Capítulo Vinte e Cinco

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A sala se encheu rapidamente. Os alunos conversavam em voz alta, parecendo não existir nada além deles. Samantha permaneceu sozinha por um tempo até Elliot finalmente entrar na sala, acompanhado de Lilly. A garota não parecia bem. Ela tinha olheiras bem visíveis. Sam não se surpreendeu, muito menos sentiu pena da amiga. Ela mesma havia passado por aquilo e ninguém a confortou.

Elliot deu um breve sorriso para Samantha e se sentou ao seu lado, deixando Lilly se sentar ao lado de um garoto qualquer.

— Olá, estranha — disse ele ao se sentar.

— Oi, Elliot, como está?

Elliot tinha os cabelos bagunçados e a camisa dele parecia úmida.

— O que aconteceu com sua camisa? — questionou a garota.

— Lágrimas — respondeu, simplesmente.

— Como as garotas estão?

— Elas estão enfrentando toda a situação bem, mas vai ser difícil superar.

— Imagino — comentou Sam. — Deve estar sendo difícil pra você também. Eu a vi pela última vez ao seu lado.

O rapaz assentiu.

— É...  — Elliot pareceu estar em outro mundo ao responder. — Mas depois ela sumiu. Tentei procurá-la. O detetive veio me perguntar se eu tinha falado com ela naquela noite.

— Ah... — Samantha se lembrou de ter dito ao detetive onde seu amigo morava. — Eu disse à ele que tinha visto você com ela naquela noite, pela última vez. Espero não ter causado nenhum problema.

- Claro que não, Sam. - disse Elliot, dando um sorriso de lado. - Ele me perguntou onde eu estava naquela noite depois que Charlotte desapareceu e eu disse que estava com Lilly.

— Ele falou com Lilly? — perguntou Sam.

— Lilly não me disse nada sobre o detetive ter ido conversar com ela — respondeu o rapaz. — Aliás, vocês dois voltaram?

— Claro que não — respondeu Samantha na defensiva. — Na verdade, estou saindo com outra pessoa.

— Thomas? — indagou o amigo. — Vi vocês dançando juntos naquela noite, pareciam bastante íntimos.

Sam riu.

— Ele me beijou. — Sam sentia que poderia contar qualquer coisa para Elliot. Ele era seu único amigo homem e quem confiava cegamente. — Na verdade, nós saímos antes das luzes apagarem, por isso o detetive pediu que Thomas e eu fôssemos à delegacia prestar depoimento.

Pelo menos uma parte era verdade. Samantha achou melhor não contar ao amigo que suas digitais foram encontradas na arma do crime, talvez Elliot não reagisse bem à aquela noticia.

— Fico satisfeito que você não tenha nada relacionado a isso. — Elliot deu um breve sorriso novamente, mas que dissipou de seu rosto rapidamente. — Mesmo que Charlotte fosse daquela maneira, ninguém poderia ser tão cruel para ter feito aquilo. Ela era uma garota muito machucada.

— Como é?  — Samantha riu com desdém. — Charlotte seria a última pessoa a ser assim, ela sempre foi tão cheia de si.

— Sam, você não soube?  — Elliot a encarou, bastante sério. — Charlotte tomava medicamentos controlados. Ela parecia sofrer de algum transtorno, e esses remédios foram encontrados dentro do estômago dela. Todos.

Samantha arregalou os olhos.

— Ela tentou se suicidar? Isso seria patético de se fazer em meio a tanta gente, até mesmo para ela.

Obsessão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora