Millie se jogou na cama de seu quarto, seu peito doía, pensar doía, lembrar doía.
Queria estar ao lado de Finn, queria poder ficar ao lado dele para sempre, queria faze-lo feliz. Mas não podia, não podia alcançar as estrelas que ela tanto amava.
Foi feliz, foi feliz ao viver um conto de fadas. Foi tão perfeito.
Lembrar de suas últimas semanas a fazia sentir raiva, raiva por haver terminado, raiva de Iris por ela ser perfeita, por ele a amar. Queria que a Iris morresse.
- Nossa, quando foi que eu me tornei uma pessoa tão horrível?
Se levantou da cama pegou um porta retratos que estava sobre a escrivaninha, nele uma foto dela com o amigo sorrindo, felizes. Olhou pela janela, a primeira estrela surgiu no céu. Seu pai sempre a ensinara a fazer um pedido para a primeira estrela que surgisse, e ela sempre fizera, mas nada. Nunca seus pedidos foram atendidos, nunca recebera nada das estrelas.
"Então porque acreditar nas malditas estrelas?"
As estrelas não impediram que seu pai ficasse doente, e apesar de Millie pedir muito, não o impediram de morrer.
Ela pediu para amar, pediu para que pudesse viver um amor, mas as estrelas a enganaram, e a deram a alegria apenas para tira-la dela depois. Do que adiantavam as estrelas?
- Acho que o Finn estava certo, vocês não passam de corpos celestes.
Dizendo isso a menina fechou a cortina ficando no escuro do seu quarto e do seu coração.
***
Finn andava devagar, como se seus pés não quisessem sair do chão, como se não pudesse. Na rua ele andava sem olhar para os lados, para as pessoas que passavam por ele. Nada importava, nada mais.
Ele sentia todo o seu corpo doer, sua mente, seu coração. Já não sabia quem era ou o que queria, sabia apenas que havia perdido. Perdido o sol, as estrelas... havia perdido sua Mills.
Perdera tudo! Fora um tolo. Um tolo por não perceber o quanto amava aquela menina, o quanto precisava dela para ser feliz.
Finalmente chegou a sua casa, entrou, sem notar que a porta já estava destrancada.
- Boa noite, pensei que você estaria me esperando.
Ouviu uma voz feminina vindo de um canto da sala. O cômodo estava escuro, sendo apenas iluminado pela fraca luz da lua que entrava pela janela. Ele não acendeu a luz, já sabia quem era. Não queria ver. Ele entrou na casa e sentou-se na poltrona, com os olhos fechados.
- O que você quer?- ele tinha os olhos rasos de lágrimas, mas sua voz era dura e fria, não demonstrava nenhum sentimento
- Bobinho, você ainda não sabe?
Iris acendeu a luz, iluminando assim o cômodo, e caminhou em direção ao Wolfhard.
- Me deixa em paz. Pelo amor de Deus. Você não acha que já fez o bastante? Ainda não foi o suficiente?
Ela se ajoelhou diante do rapaz.
- Me deixa ser a sua paz. Voltei para você. Eu quero que fiquemos juntos, quero que dessa vez seja para sempre.
- Voltou tarde...
- Não voltei não. Nunca vai ser tarde para nós dois. Será que você já esqueceu do quanto era fantástico quando estávamos juntos? Lembra... A gente nunca precisou de mais ninguém no mundo, éramos apenas nós dois.
- Até você partir de novo. Será que você não entende que você estragou tudo? Você partiu. Você...Você...Você... Que merda Iris!- se levantou irritado, desesperado.
Ele olhava para Iris, mas enxergava brigas, despedidas, lágrimas e solidão. Enxergava a sua própria dor.
- Você estragou tudo... Você sempre estragou tudo. Eu não precisava de ninguém além de você, mas nesses últimos tempos eu descobri que o amor não vem só. Ela se multiplica e se espalha pela sua vida, preenchendo todos os vazios. Com você eu só conheci solidões.
O cacheado se lembrava das últimas semanas ao lado de Millie, sempre junto com Jack e Noah. Jamais se lembrara de já ter sido tão feliz.
- Finn...- caminhou até ele- Vai ser diferente. Me deixa tentar ser diferente dessa vez. Eu quero você.
Dizendo isso ela abraçou o rapaz com força, podia sentir o corpo dele junto ao seu. Mas não era capaz de sentir-lhe o coração assim tão próximo, era como se ele não estivesse ali.
O Wolfhard segurou firmimente os punhos da Apatow e a afastou de si. A jovem olhou o rapaz diante de si, pela primeira vez, desde que chegara, ele a encarava nos olhos. Iris ficou chocada com a dor que viu estampada nos olhos do mais alto.
- Me deixa em paz! Pelo amor de Deus, me deixa em paz.
Dizendo isso ele se virou dando as costas para a ela.
- Jamais imaginei que você fosse sofrer tanto. Eu vou respeitar a sua dor. Sei que você está sofrendo, mas eu quero que você saiba que eu não desisto. Eu não desisto nunca. Eu volto amanhã, Finn. Até lá, vê se melhora esse humor.
E então ela saiu apagando a luz da sala, deixando a casa mergulhada no escuro.
Finn se ajoelhou, como se suas pernas não pudessem sustenta-lo em sua dor. As lágrimas rolaram silenciosas e amargas. Ele levantou a cabeça, estava diante da janela, podia perfeitamente ver as estrelas. Podia perfeitamente ver o rosto de Millie desenhados nas estrelas.
Sentiu seu coração doer.
- Acho que a Mills estava certa. Vocês sempre mostram o que há no coração, mas isso, às vezes dói
Dizendo isso o rapaz se levantou e fechou a cortina ficando no escuro da casa e do seu coração.
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minha estrela
Fiksi Penggemar"Sabe, Finn, algumas pessoas são como estrelas. Você olha para elas e sabe que jamais poderá alcança-las, mas olhar para elas já te faz feliz. Você sempre foi a minha estrela. Eu olhava para você e já era feliz. Nunca sonhei em te alcançar. Te amei...