A Escolha (Um Romance Lésbico)

Capítulo 22

Já passava do horário do almoço e Spencer andava pra lá e pra cá a espera de algum sinal de Emma, já deveria estar ali. Imaginou que talvez ela não fosse por conta das reportagens que estava passando a seu respeito na TV. Mas ao menos ela teria lhe avisado, ou pensou que simplesmente ela não quis ir mesmo, mudou de idéia e não quis lhe dar uma chance de dizer toda a verdade. Mal havia pregado os olhos a noite imaginando por onde começaria, imaginando toda a conversa como seria, e esperava que no fundo ela acreditasse em cada palavra e os ajudasse a prender Matteo. Mesmo que no fundo sua verdadeira vontade seja sempre a de matá-lo, havia uma barreira entre o fazer e não fazer, e essa barreira, chamava-se Emma Gonzáles.

- Spencer! - Chamou Gabriel que a pegou de surpresa ao entrar de supetão na casa. - É Emma, ela está no distrito com o chefe, estão interrogando ela.

- Como é? Vamos para lá agora! - Murmurou pegando as chaves do carro e saindo em disparada.

No distrito...

- Sabemos o que Patrick Guedes fez com você Emma, sabemos que isso fez florescer um sentimento de raiva, confesse que mandou matá-lo. - Insistia o Agente.

- NÃO! - Gritou ela agora chorando, já a haviam pressionado demais, e lembrar de tudo o que houve a machucava ainda mais. A voz de Patrick dizendo coisas em seu ouvido ecoavam a todo instante, e as fotos de seu corpo sobre a mesa a estavam assustando, não queria mais vê-las.

- Eu não mandei matá-lo, eu tentei ser forte, esquecer o que houve mesmo sabendo que seria difícil, tentei seguir normalmente com a minha vida, como se nada tivesse acontecido, e vocês estão me torturando com tudo isso. - Disparou ela entre o choro.

- Não é estranho que de repente do nada depois de tê-la violentado ele simplesmente aparece sendo torturado e depois morto? - Questionou o Agente.

- Vocês não podem fazer isso! - Vociferou jogando todas as fotos no chão.

- Vamos Emma, fale a verdade! - Vociferou o Agente de volta.

- PARA! POR FAVOR PARA! - Gritava com as mãos no ouvido enquanto chorava.

- Você quis se vingar dele! - Insistia o rapaz. - Qual mulher não gostaria de vingança depois de ser estuprada!? Hãm? - Acrescentou. E nesse instante ele assustou-se quando a porta se abriu bruscamente.

- Já chega Bryan! - Vociferou Spencer o empurrando para longe.

Ao ouvir sua voz Emma levantou-se imediatamente e a abraçou forte, escondendo seu rosto em seu peito. Spencer envolveu seus braços sobre ela e a escondeu em seus braços como quem quisesse protegê-la de tudo e todos.

- Ela estava quase confessando! - Exclamou o rapaz.

- Confessando o que? Ela não fez nada Bryan. - Debateu irritada. - Olha o estado dessa garota! Você já deveria ter notado antes que ela não fez nada, é para isso que estudamos a personalidade das pessoas também. Que porra de agente é você!? - Disparou. - Quer foder com o psicológico dela? Se essa era sua intenção, conseguiu... Por que você não devia nem ter mostrado as fotos para ela.

- Só estava fazendo o meu trabalho. - Disse com as mãos na cintura.

- Além do mais, ela é menor de idade, não poderia jamais ser interrogada sem a presença de algum responsável ou advogado com ela. Quem deu a ordem de busca? - Questionou, ele ficou em silêncio. - Quem deu a ordem de busca Bryan? - Tentou mais uma vez.

- Eu que não fui. - A voz grave do capitão do FBI se fez os pegando de surpresa e fazendo o outro engolir a seco. - Disseram que a ordem foi minha e que a garota estava comigo, mas eu não dei ordem nenhuma. Pode me explicar isso Agente Dulley? - Acrescentou olhando para Bryan.