A Escolha (Um Romance Lésbico)

Capítulo 24

- Bom, vamos tentar mais uma vez, e prometo que te liberamos. - Murmurou o capitão Bosembecker. - O que sabe sobre a noite passada? - Questionou a olhando.

- Eu estava numa festa na casa de um amigo do colégio, havia ido com Jéssica Fields. - Iniciou novamente. - Ela estava fora de controle já, estava com uns garotos usando drogas e bebendo. Me deixou meio que sozinha, então já que estava sozinha resolvi ir para outro lugar. Chamei um táxi e fui para a boate, como os rapazes me conhecem consegui entrar. - Explicava tentando lembrar dos detalhes. - Eu nem imaginava que Spencer estava lá, não cheguei a vê-la. Quando vi meu pai na sala pela parede envidraçada corri para o banheiro para não ser pega. - Ela respirou fundo. - Então eu ouvi uns barulhos entre a música. Me assustei quando algo explodiu e a música parou, logo só ouvia gritos desesperados e claramente sons de disparos. Eu sentei no chão do banheiro e tapei meus ouvidos, fiquei ali até que em um momento não ouvi mais nada. Estava com muito medo e assustada, sentia meu corpo tremer. Me levantei e abri a porta, saí devagar e me assustei mais ainda ao ver corpos por toda parte. - Ela fez uma pausa. - Andei entre eles, pude ver uma metralhadora automática em cima do balcão, até que passei a ouvir uma voz, foi aí que encontrei a Spencer.

- Conhece armas? - Questionou anotando algumas informações.

- Sim, eu... Meu pai coleciona, ele tem algumas em uma parede de casa. Eu vi por acaso e ele me disse que colecionava, então me explicou sobre cada uma delas. - Indagou o olhando. - Eu posso ir? Estou banhada pelo sangue de Spencer, eu preciso tirar esse vestido e tomar um banho. Também preciso tentar não enlouquecer ao lembrar de todas aquelas pessoas mortas.

- Tudo bem, já pode ir. - Disse a liberando.

Emma levantou-se e abriu a porta, saindo da sala de interrogatório, dando de cara com um dos homens de seu pai. Iria questionar porque seu pai não havia ido, mas não estava com cabeça para discussões. Só queria tentar esquecer essa noite. Em casa no porão Matteo conversava com um de seus homens, estava furioso após ter recebido a informação de que sua filha estava no local da chacina.

- Minha filha poderia estar morta nesse momento, quem foi o filho da puta que deixou ela entrar? Eu já disse que não a quero nas minhas boates. - Vociferava furioso. - Primeiro alguém rouba uma das minhas garotas, agora isso. - Murmurou.

- Descobrimos que Fields foi pego, certamente ele deve ter vazado alguma informação sobre as garotas. - Revelou o rapaz fazendo Matteo o olhá-lo com o cenho franzido.

- Traga-o aqui, quero conversar com ele. - Ordenou. - Mas faça ele vir por vontade própria, não forcem nada ou irá desconfiar que tipo de conversa teremos. - Acrescentou.

- Certo chefe. - Concordou. E logo ouviram o barulho de um carro.

- Minha filha chegou, que porra... Agora por minha culpa Deus sabe como está o psicológico dela após ver todas aquelas pessoas mortas. - Disse andando de um lado para o outro. - Anda, vá buscar Fields! - Vociferou.

No hospital Scarlett e Owen aguardavam notícias de Spencer, haviam tentado entrar em contato com Gabriel, mas esse continuou não atendendo, então deixaram uma mensagem para que ele visse assim que pegasse o aparelho. Ela foi encontrada desacordada, por ter perdido muito sangue, mas ainda estava com vida, ainda respirava. Scarlett estava furiosa com a audácia de Matteo em matar tantas pessoas assim em apenas um lugar, e estava disposta a colocá-lo atrás das grades o quanto antes.

- Com licença... - Chamou o médico aproximando-se. - Spencer está fora de risco e estável, ainda não teve nenhuma reação contrária ou em pró de sua saúde. Conseguimos remover a bala e por sorte não pegou nenhum órgão que a prejudicasse. Temos um banco de sangue reserva, já estamos fazendo a transfusão. - Explicou os fazendo suspirarem aliviados.