Capitulo 10

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- O que? - gritei impressionada e pasma.

Meu pai coçou a testa em sinal de nervosismo, juntou as mãos e assentiu.

- Mas como? Eles não podem fazer isso - continuei a exclamar.

- Acabaram os 100 anos de prisão desse Lord of Time, e os capa vermelha se aproveitaram disso e já estão preparando pequenas tropas para sequestra-lo e mata-lo

- E não podemos fazer nada? Eles vão se tornar Lords of Time?

- Sim filha, o que podemos fazer é tentar sequestrar ele primeiro e proteger o Lord Destination - Meu pai alinhou as canetas da escrivaninha em ordem de cor, definitivamente nervoso - eles encontraram um veneno muito forte e que só há uma cura, a flor de Medusa.

Ja havia ouvido falar desta flor enquanto estudava os livros amarelados da historia do nosso mundo, meu professor particular - um amigo fiel de meu pai - mencionou que essa era a flor mais rara e perigosa do reino de Collen.

Como somos seres sobrenaturais, venenos comuns não surtem efeito. Essa flor é um dos únicos venenos que nos matam.

- Isso é horrível - murmurei.

- Mas temos uma esperança, o tempo desse Lord of time também espirou graças a sua maldade e ingenuidade.

- Então um novo Lord of Time pode ser proclamado com a sua morte? E o Lord Destination que o escolhe - falei aliviada.

- Temos esperança ainda, fale com Philliph por mim - pediu meu pai.

Como um flash as memórias da outra noite veio em minha mente e me desanimei.

- Tudo bem, falo.

- Juntem um grupo entre vocês, formem uma tropa. - ele sorriu gentilmente. - acredito em vocês.

...

Avistei Philliph a distancia, ele estava cortando lenha com um machado, expressão fechada e olhos ferozes como os da outra noite em que ele havia perdido controle.

- Philliph - chamei, ele dirigiu o olhar para mim. Em seus olhos vi uma certa tristeza, mas estava determinada a ser fria.

- Jane - ele veio em minha direção e estendeu a mão para pegar a minha, mas recuei.

- Meu pai pediu para informar que devemos formar uma pequena tropa para sequestrar o Lord of Time.

Ele recolheu a mão e tomou uma expressão um pouco seria, porem havia ainda o olhar triste.

- Ja fiquei sabendo de tudo, vou reunir 4 soldados e você reúne os que quiser.

- Tudo bem, tchau - virei as costas e fui em passos largos para longe do jardim da casa de Philliph, e ele continuou la cortando a lenha com mais força do que de costume.

Me senti mal por tratar Philliph com frieza, doeu ver aqueles olhos tristes. Ele fazia essa mesma expressão quando brigava mos quando criança.

Uma vez meu pai deu um canivete suíço para Philliph e fiquei dias sem falar com ele, por que eu havia pedido para meu pai um igual e não ganhei por ser garota.

Meu pai me protegia muito até os 25 anos, ele parou porque viu minhas habilidades e que sei me virar sozinha.

- Jane - gritou Kane - Os capa vermelha mandaram um Dragonomo matar a avó do Damon, seu aprendiz.

- Porque? - exclamei.

- Não gostaram de saber que convertemos um humano outra vez.

- Cade o Damon?

- Não vi ele desde que a noticia chegou aos ouvidos dele.

- Meu Deus ele vai fazer besteira

Corri para casa e procurei Damon em seu quarto e nos outros cômodos onde poderia estar. Abri a porta da biblioteca e vi um monte de livros revirados, livros sobres os monstros. Peguei meu arco e minha espada chinesa e corri o mais rápido que pude até Kaira minha dragão. Subi em suas costas e fui até o esconderijo dos Dragonomos - bichos que pesam toneladas e tem garras de leão e fucinho de dragão - eles se escondem em grandes cavernas e nessa cidade só havia uma.

Vi do alto Damon lutando com a fera, ele não tinha experiência alguma só havia treinado no campo. Damon enfiou a espada no peito da fera e ela se debateu jogando Damon longe, o Dragonomo na direção dele para esmaga-lo, levantou a pata enorme se preparando para mata-lo.

Peguei o arco das costas preparei a flecha, mirei e acertei na testa da fera que se desintegrou.

- Damon você esta bem - levantei ele com dificuldade, ele ficou de joelhos e eu também.

- Eu...

- Você é muito burro, não podia fazer isso. - falei segurando com as duas mãos em seu rosto sacudindo ele.

Ele abaixou a cabeça e começou a chorar de dor. Aquela dor insuportável de quando você perde alguém, ele soluçava e chorava.

- Eles mataram minha avó, eles partiram ela ao meio - diz ele chorando.

- Eu sei - tentei inutilmente consola-lo

- Por que tudo que eu amo morre? Por que ninguém me ama, ninguém fica comigo. - ele soluçou - Eu estou sozinho não tenho ninguem, ninguem me quer - ele fez uma pausa passando a mão nos olhos - meu pai me deixou, minha mãe meu avô e agora minha avó morreu, eu não tenho nada.

Estremeci e toda aquela dor de quando perdi meu tio e minha mãe voltou. Lembrei-me de quando chorei sozinha naquela sala com os corpos do meu tio e minha mãe ao meu lado. Me senti sozinha.

Vendo a dor do Damon me lembrei de seu sorriso sarcástico, quando ele me tirava do serio por algum motivo e quando ele me beijou. Não queria que ele se sentisse sozinho por que dentro de mim senti que nunca conseguiria deixa-lo sozinho, ele sempre seria meu. Meu aprendiz ou qualquer outra coisa, mas meu.

Sequei suas lagrimas com os dedos e ergui sua cabeça, nossos olhares de alinharam.

- Você não esta sozinho Damon, você tem a mim e eu tenho você para sempre. - falei.

Caçadores do Luar - A Ordem Dos Arqueiros Do LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora