Três

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Austin Letter

Donna tinha recebido uma encomenda grande cheia de equipamentos novos, nós estávamos todas desembrulhando e limpando.

— Essas lentes aqui podem cegar alguém. — diz Britannie com um sorriso nos lábios.

— Essa é a intenção, sempre tem aqueles clientes chatos. — diz Donna e pisca para nós.

— E esse tripé é perfeito para o meu tamanho. — pego um tripé pequeno e as duas riem.

Eu adorava passar meu tempo com elas, na minha casa eu e minha mãe não tínhamos muito contato se não brigar. E com elas, por mais que seja trabalho eu me sentia confortável.

— Austin a Lana está com saudades de você, quando você irá lá jantar conosco? — Britannie pergunta dobrando algumas telas.

— E eu estou com saudades dela, preciso ir lá. Prometo que visitarei vocês logo. — ela revira os olhos sabendo que eu já disse isso muitas vezes.

O celular da loja soa e as duas olham para mim como se implorassem para eu atender.

— Preguiçosas. — lanço para elas e as mesmas fazem uma careta.

Me levanto e atendo.

— Photos Werlin, Boa tarde.

— Austin? É você? — a voz da mãe de henry soa do outro lado da linha.

— A própria, que surpresa boa ouvir você Sra...

— Pode me chamar de Meredith querida.

— Então, o que seria para você, Meredith. — sorrio ao pronunciar seu nome, era um belo nome.

— Vou fazer meu aniversário aqui em casa semana que vem, eu gostaria muito de você aqui. Você e sua equipe, claro. — consigo ver o quanto ela estava ansiosa.

— Seria uma grande honra. Podemos marcar data e horário? Posso ver aqui na agenda e te aviso.

— Seria ótimo.

Marcamos as datas certinho e nos despedimos. Ela era uma amor.

Henry havia me deixado curiosa, ele era um rosto conhecido, seu nome era conhecido. Ele tinha olhos azuis que me fizeram perder o fôlego, seria um prazer ver ele de novo, literalmente. Mas seu mau humor era contagiante, fico até um pouco chateada por pensar que a culpa disso pode ter sido minha.

Mas eu não tinha falado nada de errado, ou pelo menos eu achava que não.

— Temos mais um evento marcado para a próxima semana. — digo voltando para ajudar as meninas.

— Que ótimo, o que você acha, vamos precisar das lentes novas? — diz Donna com a lente cega pessoas nas mãos.

Sorrio para elas.

— Talvez para um certo garoto.

Elas não me questionaram sobre isso.

Depois do trabalho fui para casa e já cheguei ouvindo uma gritaria da rua, procuro minhas chaves e assim que abro a porta vejo meu pai e minha mãe discutindo.

— Você tinha que beber? Não podia esperar até fechar a loja? — esbraveja minha mãe.

— Você não entende, nem adianta explicar. Você nunca me entendeu Lívia. — grita meu pai.

— Vocês querem me falar o que está acontecendo aqui? — cerro meus dentes e olho para eles.

Minha mãe pousa seus olhos em mim.

DanificadoOnde histórias criam vida. Descubra agora