Capítulo 6

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No supermercado, Finn empurrava o carrinho enquanto Millie ia à frente, pegando os produtos. Ele procurava pelos biscoitos e enlatados.

- Sua chata porque você tira do carrinho tudo o que eu quero levar?- o mais alto já estava irritado, era a terceira vez que a menor tirava uma das besteiras que ele queria comprar. Millie parou, olhou séria para ele, era a terceira vez que ele colocava no carrinho pacotes de balas, até parecia que ele iria jantar aquilo.

- Porque você não pega nada de saudável para comer.

- Sua chata, da próxima vez eu não te chamo para fazer compras.

- Ótimo, assim pelo menos eu durmo mais...


Os dois, assim, continuavam suas compras. Brigavam, riam, andavam lado a lado. Quem os visse diria que formavam um apaixonado casal de namorados. Finn fingia-se de irritado, mas estava feliz, adorava esses momentos bobos que passava ao lado da amiga. Podia rir, sem ter medo de sentir-se um idiota, parecia que poderia fazer o que quisesse sem medo, sem dúvidas.

Brown viu então um pacote de batatas fritas, sabor alho, ela olhou para o amigo que também havia visto o pacote e agora olhava para ela. Era o último. O Wolfhard deu um pulo para tentar pegar, mas ela empurrou o carrinho para a frente dele e tomou a dianteira, pegando o pacote.

- Você jogou sujo!- ele olhava indignado para Millie, que triunfante exibia o pacote de batata.

- Não prometi jogar limpo.

- Me dá esse pacote.- o tom de voz dele era quase que ameaçador.

- Hahaha. ATA. Sem chance... Esse é o meu pacote, e eu vou ficar com ele, a propósito, as compras acabaram, vamos embora...

A menor foi andando na frente, enquanto Finn resmungando ia empurrando o carrinho.

Chegando na casa de Finn

- Nossa, finalmente chegamos- Millie jogou-se no sofá, estava morta de cansaço.

O cacheado parecia entretido, mexendo nas sacolas de compras que estavam em cima da mesa. Millie riu, e ele a olhou.

-Procurando por isso?-ela levantou, segurava em uma das mãos o pacote de batatas.

Finn olhou para o pacote, olhou para Millie, olhou para o sofá atrás dela...

- Me dá a minha batata.

Dizendo isso ele se jogou na direção da garota, tentou pegar as batatas, mas Millie se desequilibrou caindo no sofá, e Finn em seu desespero por pegar as batatas, acabou caindo sobre ela. Mille olhava para Finn, estava ofegante, queria se soltar, mas sequer tinha forças para tentar, ele prendia seus braços no alto de sua cabeça. A castanha pensou que ele tentaria pegar o pacote que ela segurava, mas, ele não se moveu, olhava para ela, fixamente.

- Acho que eu venci.- ele falou baixo, seu rosto próximo ao dela.

- Ainda não pegou o que queria- Millie estava ficando nervosa, soltou o pacote de batatas na esperança de que Finn a soltasse, mas ele não o fez. Ele continuava a olhar para ela, seus corpos unidos, o cacheado que ainda prendia os braços dela, foi baixando as mãos vagarosamente, sentindo a textura da pele dela, que fechou os olhos ao sentir a mão dele sobre seu corpo, ficara arrepiada com a proximidade do toque.

- Acho que eu peguei sim.

- Acho... acho que... - ela tentava falar, sussurrava, lutava contra seu desejo, há muito que desejava sentir o toque de Finn, sentir seus lábios, mas isso não era correto, ele era seu amigo, era seu amigo desde de sempre, e o mais importante não era ela quem ele amava. Esse último pensamento fez Millie despertar, ela abriu os olhos e se deparou com os olhos do Wolfhard parecendo devora-la.

Finn observava Millie debaixo de si, ela estava linda, os cabelos castanhos e curtos espalhados e caindo sobre o sofá, estava corada, seus olhos pareciam brilhar como as estrelas que ela tanto amava. Ele não sabia mais o que estava fazendo, nem porque fazia aquilo, ele tinha Iris, sempre a teria em seus pensamentos, mas naquele instante não havia nada que ele quisesse mais do que a garota que se encontrava embaixo dele.

- Acho que devemos parar- finalmente ela fora capaz de falar.

O sardento abaixou a cabeça e sussurrou no ouvido da amiga.

- Sei disso. Sei que devemos parar, sei que isso é uma loucura...

Os lábios dele foram se aproximando dos lábios da Brown, vagarosamente, enquanto ele falava, parecia não haver pressa, parecia que o tempo havia parado, e seus movimentos se tornavam quase que em câmera lenta.

-... mas a vida às vezes não é tão previsível quanto as estrelas que estão no céu, perfeitas em suas órbitas...

A distância entre seus lábios diminuíra, ele agora falava roçando seus lábios nos dela, que fechou os olhos

- ... às vezes, vale a pena viver as loucuras.

minha estrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora