Dezenove

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Austin Letter

Estaciono meu carro na frente da casa de Henry, estava tudo escuro e quieto. Por um momento penso que talvez eles estivessem apenas brincando comigo mais cedo, quem me dera para falar a verdade.

Vejo que o carro de Ryan estava estacionado ali, pelo jeito ele ainda não tinha ido embora.

Toco a campainha enquanto guardava as chaves do carro na minha bolsa e, como se já estivesse me esperando, Ryan abre a porta.

— Você chegou um pouquinho atrasada, tomamos as últimas latinhas. — diz Ryan jogando uma para o gramado atrás de mim, eu pego ela antes que possa cair deixando vestígios no pátio.

— Você é louco? Que merda de ideia foi essa de deixa ele beber, você deveria ajudar e não influenciar a fazer coisas erradas.— grito pra ele.

Adentro a casa e consigo ver Henry girando em sua cadeira de rodas.

Aonde eu fui me enfiar.

— Ah deixa de ser a tiazona chata, ele merece ser feliz. De vez em quando não tem problema. — ele pisca pra mim e volta para onde Henry está.

— Sua namorada chegouuuu. — Ryan descabela Henry e o mesmo começa a ir pra cima dele com a cadeira. — Seu filho da mãe, meu pé.

— Eu disse que ia atropelar você. — os dois se encaram sérios mas depois começam a rir, logo Henry começa a ir atrás de Ryan com a cadeira enquanto o mesmo fugia.

— VOCÊ, HENRY PARA COM ISSO AGORA. — ao mesmo tempo que ele corria, Ryan tropeçava nós próprios pés perdendo o equilíbrio em alguns pontos.

O sorriso maligno de Henry se sobressaia em seus lábios.

Paro por um momento para observar a cena, aquilo estava muito engraçado para falar a verdade, eu não podia deixar de rir dessa situação, os dois bebados era a melhor visão.

Mas eu precisava me impor, eu era a única com mente o suficiente para resolver essa situação.

— Já chega, vocês dois. Acabou a palhaçada. — grito com uma voz autoritária e os dois param com a correria.— Ryan, leve essas latas todas e vá para sua casa.

— Mas... — ele resmunga.

—Mas nada, vai. — aponto para a porta e os dois abaixam suas cabeças frustrados.

— Se vemos por aí amigão. — diz Ryan se despedindo, ele se abaixa o suficiente para sussurrar algo no ouvido de Henry.

Os dois riem descontroladamente e eu suspiro.

— Ryan!

Ao ouvir seu nome, ele segue seus passos até a porta calmamente cabisbaixo.

— Ele não pode ficar um pouquinho? — pergunta Henry me encarando pela primeira vez desde que cheguei.

— Não. — digo firme e ele continua me encarando com um brilho no olhar.

Ajudo Ryan a juntar as latinhas e ele guarda elas em uma sacola e logo vai até a porta.

— Certeza que você sabe dirigir? — questiono preucupada.

— Já dirigi em estados piores, acredite, não tem problema. — diz sorrindo e fechando a porta atrás de si sem antes mandar um beijinho no ar para seu amigo.

Vasculho a sala para ver onde estava Henry e eu o encontro perto do corredor parado no mesmo lugar que ele havia estado antes, ainda me encarava profundamente.

Bufo, alto o suficiente para ele ele possa ouvir.

— O que eu vou fazer com você, Sr Halloway? — digo com os braços apoiados na minha cintura.

DanificadoOnde histórias criam vida. Descubra agora