Capítulo Treze

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O tempo passou lentamente. Samantha escutou o barulho do relógio. Tic Tac. Chegava a ser irritante e não conseguia dormir.

02h37min

Já havia passado três horas desde que se despediu de Noah. Ele não parecia muito animado com toda a situação. Entretanto, Samantha estava entusiasmada. Nada poderia tirar aquela sensação de si. Porém, no meio daquela noite começou a se sentir incomodada. Algo dentro de seu peito não a deixava dormir. Seu coração estava acelerado. Ansiosa. Ela estava apavorada e ansiava por respostas, mas tinha algo a mais. Levantou-se da cama e foi até a janela espreitar entre as cortinas. O silêncio e a solidão tomavam conta de cada rua da pequena cidade, acompanhando o ritmo do vendo que batia no vidro da janela de seu quarto.

Contudo, tinha um único lugar que não acompanhava esse ritmo medonho. O som alto impregnava o ambiente, as pessoas acompanhavam o ritmo — pelo menos algumas — e as bebidas eram ingeridas rapidamente por muitos jovens já embriagados. Mas, bem ali, no andar de cima ouviu-se um grito estridente. Qualquer um poderia dizer que havia sido uma garota gritando, mas viram saindo do banheiro Nathan Banner com o rosto horrorizado e as mãos sujas de sangue.

O murmúrio se espalhou por todo local. Pessoas choravam, gritavam e ficavam chocadas. Não demorou cinco minutos para que todos os jovens que frequentavam o lugar soubessem do ocorrido. Ali, em uma festa na casa de um jovem qualquer, o corpo de Olivia Carter foi encontrado dentro da banheira cheia de água e sangue. Ela foi encontrada morta pelo namorado Nathan Banner. Era o que repetiam todas as pessoas que deram o depoimento à polícia.

As mesmas perguntas se repetiam. Quem poderia ter feito aquilo? Por que deixaram o corpo dela exposto em um lugar como aquele? Vocês vão conseguir encontrar a pessoa que matou ela?

Noah sentia a garganta doendo de tanto repetir a mesma coisa. Não sabemos ainda. Provavelmente queria que alguém encontrasse o corpo dela. Esperamos que sim. Naquele momento não importava as perguntas pra ele. Ele se sentia frustrado e odiava a si mesmo pelo o que estava acontecendo. Bem ali, no meio de vários jovens, um corpo havia sido encontrado e todos diziam a mesma coisa. Não tinham visto absolutamente nada. Estavam ocupados demais dançando ou embriagados. Aquele era definitivamente o pior caso da vida de Noah. Porém, tinha algo que o deixou mais curioso. Será que Samantha sabia que haviam encontrado uma de suas amigas mortas? Então, ele decidiu ligar para ela. Ele mesmo daria essa notícia, antes de qualquer pessoa.

Toque repetitivo irritante, pensou Noah. Era a sétima vez que estava ouvindo aquele toque e ela ainda não o havia atendido. Noah olhou em volta, observando a quantidade de jovens diminuindo. Muitos já haviam ido embora do local, mas outros pareciam curiosos para saber o desenrolar da trama. Naquele momento ele notou um rosto familiar. E amaldiçoou tudo. Samantha surgiu entre as dezenas de adolescentes. O que ela estava fazendo ali? Noah ainda não sabia.

Decidido, caminhou na direção dela.

Samantha viu da janela de seu quarto vários carros de polícia passando em frente da sua casa

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Samantha viu da janela de seu quarto vários carros de polícia passando em frente da sua casa. Ela estranhou aquilo pelo horário, mas também nunca vira tantos carros da policia indo na mesma direção. Momentaneamente se assustou. Vestiu rapidamente alguma roupa qualquer que pudesse usar para sair. Ela sabia que estava fazendo errado ao sair naquele horário, mas simplesmente não conseguia conter a própria curiosidade. Quando se viu parada em frente à casa de Alysa Reed, onde deveria estar acontecendo à festa que todos estavam comentando na escola, estranhou.

Sam olhou em volta procurando um rosto conhecido. Nenhum. Claro que conhecia algumas pessoas que estavam ali, eram colegas de escola. Mas não encontrou nenhum de seus amigos. Passou entre as pessoas e viu Noah parado bem próximo de onde ela estava. Parecia preocupado tentando ligar para alguém. Samantha sentiu seu celular tocando e pegou para atendê-lo. Quando olhou para a tela, viu o nome de Noah piscando. Ela ergueu os olhos e percebeu que ele havia avistado-a. Noah veio em sua direção. Tinha o olhar preocupado e tenso. Samantha abriu os lábios para dizer algo, estava constrangida por ter sido pega ali. O que ele pensaria dela? Acharia que ela tinha mentido para ele dizendo que ficaria em casa.

— O que está fazendo aqui? — perguntou Noah.

— Eu... — Samantha gaguejou. — Eu vi os carros passando, precisei vir atrás. O que está acontecendo?

Noah passou a mão no cabelo, parecendo frustrado e ao mesmo tempo belo.

— Samantha... — ele hesitou. — É complicado demais, você não deveria estar aqui.

— Como assim? Noah, diga-me o que está havendo! — pressionou a garota, exasperada.

Ele umedeceu os lábios, pensando em como iria dizer o que aconteceu.

— A sua amiga... — Sam arregalou os olhos e olhou em volta procurando alguém. Deveria estar ali. Ela tinha dito que estaria ali... Falara a aula toda que iria à festa. Será que... — Olivia...

Quando escutou aquele nome sentiu as pernas bambearem. Ela sabia que o que estava prestes a fazer era errado, mas mesmo assim o fez. Samantha escapou de Noah e correu em direção a casa. Ela não soube como conseguiu forças para passar por varias pessoas tentando impedi-la a todo custo de entrar. Você não pode entrar aqui. Escutou dezenas de vezes enquanto subia as escadas. No ultimo instante, quando estava tão perto do esperado, sentiu mãos agarrando seus braços. Ouviu seu nome sendo chamado. Todavia, Sam já sentia seus olhos cheios de lágrimas. Aquilo não poderia estar se repetindo novamente, dizia para si mesma.

Quando ergueu os olhos, viu o Delegado Wilson na sua frente, fitando-a.

— Tem certeza que quer ver isso? — perguntou ele. Samantha balançou a cabeça, afirmando. Ela necessitava. Naquele momento só queria ter certeza.

— Não acho que seja uma boa ideia... — intrometeu Noah, que ainda a segurava.

— Deixe-a ver — permitiu o Delegado Wilson, dirigindo-se à uma mulher com uma câmera em mãos. Ela concordou.

Noah soltou Samantha lentamente e a deixou ir. Sam deu poucos passos e ficou em frente à porta do banheiro aberta. Havia alguns policiais analisando o corpo. Eles se afastaram, dando uma imagem clara do que encontrava-se dentro da banheira. O corpo de Olivia Carter estava ali. O sangue e a água se misturavam e transbordavam a banheira. Ela tinha os pulsos e garganta cortados. Os olhos abertos fitavam o teto do banheiro. Aqueles olhos que poderiam ter visto a face do assassino e a boca aberta como em um grito que nunca sairia de seus lábios.... Olivia Carter havia sido morta cruelmente. 

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