Oito

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Austin Letter

Eu não conseguia mais encarar Henry, depois de nosso episódio juntos em sua casa eu simplesmente não conseguia o encarar sem corar até a morte.

Não fui lá depois disso, e ele reclama todo santo dia.

— Qual é, já faz uma semana que você não vem aqui. Você não precisa trabalhar de noite.

— Eu sei, eu sinto muito mas não da mesmo. — digo enrolando ele enquanto empilhava as caixas para guardar no carro.

— Aquele dia você veio aqui tarde da noite e eu não me importei.

— Sinto muito por aquilo, é que eu estava triste e precisava de um ombro amigo. Não vai acontecer de novo.

— E por que não? — ele questiona confuso.

Ele tinha razão, eu estava sendo estúpida demais. Éramos amigos, precisávamos da companhia um do outro. E não é como se eu quase encostasse nas suas partes íntimas sem querer ou ele acariciar meus lábios, eu nem dormi abraçada nele nem nada.

Pânico tomou conta de mim naquele momento.

— Austin? Está aí? — ele fala no telefone me tirando de meus pensamentos.

— Tá, tudo bem. Amanhã de noite vou aí, hoje eu tenho um evento importante.

Eu não estava mentindo, hoje era o dia de um dos eventos mais esperados pela Britannie e pela Donna.

Era aniversário de um empresário famoso, onde teria muitas pessoas famosas. Nós precisávamos ir muito bem nessa, tirar as melhores fotos possíveis.

— Tá bom, se vemos amanhã. Tchau. — com sua voz ríspida desliga o telefone.

— Grosso. — falo desligando o telefone, mas já sabendo que ele não ouviria.

— Falando sozinha Austin? O nervosismo está afetando você?

Britannie estava cheia de caixas na mão assim como eu e coloca todas no chão descansando um pouco ofegante.

— Não estou nervosa. É apenas mais um evento, vai ficar tudo bem.

— Regras de hoje, nada de bancar a esquisita. Ou seja, nada de encarar.

— Mas eu...

— Não.

— Eu adoro fazer isso e...

— Não.

Olho frustada para ela, ela tinha ganhado essa.

Ajudo ela a organizar as coisas que iríamos levar e depois finalmente me libera para ir para casa.

Já se passou uma semana desde a briga com minha mãe, ela não tinha comentando comigo sobre isso então apenas seguimos em frente.

Minha mãe finalmente teve coragem e mandou meu pai embora de casa. Claro que eu não queria ter que chegar a esse ponto, eu amava ele, mas ele morando com nós não estava funcionando. Através disso minha mãe estava mais calma, ela ainda trabalhava como faxineira mas eu ajudava com meu trabalho. Alimentar duas pessoas é melhor do que três.

— Tenho um evento hoje. Tudo bem por você ficar sozinha?

Minha mãe estava atirada no sofá com um balde de pipoca do seu lado. Ela dirige seu olhar ao meu e vejo sua cara de não me importaria menos, depois ela volta a ver TV.

Ignoro e tomo um longo banho e depois ponho meu uniforme. Britannie estava me esperando na frente de casa quando sai.

— Você está linda. — sorrio para ela agradecendo seu elogio.

DanificadoOnde histórias criam vida. Descubra agora