Capítulo 7

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- Nossa, eu não sabia que meu priminho era um filósofo.

- Finn, meu amigão, e eu pensando que era bom em cantadas... Tô vendo que tenho muito que aprender com você ainda.

Millie e Finn olharam para a porta da sala de onde viam as vozes e se depararam com Jack e Gaten parados olhando para eles, ambos com um sorriso sarcástico nos lábios.

Millie e Finn se olharam, perceberam então a posição em que estavam. Ela empurrou o cacheado que, surpreendido com o movimento brusco da menina caiu com a cara no chão, mas levantou-se furioso e falando com Jack e Gaten.

- O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI, AFINAL? NINGUÉM SABE BATER NA PORTA?

- Mas nós batemos, acho que vocês estavam muito ocupados e não ouviram...

- MAS SE NINGUÉM ATENDEU PORQUE VOCÊS ENTRARAM?

- Primeiro, priminho, sugiro que você pare de gritar, segundo, não se esqueça que apesar de não morar mais aqui, essa também é a minha casa, tanto que eu tenho a chave.

Gaten sorria da patética situação de seu primo.

- O que vocês vieram fazer aqui, afinal?- Finn tentava se acalmar.

Millie permanecia ajoelhada no chão, estava com tanta vergonha que não tinha coragem para se mover.

- Bem, eu vim te visitar pois soube que a Iris partiu novamente e imaginei que você estivesse ainda mais patético do que o de costume. Mas vejo que você já esqueceu aquela bem rápido, me surpreendi com você, priminho, até a substituiu.

Gaten olhou para Millie que corou ainda mais.

- Cale a boca seu idiota, sabe muito bem que eu nunca esquecerei Iris, nunca a substituirei, ela vai voltar. Ela sempre volta para mim.

O cacheado falou sem pensar, como sempre fazia, não mediu o peso que suas palavras poderiam ter em um coração que o amava. Jack olhou para a garota que sorriu tristemente para o amigo e abaixou a cabeça. Não podia competir com ela, sempre seria a eterna amiguinha com quem Finn ficava quando não tinha outra pessoa com quem ficar.

Ela então se levantou, todos olharam para ela. O wolfhard com sua cara de bobo não entendeu a atitude da menina.

- Bem, desculpem interromper sua discussão fútil e imbecil, mas eu vou para a minha casa. Ah, Finn pode ficar com as batatinhas, considere um presente.

Millie pegou a bolsa que estava sobre a mesa e saiu, sem olhar nos olhos de ninguém.

- Olha só o que vocês fizeram, irritaram a Millie e a deixaram sem graça, agora eu vou ter que aguentar o mau-humor dela.

- Nós a irritamos? Acho que você deveria rever os seus conceitos meu bom amigo, não fomos nós que dissemos em alto e bom tom que estamos pensando em uma mulher quando somos pegos quase beijando outra- Jack falava calmamente enquanto sentava no sofá.

- O que te faz pensar que meu pobre primo tem algum conceito para rever? Isso iria requerer uma inteligência superior da qual esse pobre coitado não é dotado. Veja só, batatinhas sabor alho.

Gaten encontrou o pacote de batatas que estava no chão e abriu para comer, Jack sorriu e o acompanhou.

- Nossa, batatinhas... Porque diabos elas estão no chão?

O sardento permanecia mudo, não revidara os últimos insultos do primo, nem brigara ao ver os intrusos comendo as batatas, ele agora tinha seus pensamentos em Millie.

- Não, ela não ficaria triste com o que eu disse- ele falava para si mesmo- Ela sabe, ela sempre soube que eu am... que eu a... que eu...

Finn fechou os olhos, lembrou de sua amiga, da vontade que teve de beija-la, mas então lembrou-se de Iris, lembrou-se que ela voltaria e que ele prometera sempre esperar por ela, até o dia em que ela não precisasse mais partir. Até o dia em que ela não tivesse mais nenhum sonho para perseguir.

- Que eu pertenço a Iris...

Essas últimas palavras saíram em um triste sussurro...

minha estrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora