CAPÍTULO DEZESSEIS - VERDADES E SEGREDOS

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Meu próximo encontro com Lucas é um desastre. Estou desatenta, nervosa, impaciente. Estou me comportando com ele, como me comportei com Nicolai e isso machuca meu coração porque sei que ele merece mais de mim, sei que eu quero lhe dar muito mais. Mas não posso. É como se eu finalmente tivesse começando a enxergar a realidade. Sim, sinto algo muito forte por Lucas, mas vou me casar com Nicolai e não há nada nem ninguém que possa impedir isso. Casar com Nicolai é muito mais do que uma obrigação, é meu dever.

Quando nos despedimos, Lucas beija meus lábios, mas eu viro meu rosto para o lado. Digo que estou cansada, minto que estou ficando doente e antes de descer lhe lanço um olhar de tristeza. É um olhar de despedida e ele sabe disso.

– Você virá semana que vem, não é? – ele pergunta, ansioso.

Imagino que eu não poderia abandona-lo desse jeito. Que antes de romper o que quer que seja que nós temos, deveria lhe dar explicações e justificativas. Então sim, eu virei no próximo encontro. Próximo e último.

– Claro – falo com firmeza – Eu prometo.


Os dias passam voando e quando vejo a lua cheia surgir no ponto mais alto do céu, sei o que aquilo significa. É o dia de dizer adeus a Lucas.

O que mais me dói é saber que ele já suspeita das minhas intenções e eu terei de confirma-las. Aquilo parece mais difícil que minha decisão de aceitar o noivado de Nicolai, mais difícil do que abandonar minha família rumo ao desconhecido. Então pela primeira vez admito que estou apaixonada por Lucas. Finalmente ouço meu coração e a voz dentro de mim que chama pelo nome dele. Finalmente, no dia em que terei de por um fim em tudo. Um fim em nós.

Assim que chego na torre, ele já está me esperando. Respiro fundo. Peço forças para conseguir levar aquela missão até o fim.

Só que Lucas fala antes de mim.

– Vamos fugir!

– O quê? – pergunto, surpresa.

– Eu pensei em tudo! O irmão de minha mãe é um Visconde, ele tem suas próprias terras longe daqui, nós podemos pedir abrigo e viver lá, disfarçados. Poderíamos nos casar. Seria uma vida mais simples, muito mais simples do que você está acostumada, mas pelo menos estaríamos juntos.

Casar. Juntos.

Aquele é um sonho sedutor, uma promessa de uma vida a dois feliz, como eu nunca imaginei que poderia ter um dia. Mas é só isso, um sonho.

– Lucas... eu não posso.

– Por causa dele?

– Nicolai não tem nada a ver com isso!

– Como não? Você é a noiva dele.

Fiquei imaginando se algum dia Lucas me vira com Nicolai, se vigiava nossos encontros. Se percebeu como nos últimos dias eu tinha estado menos distante, como eu conversava e ria com o príncipe. Como eu pegava em suas mãos e deixava que ele beijasse as minhas. Ele sabia que eu estava me afastando, sabia que meus deveres pesariam mais que as vontades do meu coração. E foi por isso que ele forjou esse plano, esse plano desesperado de uma fuga, um casamento secreto e uma vida de disfarces.

– Você não entende – não estou mais com minha voz exaltada, estou séria e me sentindo exausta – Eu sou muito mais do que a noiva de Nicolai. Eu sou a única coisa que existe entre o fim da guerra e a paz entre os reinos. Meu noivado vai selar a trégua entre Agneya e Yas para sempre. Será o fim das batalhas, das mortes, da dor e da perda. Seus irmãos voltarão para casa vivos graças a mim! Lucas, nós temos alguma coisa, não vou negar isso. Mas antes de qualquer sentimento que eu possa ter, tenho meu dever como uma princesa. Mas você nunca vai compreender isso... você é só um cavaleiro.

Não falo aquilo para magoá-lo, para diminuí-lo. Falo porque é a verdade. Lucas nunca vai entender a extensão da importância das minhas ações. Mas ele não parece magoado. Na verdade, ele tem um sorriso triste nos lábios.

– Não, Kaya, é você que não entende. Você não pode impedir a guerra.

– O que você quer dizer? Esse é o meu único objetivo aqui.

Ele pega nas minhas mãos.

– Eu queria poder te revelar isso só quando estivéssemos longe daqui, longe do castelo e do rei... mas o ataque a nossa carruagem não foi realmente um ataque.

– O quê?

– Foi uma armadilha. Para você.

– O que você está dizendo?

– Você deveria ter morrido naquele dia.


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Próximo capítulo: 21 DE MARÇO

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Princesa de Dois Reinos [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora