Prólogo

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Faziam quatro horas que eu estava na porta do hotel esperando os meninos aparecerem. Acompanhava tudo nas redes sociais e eles estavam no terceiro programa do dia e sem previsão para voltar.

Eu estava quase desistindo, cansada, com fome e com várias fãs ao meu redor com o mesmo sentimento que eu: o medo dessa espera toda ser em vão.

Me sento encostada na parede e mando uma mensagem para minha melhor amiga Ágatha:

"Acho que vou voltar para casa, eles não aparecem ☹ "

"De jeito nenhum, esperou até agora, continua aí que já já eles aparecerem"

Respiro fundo e espero, conversando com algumas fãs que estavam comigo, até que alguns minutos depois, uma van preta se aproxima lentamente da porta do hotel. O meu coração acelera porque sabia: eram eles.

Grades são postas formando uma barreira entre nós e a van mas nada disso importa, apenas alguns passos de mim estavam os meus cinco caras preferidos. E eu estava a minutos de vê-los de perto depois de tanto tempo admirando pela tela do celular.

Um por um eles descem do carro, sorridentes iguais todos os outros dias que eles estavam no Brasil, começam a atender as fãs pelo lado oposto ao que eu estou e eu fico apenas os observando de longe e tendo a certeza que eu tinha os melhores ídolos do mundo.

O primeiro a se aproximar foi o Richard e o sorriso dele era o mais largo dos cinco. Ele abraçava apertado todas as garotas e conversava com cada uma.

Quando ele chegou perto de mim eu parei por um instante para me beliscar e acreditar que aquilo era real. Richard Camacho estava em toda sua beleza diante dos meus olhos. Ele abre um sorriso enorme para mim e eu o abraço dizendo um tímido "Hola", em seguida dou meu celular para ele tirar uma foto nossa e nem vejo o resultado, só o agradeço por esse momento.

Em seguida, aparece Joel e ele chega até mim com um sorriso tímido e falando em português e eu me derreto no mesmo instante. Ele era meu favorito e eu demoro alguns instantes a mais em seu abraço, sentindo seu perfume bom que eu não esqueceria tão cedo.

Na nossa foto, eu estou encostada com a cabeça em seu ombro e ele sorri sem mostrar os dentes fazendo com que a foto fique ainda mais fofa e eu ainda mais apaixonada do que já estava. Ele me diz um "obrigado" e entra no hotel e eu fico admirando até seu jeito de andar e suas costas.

Estou perdida em pensamentos quando vejo Erick, meio sem jeito aparecer na minha frente e eu fico intimidada pelos seus olhos verdes que pareciam enxergar até minha alma. Eu dou um abraço meio sem jeito nele e sinto seu cabelo macio quando passo minha mão, bem de leve, por ele. Tiramos nossa foto e ele segue caminhando.

Zabdiel aparece como um furacão. Não sei se por todo aquele tamanho ou pela maneira descontraída com que ele falava com todo mundo, caminhava rapidamente mas não deixava ninguém de fora. Ele me abraçou apertado, quase me levantando do chão e tirou quinze fotos comigo. Sim, eu contei e dessas apenas duas prestaram mas eu estava feliz demais para me importar com isso.

Fechando a fila estava Christopher, sendo...Christopher. Não entendo como alguém pode não gostar desse menino, sendo que ele dá toda a atenção a suas fãs, conversa com todo mundo e ri, minha nossa, aquela risada pessoalmente era ainda melhor do que eu imaginava.

Ele me cumprimenta com um "Hola hermosa" e eu o abraço pedindo a foto logo em seguida enquanto ele puxa papo por alguns segundos. Ele se despede de mim me dando um beijo na bochecha e uma piscada e naquele instante eu tenho certeza que estou no céu.

Era surreal. Naquela noite já em casa eu ficava repassando os acontecimentos em minha mente sem acreditar que tudo aquilo era real e que eu tive a oportunidade de viver tudo com a banda que eu tanto gostava.

Eu era fã de CNCO há alguns meses e era realmente viciada em suas músicas e em cada um de seus integrantes. Apesar de ter Joel como favorito, pois eu me identificava com seu jeito de ser, de me preocupar com o que as pessoas falavam, de ser uma pessoa muito família e apegada a minha mãe, eu admirava os cinco igualmente e vê-los todos juntos na minha frente e poder abraçar cada um era um sonho feito realidade.

Quando eles anunciaram a vinda ao Brasil, eu não podia acreditar que minha chance tinha chegado tão rápido e eu só agradecia por estar sendo testemunha do reconhecimento do talento deles em uma terra onde a música latina ainda não tinha tanta força. Mas eles conseguiram abrir o caminho e após uma divulgação intensa, estavam deixando o país.

Corri para o aeroporto, deixando meus pais bravos comigo, mas eu precisava me despedir deles ou tentar pelo menos uma última vez, já que não sabia quando eles estariam de volta.

Os vejo de longe e vou em sua direção, conseguindo um tchauzinho de longe e um abraço do Chris que prometeu que antes que eu imaginasse eles estariam aqui.

Agora já faziam duas semanas que eles tinham partido e eu estava de volta a minha rotina normal. Faculdade, acompanhar eles pelas redes sociais, ouvir o cd no modo repeat e divulgar para mais gente conhecer o trabalho deles.

Mal eu sabia que ser fã desses meninos era viver sempre recebendo uma surpresa. E a minha estava mais perto que eu imaginava.

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