Doze

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Austin Letter

Bato meu punho cerrado na porta, a chuva começa a descer lentamente e eu já me desespero aumentando a intensidade das batidas para que Britannie abrisse logo a porta.

Continuo batendo até que ouço as trancas sendo abertas.

— Você está louca, é 1 hora da manhã. — diz Britannie esfregando os seus olhos e fechando mais seu roupão por conta do vento frio.

— Desculpe, eu sinto muito, mas eu não sabia pra onde ir. — seguro minhas mãos trêmulas e ela percebe.

— Entre.

Entro em sua casa e me sento no seu sofá, largo minha bolsa no chão e fico articulando como contarei pra ela a situação.

— Foi sua mãe? — ela vai até a cozinha e começa a preparar um chá, sem nem mesmo me perguntar ou me encarar.

— Foi, dessa vez ela foi longe demais.

— Me diz que ela não te bateu.

Silêncio.

— Não foi nada tão sério, foi apenas um tapa na cara. Da primeira vez sangrou, mas agora ela não pegou muito pesado. Mas suas palavras me machucaram, não da sabe, eu tento ajudar aquela mulher e ela simplesmente me bate por causa disso. — levanto do sofá e começo a andar pela casa. — Ela está grávida, meu pai não está em casa e ela não pode ficar sozinha. Eu não posso ficar com ela, eu trabalho e tenho meus compromissos a resolver.

Britannie vem da cozinha segurando uma xícara de chá e estende para mim, pego de sua mão e ela se senta no sofá. Para fazer companhia a ela sento de novo e tomo um pouco do chá para me acalmar.

— Você pode ficar aqui o tempo que precisar, não tenho uma cama reserva mas tenho este sofá. Espero que sirva.

Sorrio para ela, isso era o que eu precisava, nada mais que isso era necessário.

Coloco meu chá na mesinho do lado e vou de encontro a ela.

— Muito obrigada, isso já ajuda tanto. — ela retribui meu abraço.

— Tenho certeza que você irá resolver isso, você é forte e determinada. Confio em você. — ela pisca para mim e se levanta. — Vou trazer cobertores. Você ficará bem aqui?

— Fica tranquila, aqui está ótimo.

Depois que ela me deixa sozinha com os edredons, finalmente deito minha cabeça no travesseiro depois desse dia agitado.

Era complicado pensar que deixei minha mãe pra trás, mas não era como se eu fosse morar aqui pra sempre, eu só precisava de um tempo.

Vejo meu celular vibrar e cancelo de novo a ligação. Já eram 29 ligações perdidas da minha mãe.

Reviro os olhos e desligo o aparelho.

Britannie era uma ótima amiga, eu teria que agradecer intensamente depois por ter me recebido em sua casa. Apesar de tudo, ela sempre cuidou de mim.

Amanhã eu teria um evento importante para fotografa, um casamento, o que me ajudaria pois além da grana eu iria me distrair de todos esses problemas.

Nesse momento penso em Henry, eu não contei nada para ele e me sinto culpada por isso. Porque afinal de contas, eu era o livro aberto, e agora, os papéis haviam se invertido.

Henry Holloway

Dormi com minha mãe essa noite, não podia deixar nem um dia a mais atrapalhar minha relação com ela. Eu gostaria de compensar ela por cada ano que eu a tratei mal, é isso é bastante tempo.

DanificadoOnde histórias criam vida. Descubra agora