Capítulo Onze

2.6K 315 67
                                    

DOIS DIAS DEPOIS

Tudo voltou ao normal. Era o que Samantha tentava colocar na cabeça. Ela tomou a atitude de cortar a ideia de se aproximar de Thomas, pois ele não merecia sua atenção, no momento. Afinal, Noah tinha dito que Thomas havia dado seu depoimento e que havia o investigado e, mais tarde quando os dois se encontrassem, lhe contaria tudo. Tudo ficaria tranquilo novamente, era o que esperava. Ela não deveria se preocupar com nada, tudo se resolveria. A única coisa em questão era o assassino que estava à solta ou talvez mais do que apenas um, que assassinou sua melhor amiga e tentou fazer o mesmo com Lilly.

Samantha não sabia se voltaria a ter uma vida tranquila depois de todos os acontecimentos, mas tentaria. Lilly estava tentando e parecia animada para voltar à escola, principalmente porque estava na companhia de Charlotte, sua nova e velha melhor amiga, novamente inseparáveis. E mais uma vez Samantha estava sendo deixada de lado. Ela tentou não se importar, já estava acostumada em ser ignorada.

Enquanto acompanhava Lilly e Charlotte pelo corredor viu Thomas Parker fechando o armário e se virando. Os dois se entreolharam por um instante, ele tentou dar um sorriso para ela, que se manteve séria e continuou seguindo em frente. E houve outro encontro de olhares bem pior. Josh Turner estava parado no corredor, parecendo muito contente. Ele ria e se divertia como se nada tivesse acontecido. Ele ainda tinha os olhos levemente arroxeados e ela se deliciou com a imagem do rosto ainda machucado. Josh merecia muito mais do que dois olhos roxos, talvez um braço quebrado. Isso definitivamente acabaria com a vida dele. O faria ficar fora dos jogos de futebol e a virar um zero à esquerda na escola. Josh a observou de cima em baixo atentamente, o que a deixou ainda mais desconfortável.

Sam se acomodou em um canto distante do centro da sala — bem distante de Josh Turner e Thomas Parker, que aparentemente gostavam de ficar bem à frente da classe, — e ficou a rabiscar no próprio caderno. Elliot se sentou ao seu lado e deu um sorriso condescendente.

— Estou cansada... — ela murmurou, se debruçando sobre a mesa.

Elliot riu.

— Então durma, mas não na aula do professor Prescott... Ele odeia isso e ainda coloca de castigo — advertiu o amigo.

— Não cansada de sono, mas cansada de tudo.

Elliot arqueou a sobrancelha, observador.

— O que quer dizer com isso? — perguntou.

— Eu não vou me matar, Elliot. Não se preocupe. — Elliot revirou os olhos para a amiga.

— Eu sei que não, mas cansada principalmente de que? — insistiu ele.

— Eu não sei, mas tenho medo de que as pessoas que conheci não sejam, de fato, o que diziam ser.

— Então, você está cansada de mentiras — afirmou ele, observador.

— É, acho que é isso. De pessoas e de mentiras.

Elliot pareceu ofendido.

— Não cansado de você, é claro. Você sempre está do meu lado. — Os dois se abraçaram e escutaram um som irritante vindo de Sarah, que deveria soar meigo.

— Que lindinho! — Sarah riu e sentou-se em frente eles. — Não me chamaram para o abraço? Estou ofendida...

Ela colocou a mão no peito como se estivesse de fato ofendida, mas apenas estava sendo dramática.

— Vocês fizeram aquele trabalho? — Ela perguntou distraidamente.

— Que trabalho? — perguntou Sam e Elliot ao mesmo tempo.

Obsessão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora