Danificado

Vinte

Dois meses depois

Henry Holloway

Passei na minha segunda prova.

Todo mês Ryan fazia uma prova para mim sobre todas as informações de lutas que ele me ensinava. Eu já tinha passado em todas que ele havia aplicado até agora.

— Daqui a pouco quem vai dar aula é você. — diz Ryan e depois ri de sua própria piada.

— É como dizem, o aprendiz superou o chefe. — digo me gabando pra ele.

Ele une as sobrancelhas e me encara com um olhar confuso.

— Ninguém disse isso.

Dou de ombros.

— Eu disse.

Ele revira os olhos e joga a prova pra mim.

— Mais uma gabaritada, parabéns amigão.

Eu gostava das aulas de Ryan, de um tempo pra cá nós nos tornamos muito amigos. Eu inicialmente era muito seu fã, agora eu nem lembrava mais que ele era famoso.

Pergunto a ele o que estava impregnado em minha cabeça a alguns dias.

— Você acha que eles vão encontrar alguma coisa? Você sabe, uma cura ou sei lá, algo...

Já fazia uma semana desde que sua equipe médica foi para a Europa estudar mais afundo sobre minha situação.

— Eles são bons, só posso te dizer isso. Se tiver alguma maneira, eles irão descobrir.

Assinto com a cabeça.

— Mas não pense nisso. E aí, preparado para jantar com a sogrinha? — diz Ryan.

— Claro. — ele olha para mim e se admira. — Que não.

Ele bate na minha cabeça e eu bato em seu braço de volta. Certeza que se eu pudesse andar a gente ia se matar todo dia em alguma luta ou algo do tipo. Nós infelizmente se limitávamos a pequenos tapas.

— Eu já sei que vou me incomodar lá, seus pais são complicados demais. Não é atoa que eu adiei essa janta por dois meses, mas se é tão importante pra ela, eu vou.

— Está certo, sogro e sogra são difíceis mas temos que pelo menos os tratar bem porque foi deles que surgiu nossa amada. — ele bebe sua água que estava em cima da mesa e faz uma careta, me lembrando do nosso episódio com a cerveja semanas atrás. — Falando em janta, quando vamos jantar nós quatro juntos?

Me encolho na cadeira, era mais uma janta em que eu teria que adiar até não poder mais.

— Um dia aí. — digo rapidamente e já mudo de assunto. — Ei, você já viu a música nova do Imagine Dragons?

Ele fuzila seus olhos.

— Porque você está mudando de assunto?

Dou de ombros.

— Ué, por nada.

— Henry, se você não falar eu juro que... — corto ele antes que ele possa fazer qualquer tipo de drama.

Paciência não era meu segundo nome.

— Ah cara, vou ter que ser sincero com você. Eu e Austin não gostamos de sua esposa. — seu choque é visível no momento em que pronuncio estás palavras. Ele era meu amigo, eu não podia ficar fazendo joguinhos com ele.

— O que? Mas que droga de revelação é essa? — diz Ryan se levantando de sua cadeira.

— Olá meus lindos. — Austin abre a porta e nos cumprimenta entrando em minha casa.