Visitante Inesperado

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Alexis andava de um lado para o outro, percorrendo todo o carpete da sala. Ligava para seu marido e também para Melanie, que já devia ter chegado. Fazia cerca de meia hora que havia conversado com a amiga.
Abriu novamente o Whatsapp e mandou diversas mensagens para ambos, na esperança de que algum deles respondesse, mas nada, nem se quer receberam as mensagens.
O jeito foi sentar-se outra vez e aguardar por mais alguma informação na TV. E Que de preferência fosse falando que tudo tinha voltado ao normal em Englewood.

***

Alexis acordou assustada após ter um pesadelo. Focou seus olhos na TV que continuava ligada, estava em estática.
Pegou o celular e se espantou ao ver que já se passava das três da madrugada, não devia ter cedido ao sono, pensou, enquanto se levantava. Andou até a janela e arredou a cortina vermelha, a rua estava deserta e todas as luzes das casas se encontravam apagadas. A única iluminação vinha de um dos postes de luz.
Tentou ligar novamente para Patrick mas não havia área, nem mesmo o WiFi estava funcionando.

- Que desgraça esta acontecendo? - jogou o celular no sofá, com raiva. Sentiu uma ondulação em sua barriga - não se preocupe - falou, enquanto acariciava a barriga - o papai já vai chegar, eu prometo.
Apesar de saber que o sexo do bebê era masculino, ela e Patrick decidiram escolher o nome apenas na última hora, pois estavam muito indecisos.

Alexis foi até a TV e começou a mexer nos cabos, tentando fazer com que o sinal voltasse, mas foi em vão. Pegou o celular outra vez e nada, todos os aparelhos naquela casa pareciam ter a abandonado quando ela mais precisava.
Patrick não havia chegado, Melanie também não e isso só lhe dava a certeza de que alguma coisa muito ruim estava acontecendo.
Após ficar alguns minutos sentada no sofá, chegou a uma conclusão, iria atrás da sua amiga e juntas seguiriam de moto até o centro de Englewood, a procura de Patrick.

Subiu até o segundo andar da casa e foi em direção ao seu quarto, abriu o guarda-roupas e se vestiu mais adequada para sair.
Voltou ao primeiro andar, desligou a TV que continuava em estática, pegou o celular sobre o sofá e andou até a porta principal.
Do lado de fora, ela se virou para trancar a porta. A madrugada estava fria e o silêncio foi interrompido por um grunhido perturbador. Alexis parou o que estava fazendo e se virou para a rua, a procura do que havia feito aquele som medonho.
Sua visão se focou em uma silhueta no fim da estrada, que ficava duas casas de distância. A figura logo avistou Alexis e começou a andar em sua direção, não dava para ver quem era pois estava fora do campo de iluminação.

- Oi - disse Alexis, hesitando. Ela olhou na outra direção da rua e esta também estava deserta, então voltou a se focar na figura que se aproximava aos poucos. Alexis segurava a maçaneta da porta, ainda não havia trancado.

A pessoa que perambulava nas sombras finalmente entrou debaixo da luz do poste. Era um homem meio gordo, não possuía lábios e nem cabelos, entre os seus dentes haviam tiras de carne e sangue. Ele encarou Alexis com seus olhos brancos e sem vida, em seguida começou a correr em sua direção.
Alexis assustada, vendo o estado em que aquele homem se encontrava, abriu rápido a porta e adentrou em sua casa, não precisava ser um expert para perceber que aquela coisa que corria em sua direção era uma ameaça.

Ela tentou encaixar a chave no buraco da fechadura, mas estava tremendo e a deixou cair. Quando abaixou para pega-la, se assustou ao escutar um violento golpe dado contra a porta.
Se recompôs e deu passos para trás, com os olhos ainda fixados na porta.
Alguém a golpeou novamente e após isso tudo voltou a ficar em silêncio, talvez o homem tivesse ido embora, pensou, parada no centro da sala. Mas sua pré conclusão foi mudada após ver a maçaneta girando.
A porta se abriu lentamente, revelando o a figura monstruosa do homem gordo que possuía ódio em seu rosto deformado.

Sem pensar duas vezes, Alexis correu para as escadas e começou a subir degrau por degrau em uma velocidade incrível, apesar da barriga enorme, ainda era bem ágil, principalmente se sua vida estivesse dependendo disso, como estava naquele momento.
O sujeito deformado não perdeu tempo e começou a segui-la, enquanto urrava, não se parecia nada com um humano normal. Alexis tropeçou, mas antes que pudesse bater com a barriga em um dos degraus, esticou os braços e se apoiou, ficando de quatro.
O homem agarrou uma de suas pernas, a fazendo gritar por socorro, enquanto tentava se livrar daquela mão ensanguentada.

Olhos CinzentosOnde histórias criam vida. Descubra agora