar sua jaqueta, Scarlett saiu em disparada, ela passou por Spencer como num jato. Essa por sua vez a seguiu logo atrás, tentava acompanhar seus passos. Em poucos minutos elas saíram no térreo onde o elevador as deixou. E ali seguindo para fora do prédio, cada uma entrou em um carro e saíram em disparada ao hospital.

Durante o trajeto Scarlett tentava assimilar o que estava acontecendo, queria que essa sensação horrível sumisse de seu peito. Suas mãos suavam e apertavam o volante com força, tão forte que seus dedos ficavam brancos. Por sorte na madrugada não havia muitos carros nas ruas, o que a permitiu chegar ao hospital em poucos minutos. Ela brecou seu carro de qualquer jeito e saiu do mesmo sem ao menos desligá-lo. Então ela passou correndo pelos corredores, chamando a atenção de alguns ali presentes e logo viu o grupo de agentes na porta da UTI. O médico já conversava com o capitão e com os agentes, ao ouvir um “sinto muito” Ela tentou passar por eles, alguns até tentaram segurá-la, mas estava impossível nesse momento. Ela conseguiu furar o bloqueio e entrou na sala após quase arrebentar a porta.

- Ei, não pode entrar aqui! - Exclamou a enfermeira.

Mas ela sequer deu atenção, ela parou de repente ao vê-lo deitado na cama todo ensanguentado,  sua respiração foi ficando descontrolada a medida que aproximava-se. Alguns conseguiam ver a cena da janela envidraçada, também haviam entrado no corredor da UTI e dali tinham acesso a sala pelo imenso vidro. Spencer apareceu logo em seguida e juntou-se aos demais.

- Merda, porque deixaram ela entrar? Isso não vai ser nada legal. - Disse cabisbaixa.

- Ninguém conseguiu segurar ela, a força dela era descomunal. - Explicou um dos agentes.

- Owen! - Puderam ouvir ela chamar. - Oweeeen!! - Chamou com a voz mais firme dessa vez. Então ela colocou suas mãos sobre o peito dele na tentativa de fazer massagem cardíaca. - Porra Owen acorda! - Vociferou começando a chorar. Ela colocou as mãos sobre os ferimentos na tentativa de estancá-los, mas era em vão. - Você prometeu cara... Que seríamos a dupla infalível para sempre.... Não faz isso comigo por favor.... - Dizia com sua voz rouca por conta do choro. Ela tentou tirar os cabelos de seu rosto com as costas das mãos, o que acabou sujando seu rosto de sangue. Tentou respirar fundo, mas ao cair a ficha de que não havia mais nada a ser feito...- OWEEEEN!! - Gritou o balançando, nenhuma reação, nenhum suspiro, a máquina a todo momento soava aquele som estridente o qual ela sabia o que significava. Logo lembranças de sua irmã veio a sua mente. - Você também não Owen... Eu não podia perder você... - Ela acariciava o rosto dele. Os agentes estavam todos comovidos com a cena, isso incluía os médicos e as enfermeiras também. - NÃOOOOOO!! - Gritou, e qualquer um podia ver que era um grito de dor, uma das dores mais cruéis, a dor da perda.

A Escolha (Um Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora