Capítulo Trinta e Sete

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Não havia nada que levasse ao assassino. Nada. O ar saiu pesadamente dos pulmões de Noah. Parecia que algo o envolvia e sufocava aos poucos. A detetive Prescott bateu com força na mesa. O olho do homem latejou com um pouco de dor. O ferimento não estava se curando com tanta rapidez que esperava.

- Não há nada que nos leve a esse... Maldito serial killer. – esbravejou Lucy.

Noah coçou a cabeça. Ele compreendia aquele sentimento frustrante. Estava-o sentindo há meses e agora já havia se acostumado. Não completamente, é claro.

- Ele é muito esperto, como se já tivesse feito isso antes. – continuou a detetive. – Não podemos descartar Thomas Parker, ele é o nosso suspeito principal.

A mulher passou os dedos pela linha que levava a fotografia do rapaz no centro, e bateu duas vezes o indicando.

- Samantha Miller. – Lucy caminhou até a fotografia com o rosto sorridente de Sam. Ela estava muito bonita naquela foto, pensou Noah. – Não podemos descartá-la. Você antes havia posto-a como suspeita, entretanto descartou, mas sinto que há algo de errado com essa garota. Há algo estranho nela.

Noah quis retrucar, mas se manteve calado. Lucy estava apenas fazendo o trabalho dela. E Noah estava deixando-se levar pelos sentimentos que tinha por Sam.

- E também há os amigos. – A mulher indicou as fotografias de Nathan Brenner, Lilly Price e Elliot Cooper. – Os dois parecem ter bastante contato com estes três. E os pais. Não podemos descartá-los também.

Lucy parecia estar perdida em um transe profundo enquanto indicava a longa lista de suspeitos.

- Acho que a mãe de Samantha, Claire Miller, defende muito a garota. Claro que é a mãe dela, mas mesmo assim. E o pai também! – A detetive abriu uma pasta que estava sobre a mesa de Noah. – O homem parece estar constantemente irritado. E desaprovo o comportamento dele. E a mãe de Thomas também. Sem contar...

E Lucy prosseguiu a falar sobre várias coisas. Ele particularmente já havia repassado aquela situação dezenas de vezes. Mas ter uma mente nova na investigação havia melhorado um pouco as circunstâncias de Noah.

- E Josh Turner. – esse nome chamou a atenção do detetive. – Por que ele saiu da cidade sem um motivo? Os pais disseram que ele havia se cansado de morar aqui, mas não acho que seja argumento o suficiente. Acho que vou tentar entrar em contato com o rapaz.

A detetive Prescott bateu novamente na mesa, eufórica, e pegou o celular.

- Ah, merda.

- O que foi? – indagou Noah para a colega.

- O velório da garota. – Ela mostrou o horário para Noah. 16h37min. – É daqui a pouco. Você vai?

Noah balançou a cabeça, assentindo.

- Eu vou ao enterro.

- Por quê? – questionou curiosamente Lucy.

- Porque, normalmente, as coisas ficam piores durante o enterro. – respondeu Noah. Ele se lembrava perfeitamente da confusão durante o funeral de Olivia Carter.

Lucy deu uma risada baixa.

- Essa cidade é bastante complicada. E por que não seria? – a mulher continuou a rir consigo mesma. Noah queria compreender o motivo da graça. – Os problemas em cidades pequenas sempre atingem todos os habitantes. Isso pode tornar nosso trabalho mais fácil ou difícil. É melhor eu ir.

Ao dizer a última frase Lucy pegou a bolsa e se dirigiu até a porta, mas parou. Ela voltou-se para o detetive Guzman.

- E Feliz Natal, caso não o veja amanhã. – desejou Lucy Prescott. Ela logo se retirou da sala e foi para o ar frio do dia.

Obsessão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora