Capítulo Dois

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SETE DIAS DEPOIS

Ninguém sabe quem matou Melanie Baker. A notícia da morte dela se espalhou rapidamente pela cidade, todos ficaram sabendo que o corpo havia sido encontrado no jardim da família Miller. Encontrado pelo namorado da filha deles. Já havia uma semana desde a morte da jovem Melanie. Levaram o corpo dela e analisaram a procura de algum vestígio que poderia denunciar o assassino da garota, mas não encontraram nada. O que parecia improvável para Samantha, que queria respostas, mas ninguém lhe falava nada. Tudo que ela ouviu sobre o assunto foi porque sempre estava à espreita, ouvindo escondido, atrás da porta, ou perto da escada, sempre querendo notícias sobre o culpado.

Então, depois de tanto tempo enfurnada no quarto a espera de respostas, a própria Samantha começou a especular sobre quem seria a pessoa cruel que teria feito aquilo com sua melhor amiga. Passou noites remoendo e ficando cada vez mais amarga. Não recebeu a visita de nenhum amigo seu, nenhum, nem mesmo de seu namorado Josh. Não sabia se seria porque o pai teria espantado o rapaz dali para nunca mais voltar. Ele nem mesmo  mandou uma mensagem.

Sendo assim, Samantha passou dias enfurnada dentro do quarto, revendo tudo sobre Melanie. As fotos e vídeos, os bilhetes que elas trocavam durante as aulas entediantes e as mensagens. Ah, as mensagens. Depois de algum tempo após a morte de Melanie, Samantha queria ver o que a amiga havia mandado por último. Quando viu, foi como receber uma pancada. As duas conversavam sobre a visita de Josh a casa de Samantha naquela noite. A amiga disse que estava feliz pela outra e que o relacionamento dos dois era adorável, mas a última coisa que ela disse a Sam foi que estava atrasada para a festa e que as duas conversariam mais tarde. Elas não conversaram depois, nem mais tarde e nem nunca.

Quando viu a mensagem, algo explodiu dentro dela. O assassino estava na festa. A festa de Isaac Young. Ele convidou Samantha e Josh, mas os dois já tinham o tal compromisso marcado, então Melanie decidiu ir sozinha. Pelo menos assim imaginou Samantha. Ela levantou-se da cama e olhou em direção a árvore, e não soube o que fazer. Havia um sentimento profundamente inquieto dentro de si e desejava fazer algo. Tinha que fazer, mas não tinha respostas. As investigações sobre a morte da amiga ainda continuavam em aberto e decidiu, de um momento para outro, que precisava ir à delegacia. A primeira coisa que fez depois da sua decisão foi calçar os sapatos mais próximos e prender o cabelo, mas antes de abrir a porta lembrou-se que estava de pijama, então, deu a volta e decidiu vestir-se melhor. Enfiou-se em uma calça jeans qualquer e no moletom preferido e, enfim, saiu e desceu as escadas.

Ainda era cedo e naquele horário os pais de Samantha já tinham levantado para ir ao trabalho, bom, ao menos seu pai iria trabalhar. Já a mãe tinha tirado algum tempo para ficar com sua filha, afinal, estava sendo muito difícil a perda de Melanie para Sam, e a sra. Miller achava que a qualquer momento a filha tentaria se matar, mas não, isso não estava em mente, nunca esteve. Pelo menos, por enquanto. A única coisa que Sam queria fazer era descobrir quem era aquele assassino. Por isso, foi à cozinha avisar aos pais de sua saída.

— Vou sair — disse rapidamente, soltando tais palavras logo ao entrar no ambiente.

Os pais, que estavam sentados a mesa, a olharam confusos.

— Sair para aonde? — O pai encarou surpreso a filha por ouvi-la falar depois de tanto tempo calada.

Sam suspirou. Realmente não desejava falar, pois não considerava  importante.

— Tenho que resolver uns problemas — respondeu.

O homem mais velho levantou e colocou o prato e o copo sujo na pia, se virou e observou sua única filha.

— Resolver que problemas? — ele insistiu. Henry, o pai de Samantha, a fitou com um olhar sério. Ele era um homem de cabelos escuros e olhos claros, e tais cabelos ainda não se encontram brancos, apesar de estar na faixa de idade dos 50 anos. 

Obsessão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora