Capítulo Vinte e Quatro

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Ouviu por um longo tempo seu pai reclamando do recente ocorrido. Ele dizia que a melhor opção no momento era se mudar da cidade. Depois da longa discussão que seus pais tiveram, Samantha finalmente foi para o quarto. Sua mente sempre voltava para aquele momento, na figura de Noah ao longe os observando. O seu coração se apertou ao relembrar. Sam deveria se sentir magoada em relação a ele, mas no momento pensava na noite em que o detetive declarou sua paixão por ela. Queria que aquela noite se repetisse e tentaria fazer tudo diferente, somente para não sair com o coração ferido daquele relacionamento.

E graças àquele encontro Samantha deixou Lilly ir embora sozinha, e por isso foi atacada pelo assassino. Noah mesmo amando-a tinha causado muitos problemas em sua vida. Ela sentia algo por ele e desejava arduamente que fosse apenas pena. A frustração dele era visível e esse era o motivo de sua preocupação por ele.

Samantha pegou o celular e percebeu que tinha recebido uma mensagem. Era de Thomas.

Consegui fazer minha mãe desistir do jantar. Eu quero que seja somente entre nós. Tudo bem pra você?

Ela não hesitou em responder a mensagem.

Como quiser. Mas quando vai ser esse jantar? Meu pai não quer que eu saía pelo resto da minha vida.

Thomas demorou um curto período de tempo para respondê-la.

Vamos esperar um pouco. Quem sabe na próxima semana?

Acho perfeito — respondeu Samantha imediatamente.

E a conversa parou por ali.

E como Samantha esperava, seu pai não permitiu que saísse pelo resto da semana. Mesmo que as aulas tivessem retornado ao normal. O velório de Charlotte aconteceu e eles preferiram não ir, por causa do que ocorreu no enterro de Olivia, e também porque Josh estaria por lá. 

Mesmo que as aulas tivessem retornado não sentia muita vontade de ir. Claro que encontraria Thomas e finalmente os dois poderiam conversar, mas ver Josh novamente não era algo muito satisfatório de se imaginar. E sendo assim, evitou a escola durante toda a semana. Quando em uma terça-feira cinzenta chegou e Samantha acordou cedo, percebendo que teria de voltar à vida costume.

Ir á escola, ser olhada, criticada, ofendida e amedrontada. Mesmo que tivesse amigos para defendê-la, ir a escola não era a mesma coisa. Os jovens estudavam, mas também se divertiam. Porém, as mortes recentes não colaboravam com a diversão. Ninguém sabia em que momento um crime brutal como aqueles que ocorreram iria acontecer, porque, afinal, todos esperavam que acontecessem outros.

Claire bateu na porta de seu quarto. A voz dela soou clara como os raios de sol que entravam pela cortina aberta.

— Querida, levante-se. Hoje você vai à escola.  — A mãe deu o ultimato.

Samantha não questionou, apenas resmungou ainda sonolenta. Arrastou o corpo para fora da cama e foi ao banheiro, precisava de um banho para acordar. Depois de vestida e limpa, desceu as escadas para tomar o café da manhã. Por sorte, naquele dia conseguiria chegar à escola sem estar atrasada. Comeu lentamente, pois não tinha pressa. Ao perceber que não poderia mais hesitar em ir à escola, concordou em ser levada pela mãe.

O carro parou bem em frente da entrada do colégio repleto de alunos. Eles interagiam entre si, andando, conversando e mexendo no celular. Sam quis dar a volta e entrar no carro, mas sua mãe já havia partido com ele. Agora era apenas ela.

Caminhou pelo gramado úmido e chegou até a porta de entrada. O corredor estava cheio. O ambiente estava quente e o calor atingiu seu rosto. Andar por entre todos alunos frenéticos e ansiosos foi inicialmente complicado, mas conseguiu se aproximar do armário. Samantha não tinha nada para pegar nele, somente parou ali e procurou alguém conhecido que poderia se aproximar e interagir. Ela se sentia em um mar de gente e aquilo estava se tornando angustiante.

Obsessão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora