Não havia nada que levasse ao assassino. Nada. O ar saiu pesadamente dos pulmões de Noah. Parecia que algo o envolvia e sufocava aos poucos. A detetive Prescott bateu com força na mesa. O olho do homem latejou com um pouco de dor. O ferimento não estava se curando com tanta rapidez que esperava.
- Não há nada que nos leve a esse... Maldito serial killer. – esbravejou Lucy.
Noah coçou a cabeça. Ele compreendia aquele sentimento frustrante. Estava-o sentindo há meses e agora já havia se acostumado. Não completamente, é claro.
- Ele é muito esperto, como se já tivesse feito isso antes. – continuou a detetive. – Não podemos descartar Thomas Parker, ele é o nosso suspeito principal.
A mulher passou os dedos pela linha que levava a fotografia do rapaz no centro, e bateu duas vezes o indicando.
- Samantha Miller. – Lucy caminhou até a fotografia com o rosto sorridente de Sam. Ela estava muito bonita naquela foto, pensou Noah. – Não podemos descartá-la. Você antes havia posto-a como suspeita, entretanto descartou, mas sinto que há algo de errado com essa garota. Há algo estranho nela.
Noah quis retrucar, mas se manteve calado. Lucy estava apenas fazendo o trabalho dela. E Noah estava deixando-se levar pelos sentimentos que tinha por Sam.
- E também há os amigos. – A mulher indicou as fotografias de Nathan Brenner, Lilly Price e Elliot Cooper. – Os dois parecem ter bastante contato com estes três. E os pais. Não podemos descartá-los também.
Lucy parecia estar perdida em um transe profundo enquanto indicava a longa lista de suspeitos.
- Acho que a mãe de Samantha, Claire Miller, defende muito a garota. Claro que é a mãe dela, mas mesmo assim. E o pai também! – A detetive abriu uma pasta que estava sobre a mesa de Noah. – O homem parece estar constantemente irritado. E desaprovo o comportamento dele. E a mãe de Thomas também. Sem contar...
E Lucy prosseguiu a falar sobre várias coisas. Ele particularmente já havia repassado aquela situação dezenas de vezes. Mas ter uma mente nova na investigação havia melhorado um pouco as circunstâncias de Noah.
- E Josh Turner. – esse nome chamou a atenção do detetive. – Por que ele saiu da cidade sem um motivo? Os pais disseram que ele havia se cansado de morar aqui, mas não acho que seja argumento o suficiente. Acho que vou tentar entrar em contato com o rapaz.
A detetive Prescott bateu novamente na mesa, eufórica, e pegou o celular.
- Ah, merda.
- O que foi? – indagou Noah para a colega.
- O velório da garota. – Ela mostrou o horário para Noah. 16h37min. – É daqui a pouco. Você vai?
Noah balançou a cabeça, assentindo.
- Eu vou ao enterro.
- Por quê? – questionou curiosamente Lucy.
- Porque, normalmente, as coisas ficam piores durante o enterro. – respondeu Noah. Ele se lembrava perfeitamente da confusão durante o funeral de Olivia Carter.
Lucy deu uma risada baixa.
- Essa cidade é bastante complicada. E por que não seria? – a mulher continuou a rir consigo mesma. Noah queria compreender o motivo da graça. – Os problemas em cidades pequenas sempre atingem todos os habitantes. Isso pode tornar nosso trabalho mais fácil ou difícil. É melhor eu ir.
Ao dizer a última frase Lucy pegou a bolsa e se dirigiu até a porta, mas parou. Ela voltou-se para o detetive Guzman.
- E Feliz Natal, caso não o veja amanhã. – desejou Lucy Prescott. Ela logo se retirou da sala e foi para o ar frio do dia.
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Obsessão [CONCLUÍDO]
Misteri / ThrillerObra concluída. 2º lugar na Categoria Terror do Concurso Who Is The Best? 2º lugar na Categoria Mistério/Suspense do Concurso Diamond Writers 3º lugar na Categoria Revelação do Concurso Diamond Writers Samantha Miller é uma típica adolescente de 17...