Capítulo Três

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TRÊS DIAS DEPOIS

Os dias passaram pouco a pouco e parecia que a cada minuto algo iria acontecer com Samantha. Ela criou a expectativa de que algo novo e diferente a surpreendesse e a fizesse sentir-se melhor, mas a única coisa que tinha naquele momento era seus pais que a confortavam. Não teve nenhum sinal de Josh depois daquele dia, claro, pois tinha dito à ele para ficar longe dela e ao menos havia obedecido, mas no fundo queria a presença dele bem ali. Os braços a envolvendo e a fazendo se sentir segura. Mas não. Durante o curto período de três dias, Samantha permaneceu em casa, contudo, naquela noite queria fazer algo, por isso, desceu as escadas, saindo do quarto, e foi até sua mãe, que parecia distraída com algo que passava na televisão.

— Mãe! — Samantha a chamou.

Sua mãe, Claire, tinha um rosto doce e gentil, aparentava já ter passado dos 50 anos, claro, pois as mechas castanhas de seu cabelo aos poucos ficavam brancas. Com seus cabelos castanhos na altura dos ombros, rosto arredondando e olhos verdes, conheceu Henry quando tinha 23 anos e, mal começaram a namorar, já se casaram. Quando sua mãe contava a história de como se conheceram, dava pra ver como parecia apaixonada e mais jovem. Quando Samantha a chamou, ela se assustou por um momento e depois seu rosto pareceu aliviado.

— O que foi, querida? — perguntou sua mãe, gentilmente.

— Eu quero ir ao túmulo de Melanie — respondeu Samantha.

— O quê? A essa hora da noite, Samantha?

— Sim.

— Mas, querida, está bem tarde, por que não vamos amanhã? — insistiu a mulher, com um olhar condescendente.

— Eu quero ir agora.

— Samantha! – Claire falou em alto e bom som, parecendo irritada. Ela se levantou e desligou a televisão. — Volte para o seu quarto e amanhã vamos ao túmulo dela, mas agora, a essa hora da noite, não!

Samantha engoliu em seco, percebendo que a mãe estava furiosa, então virou-se e correu de volta para o quarto, batendo a porta irritada. Claro que Sam não tinha o direito de estar irritada, mas desejava fazer algo. Não visitou o túmulo de Melanie e sentia-se culpada por isso, pois não tinha coragem de ir, mas agora Sam sabia que era o momento certo.

Então, depois de ter passado um tempo indeterminado presa ao quarto, escutou uma batida na porta e a voz do pai do outro lado.

— Posso entrar? — perguntou ele.

Samantha suspirou e levantou-se, indo até a porta e a destrancando. Voltou para a cama e se encolheu, abraçando os joelhos. Seu pai entrou e deu um sorriso breve para ela, mas esse sorriso não chegou até seus olhos verdes.

— O que você quer? — Samantha perguntou, abraçando-se mais.

— Querida... — ele murmurou, sentando-se diante da filha e a abraçando.

E isso foi o estopim. As lágrimas caíram sem parar, seu pai a segurou firmemente contra o peito, como se tentasse mantê-la inteira, como se a qualquer momento fosse quebrar.

— A sua mãe não fez por mal, meu bem — justificou o sr. Miller. Samantha balançou a cabeça afirmando, entendendo e sabendo que agiu errado. — Sam, não se preocupe, tudo vai ficar bem. Tudo vai ficar bem...

Seu pai permaneceu repetindo essas palavras até que ela caiu em um sono profundo, se sentindo segura nos braços de seu pai.

Seu pai permaneceu repetindo essas palavras até que ela caiu em um sono profundo, se sentindo segura nos braços de seu pai

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Obsessão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora