Vinte Nove

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Henry Holloway

— E então? — a voz de Austin invade meus ouvidos, eu viro meu olhar para o chão não conseguindo encara-lá.

A vasta sala não estava tão grande agora que continha 5 pessoas dentro, cada uma estava distribuída igualmente pelos cantos.

A tensão era bem visível, dava para senti-la no ar.

Austin estava com seus braços cruzados na altura de seu peito. Ela olhava de mim para Ryan, mas nenhum de nós esbosava qualquer reação que pudesse a ajudar em obter alguma resposta.

— Alguém pelo amor de Deus acabe com esse silêncio. Quais são os resultados? O que está acontecendo? — é a vez da minha mãe se pronunciar.

O médico garganteia e ajeita sua postura chegando mais perto da minha mãe.

— Seu filho é apito a fazer a cirurgia, Meredith.

Os olhos de todos na sala brilham em emoção.

Ryan segura seus punhos e cerra seus dentes.

— Porque você não fala a merda da frase inteira seu idiota, gosta de brincar com nossos pulmões ou o que? — esbraveja em cima do médico.

Ele ignora a acusação de Ryan e, como se aquela frase não tivesse o afetado, continua explicando seu ponto.

— Contudo, á algumas complicações. Nós não saberíamos dizer se ele estaria vivo ou não depois desta cirurgia.— desvio meu olhar do chão e observo as reações e expressões dos olhos confusos de Austin e de minha mãe. — Ele não tem
uma parte da medula que é de extrema importância para podermos realizar esse processo.

Minha mãe solta uma risada irônica pelo nariz.

— Faça uma cirurgia para por essa parte que falta, creio que isso não seja tão difícil. — diz minha mãe.

O médico sorri desajeitado, provavelmente irritado deles estarem contestando seu trabalho.

— Não possui formas de fazer isso, não existe doação desta parte da medula e não foi descoberto ainda e nem mesmo criado os materiais necessários para isso acontecer.

— Nós esperamos. — Meredith o encara cruzando seus braços na altura de seu peito.

— Não é assim, demoraria anos. E se daqui a 5 anos acharmos a resposta, mesmo assim não seria totalmente confiável que essa medula funcione, que ela não queime com os eletrodos por não fazer parte do corpo dele.

O médico explicou a elas todo o processo da cirurgia, como tem pessoas que fizeram e funcionaram e como a recuperação demoraria mas iria funcionar futuramente.

Claro, se eu sobrevivesse.

— Então, deixa eu ver se eu entendi, as nossas opções são arriscar? — Austin comenta pela primeira vez depois de muito tempo calada, sua voz sai quase como um sussurro.

— Sim. — ele responde a ela. — Ou vocês arriscam e fazem a cirurgia, podendo trazer a morte ou a cura total, sem meio termo. Ou vocês desistem disso e voltamos à estaca zero, tendo que pesquisar coisas novas. Lembrando que demorará anos para acharmos uma outra solução para isso.

O silêncio tomou conta da sala novamente, sinto os olhares dos cinco em cima de mim, pesando em minha cabeça.

Todos estavam esperando pela minha opinião, esperando que eu falasse pelo menos uma única vez, e quando viram que eu realmente não faria isso, eles decidiram escolher por mim.

— Volte a pesquisar Skiner, nós não vamos arriscar. — Ryan diz com sua voz firme chamando o médico pelo seu sobrenome.

— É, arrume outro jeito. — Meredith enfatiza segurando seus dedos trêmulos para trás de suas costas.

DanificadoOnde histórias criam vida. Descubra agora