Capítulo Vinte e Seis

1.7K 230 104
                                    

Quando se moveu na cama com lençóis macios sentiu como se seu peito fosse explodir. O ar frio tomou sua pele e percebeu que estava descoberta. Olhou para o lado e viu Thomas adormecido. A tatuagem de pássaro tomava conta de praticamente toda a clavícula dele, deixando-o atraente.

Samantha não se sentia mal pelo que tinha acabado de acontecer, sentia-se nas nuvens. Tudo tinha ocorrido perfeitamente e nunca se esqueceria de cada toque, cada beijo e suspiro. Ela sonharia durante todas as noites com Thomas. Ou em seus devaneios.

Procurou seu celular para ver as horas e ficou surpresa por ser meia-noite. Cutucou Thomas para acordá-lo. Teve que cutucá-lo novamente e recebeu um resmungo como resposta.

— Thomas? — chamou baixinho.

Os olhos dele se abriram lentamente. Sam admirou-se pelo tom azul piscina deles. Thomas sorriu ao vê-la. Puxou Samantha contra seu corpo.

— Eu preciso ir — disse Samantha, afastando-se.

— Não! — reclamou ele com a voz rouca.

— Já é meia-noite.

— Você tem que ficar. Passe a noite comigo. — Ao dizer isso ele estava totalmente consciente e a olhava fazendo bico.

Samantha riu.

— Vou me vestir. Se não quiser me acompanhar até a porta, vou entender.

— Eu a levo em casa — disse Thomas.

— Não é preciso, minha casa não é longe.

 —Mas é perigoso nessa hora da noite, Samantha — retrucou.

— Eu vim sozinha, posso voltar sozinha. — Thomas revirou os olhos.

Sam levantou-se e recolheu suas roupas. O rapaz permaneceu na cama, observando-a. Suas bochechas coraram por tanta atenção.

— Eu deveria não deixá-la ir — comentou Thomas, a voz cheia de desejo.

— E meus pais viriam pessoalmente me buscar. — Sorriu para ele. — Você não gostaria deles batendo a essa hora da noite na sua porta.

Thomas acompanhou a risada de Sam.

Depois de vestida, Thomas apenas vestiu uma calça de moletom, desceu as escadas e aguardou o beijo de boa noite. Ele fingiu estar irritado pela fuga de Samantha, mas ainda assim beijou-a minuciosamente. Ela não queria deixá-lo, porém, se despediram e Sam seguiu pela rua fria e escura de volta para a casa.

O caminho de volta era escuro e amedrontador. Sam sentia um pouco de medo. Cada rua, beco ou esquina escura a assustava. Mas dizia a si mesma que não demoraria em chegar em casa e quando estivesse no aconchego de seu quarto, finalmente poderia suspirar aliviada.

Tomou um grande susto enquanto passava em frente a uma casa e ouviu latidos. Um pouco desconcertada virou na esquina oposta de sua casa. Percebeu um pouco tarde e teve que dar meia volta. Já havia passado cinco minutos caminhando e estava uma pilha de nervos. Deveria ter aceitado a ideia de Thomas acompanhá-la.

Samantha olhou rapidamente para o celular conferindo se alguém havia telefonado, mas nem mesmo seus pais haviam tido o interesse de telefonar.

12h13min.

Mostrava no visor do celular. Apertou o passo. Samantha considerou correr quando pingos fortes de chuvas caíram em seu rosto.

Maldição, não poderia chover!

O tempo parecia passar lentamente e seu corpo acompanhava. A verdade era que Samantha se lembrava do que tinha acontecido há algumas horas atrás. O seu corpo junto ao de Thomas. Os beijos. Sorrisos. Ela se sentia tolamente apaixonada, e não se envergonhava absolutamente nenhum pouco disso.

Obsessão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora