CAPÍTULO SEIS: O ATAQUE

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Lembro da sensação de ser puxada para cima por duas mãos enormes, como se eu não pesasse nada e ser lançada contra o chão duro de terra. Estava tão escuro que eu mal conseguia enxergar. Vi uma sombra ser arrastada para fora da carruagem depois de mim, mas não pude distinguir quem era. Depois lembro dos gritos de homem e de mulher. Horríveis, apavorados. E então o silêncio.

Um dos homens caminhou na minha direção e não poderia ter soado mais calmo quando falou:

– E agora, a princesa...

E apesar de todo o pavor e o medo que me consumiam, eu entendi. Entendi que era a minha vez de morrer. Vi o homem brandir a espada na minha direção e tentei fechar os olhos, mas não consegui. De qualquer maneira tudo estaria terminado em alguns segundos.

Mas então o homem parou, com a espada no ar, como se tivesse mudado de ideia no último instante. Seus joelhos cederam e ele caiu pra frente, a poucos centímetros de mim. Me arrastei para longe, soluçando, e vi uma espada cravada em suas costas. Ele estava morto.

Olhei em volta, enquanto meus olhos se adaptavam a escuridão da noite, ainda apavorada, quando vi Nicolai, arfando, por detrás do corpo que tombara ao meu lado. Ele havia matado o homem que nos atacara.

– Onde está o outro? – eu gritei – Eram dois homens.

– Está ali – ele apontou, sem fôlego, para uma sombra imóvel.

– Está morto?

– Sim.

O medo ainda estava espalhado por todo meu corpo. Eu nunca ficara tão perto assim da morte. Nunca tivera antes minha vida em perigo. E haveria mais homens? Escondidos na escuridão, esperando para nos matar?

– E os outros? – perguntei olhando desolada para a carruagem.

– Mortos.

Olho para Nicolai sem saber como me sentir em relação a ele. O menino que me fez chorar algumas horas atrás acaba de salvar minha vida.

– Você matou dois homens – é tudo que eu consigo dizer.

– Na verdade, o primeiro quase me matou antes – ele responde.

Só então eu noto que ele continua curvado, como se estivesse sem ar. Ele tira um dos braços de cima do estômago e eu vejo que suas roupas claras estão empapadas de sangue.

– Você está ferido? – pergunto quase gritando.

Mas tudo que ele faz é cair para frente, desmaiando. E eu tenho minha resposta.


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Próximo capítulo: 28 de janeiro

Próximo capítulo: 28 de janeiro

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