A barra de ferro que Pitt segurava rente ao peito voou longe após ser atingida bela bala, causando uma pressão violenta na mão da adolescente que deixou escapar um gemido de dor.
Em seguida o homem a fitou por cima do ombro.— Que garota de sorte — ele disse, ao perceber que ela havia sido salva pela barra de ferro que segurava — fique aqui na frente com o seu amiguinho, ou te mato antes dele. E garanto que dessa vez eu te acerto.
Pitt sem ter outra escolha fez o que o homem mandou, passou por ele e parou perto a Patrick.
— Nôs deixe ir — pediu Daniel.
— Percebi que vocês encheram a entrada do mercado com essas coisas. Mas não importa, posso perdoar vocês por isso, desde que me respondam uma coisa.
— O que?— perguntou Patrick.
— Como chegaram até aqui?
— Viemos no meu carro — quem respondeu foi Daniel.— Me dê as chaves — pediu, empurrando a cabeça de Daniel com a arma.
— Faça o que ele pediu — falou Pitt ao ver que Daniel hesitando.
— Tudo bem — ele levou a mão até um dos bolsos e retirou as chaves, em seguida as entregou para o homem.
— Ótimo, agora fique ao lado dos seus amigos também — ele empurrou Daniel com o pé.
— Podemos ir agora? — perguntou Pitt.
— Cale a boca, somente eu falo aqui. Você, qual é seu nome? — ele apontou a arma para Patrick.
— Patrick.
— Você vai sair pela porta dos fundos e vai atrair essa horda de mortos para bem longe das portas. Deixando o carro bem livre para mim.
— O que? Isso é suicídio.— Fodas é seu, vai fazer o que eu mando ou vou matar todos vocês. Os outros dois vão encher algumas sacolas de mantimentos para mim e depois vão levar até o carro. Eu vou embora e todo mundo fica feliz — ele deu um sorriso sarcástico.
— Por que você mesmo não leva? — Perguntou Pitt, com raiva.
— Olha só — o homem deu passos até ela e colocou a arma em sua testa — repita isso.
— A gente já entendeu, OK — Disse Patrick, temendo que ele puxasse o gatilho — eu vou afastar aquelas coisas da entrada,eles ajudam com as sacolas e ninguém se machuca.
— Você é uma gracinha, acho que vou te levar comigo — o homem segurou o queixo de Pitt.
— Prefiro morrer.
— Cuidado que eu posso realizar seu desejo — ele se afastou dela — agora encham as sacolas com alimentos instantâneos e enlatados. Vou ficar de guarda para que nenhum de vocês tente fugir — ele cruzou alguns corredores de mercadorias até aproximar-se de uma porta de ferro, esta dava em um corredor que saía na rua atrás do mercado.Ele sabia que ali era o único meio de saírem do estabelecimento já que a entrada principal estava tomada pela horda de infectados.
Patrick e os demais começaram a fazer o que foi ordenado enquanto pensavam em uma maneira de contornar toda aquela situação.— O que vamos fazer? — perguntou Pitt, andando ao lado de Patrick por um dos corredores onde ficavam os enlatados.
— Não temos muito o que fazer, sair por onde viemos é impossível.
— Então vai ser assim? Vamos dar os alimentos para ele, o carro e fim? Ficamos de mãos abanando?
— Pitt, ele quase matou você.
— É melhor morrer do que fazer o que aquele imbecil está mandando. Quem ele pensa que é?
— Eu tenho uma mulher grávida para cuidar, não vou arriscar minha vida discutindo com aquele cara.
— Mas...
— Ele está certo — disse Daniel — não vamos perder nossas vidas por causa disso, aquele sujeito mataria qualquer um por menos que isso. Dá pra ver nos olhos dele.
— Então você não quer morrer mas vai fazer o que ele disse? Vai sair e dar uma de isca humana para retirar aquelas coisas da frente do mercado? — questionou Pitt mais uma vez.
— Sou mais rápido do que aqueles infectados. Posso facilmente afastar eles daqui. Depois volto e busco vocês. Façam tudo o que ele mandar, a gente consegue outro carro depois.***
— Está aqui — disse Patrick, aproximando-se do homem e colocando duas sacolas cheias de mantimentos no chão. Pitt e Daniel também fizeram o mesmo, ambos seguravam duas sacolas.
— Maravilha, ganhei um automóvel e de brinde veio a mão de obra — ele deu uma risada.
— Agora vamos embora — falou Pitt, em um tom serio.
— Claro que vão. Assim que o nosso colega ai, Patrick, retirar aquelas coisas da frente do meu novo carro.
—Por que quer a droga do carro? Não pode pegar outro?
— Não estou gostando nada da maneira que você fala comigo — ele deu passos indo na direção de Pitt, que não baixou o olhar em nenhum momento.
— E vai fazer o que? Me matar?
— Pitt cale a boca — pediu Patrick — vamos fazer o que pediu, é só dizer o momento certo.O homem deu um soco na cara de Patrick, que foi pego desprevenido, ele deu alguns passos para trás cambaleando mas se manteve firme de pé. Sentiu o sangue escorrer de sua gengiva recém cortada.
— Por que fez isso? — perguntou Daniel.
— Cada vez que um de vocês falar comigo em um tom ameaçador, eu irei socar a cara do outro — o homem apontou a arma para Daniel e olhou para Pitt — Peça desculpas por ser uma menina malvada, ou esse vovô aqui vai ter os miolos estourados.
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Olhos Cinzentos
Science FictionApós um terrível acidente aéreo, os moradores da cidade de Englewood se vêem diante de estranhos acontecimentos envolvendo pessoas deformadas sedentas por carne humana. Em meio a tudo isso está Patrick, um bombeiro que se dispôs a ajudar as vítimas...