Undecided Heart

Ecuador

Os dias com Christopher comigo passaram rapidamente. Parecia que eu tinha piscado e havia chegado o dia dele ir embora.

Apesar da faculdade, aproveitamos os dias para conversar muito, conhecer meus lugares favoritos e fiz Chris passar pelo teste final. Minha avó.

Não preciso nem dizer o resultado. Minha avó que adora fazer comida, junto com Chris que adora comer, foi uma tarde em que eu poderia sair rolando de tanta coisa que vi na minha frente. Sem falar que ela contou todos os meus micos ao longo da vida e as manias que eu tinha.

- Por favor meu filho, não demore a voltar – ela disse quando a gente estava se despedindo – Vou sentir sua falta.

- Antes do que a senhora imagine eu estarei de volta – ele sorriu e a abraçou apertado.

Agora eu estava em seu hotel ajudando a terminar sua mala. Ele era incrivelmente bagunceiro e eu tinha achado peças de roupa até embaixo da cama.

- Nunca vou me acostumar a despedir de você – ele comenta enquanto me envolve em seus braços.

- O pior de tudo é não saber quando vamos nos ver de novo – suspiro e escondo o rosto em seu peito. Não queria chorar na sua frente, só ia fazer nós dois sofrermos mais ainda.

- Eu tenho uma novidade para você – ele sussurra contra meu cabelo. Levanto o rosto para encara-lo.

- O quê?

- Vou passar meu aniversário no Equador e já organizei tudo com a sua mãe e a Sarah para você ir – ele sorri.

- Você fez isso? Eu não acredito Chris – envolvo seu pescoço e o beijo.

- Não seria completo sem você – ele beija minha testa – E assim você já conhece minha família.

- Tomara que eles gostem de mim – digo temerosa.

- Eles vão te amar, assim como eu.

- Obrigada por isso Chris, eu amo você.

- Você é meu presente e eu te amo mais – ele volta a selar nossos lábios antes de me soltar e pegar sua mala.

Seguimos para o aeroporto, toda minha família decidiu ir junto e me ajudou a não chorar enquanto nos despedimos.

Observo ele caminhar até sumir de vista e meu peito se aperta quando sinto os braços de Sarah e não os dele me envolverem.

Eu ainda teria um mês e meio até seu aniversário e a viagem para o Equador e só torcia para o tempo passar voando.

Christopher

Estar em turnê era incrível mas extremamente cansativo. Nós não tínhamos a oportunidade de conhecer os lugares, só saíamos do hotel para o local do show.

Com sorte iríamos a um restaurante diferente, atendíamos as fãs no hotel e víamos as paisagens da janela da van.

Eu sentia falta de Maya e ainda mais de casa e da minha mãe e mal podia acreditar que em breve teria tudo de uma vez.

Deixei nas mãos da minha mãe e do meu irmão para organizarem a festa e avisei para deixar o quarto de hóspedes pronto para Maya.

Agora era aguentar mais algum tempo nessa loucura de viagens até o meu merecido descanso.

Maya

- Você pegou o passaporte? Os documentos? – minha mãe perguntava e a sensação de déjà vu vem a tona. Estava de volta ao dia em que embarquei para Orlando.

- Mãe, está tudo certo ok? Pode relaxar – dou risada.

- Eu estou preocupada filha, você viajando sozinha para um lugar desconhecido – ela fala – Tem certeza que a Ágatha não pode ir depois?

- Não dá mãe, já tentei – Ágatha não iria comigo dessa vez pois estava enrolada com a faculdade e o trabalho – Mas vai ficar tudo bem.

- Estou com uma sensação ruim.

- Por favor mãe, chega – suspiro – Eu não sou criança e estou indo para casa do Chris, que você conhece e confia. Agora por favor, eu tenho que entrar.

Dou um abraço nela mas não escapo de ouvir mais sermões.

Quando entro no avião, respiro aliviada e recosto no meu lugar para descansar. Mando uma mensagem para Christopher e escolho um filme para passar o tempo.
...

Assim que consigo pegar minha mala, corro para fora. O aeroporto estava uma confusão e eu estava cansada da viagem.

Demoro a encontrar Chris mas assim que o vejo, sorrio. Ele me esperava com um buquê de flores vermelhas e um largo sorriso.

- Bem vinda ao meu país, se sinta em casa – ele entrega o buquê e me beija.

- Obrigada amor, estava morrendo de saudades – me aconchego perto dele e vamos até seu carro.

Ele me conta tudo o que aconteceu na turnê até agora, me falando curiosidades dos meninos, situações constrangedoras e engraçadas durante todo caminho. É uma viagem longa e contribui para eu me sentir ainda mais exausta.

Meu coração acelera quando ele enfim estaciona.

- Chegamos – ele anuncia – Nervosa?

- Muito – engulo em seco – E se eles não gostarem de mim? Se eu fizer alguma coisa de errado?

- Maya – ele me olha sério – É impossível não gostar de você, agora relaxa e vamos lá.

Suspiro e saio do carro, com minha mochila. Caminho atrás de Chris, que abre a porta e dá espaço para mim passar.

- Mãe, vó, essa é a Maya, minha namorada – ele diz orgulhoso – Maya, minha mãe Yenny e minha vó Piedade.

- É um prazer conhecer vocês finalmente – abro um sorriso nervoso.

Dona Piedade vem em minha direção e me abraça.

- Você é mais linda do que ele disse – ela sorri - Sinta-se em casa.

Agradeço sorrindo e me aproximo da mãe dele. Ela apenas estende a mão.

- Finalmente posso ver a garota que meu filho tanto fala – ela me olha de cima a baixo.

- O Chris também fala muito da senhora – respondo – É lindo ver a relação que vocês têm e o quanto ele a admira.

Ela dá um sorriso rápido e se vira para o filho.

- O quarto de hóspedes está ocupado, sua tia vai vir para cá – ela informa.

- O quê? Mãe, eu falei que o quarto era pra Maya – ele bufa.

- E eu ia fazer o quê? Deixar sua tia dormir na rua?

- Eu posso ir para um hotel, não tem problema – digo.

- Está vendo? Resolvido – Yenny se apressa em dizer.

- Nada disso, ela dorme no meu quarto então – Chris responde já pegando minha mala.

- O que? – Yenny lança um olhar furioso mas Chris não vê – Tudo bem então.

Decido segui-lo antes que algo mais aconteça e recebo um olhar nada agradável.

Os meus medos tinham se materializado. Minha sogra  não gostava de mim.