Carne Para Mim

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Enquanto isso, em algum lugar da cidade.

A casa estava completamente escura mesmo estando de dia. Isso se dava ao fato de que todas as portas e janelas do lugar estavam tapadas, algumas  por lençóis e outras por pedaços de papelão. Uma figura feminina caminhava pela residência indo em direção a cozinha. Ao chegar no local, ela aproximou-se do fogão e encarou o grande pedaço de carne que fritava na frigideira.

Desligou o fogo e sem pressa andou até o armário a direita do fogão. Pegou um prato e em seguida usou um garfo para perfurar a carne e a trazer até o recipiente. Ela o colocou o prato sobre a pedra da pia e pegou uma faca, para poder fatiar a carne.
E foi o que fez, cortou varias fatias e enfiou o garfo em uma delas. O levou até a boca e mordeu mais da metade, ferozmente. Logo após isso deixou a cozinha ainda com o garfo em mãos.  Ao chegar na sala, parou de andar e fitou todos os oito corpos de infectados que estavam pendurados por uma corda presa ao teto. Eles rosnavam tentando se soltar mas era em vão, suas mãos estavam muito bem amarradas.

— Sabe, até que o gosto de vocês é uma delícia. Não vejo a hora de comer mais — a mulher abocanhou o restante da carne que havia restado no garfo e em seguida deu uma longa rizada sinistra, olhando com prazer as criaturas balançando no ar.

Uma delas estava com um corte na barriga, feito pela mulher meia hora antes com o único proposito de arrancar o figado do infectado. Era a primeira parte que ela queria experimentar e agora seu desejo estava saciado. Por hora...

Olhos CinzentosOnde histórias criam vida. Descubra agora