Trinta e Três

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Henry Holloway

— E aí amigão. — Ryan diz assim que entra pela porta da frente de minha casa.

Levo minha cadeira até estar mais perto dele e o cumprimento.

— E aí.

Ele joga uma sacola em cima de mim acertando meu peito. Lanço à ele um olhar irritado.

— Achei que pelo menos uma nós precisaríamos. — Ryan comenta e eu arqueio uma sobrancelha à ele abrindo a sacola, percebendo que se tratava de duas latas de cerveja.

Sorrio para ele.

— Você não existe mesmo cara. — pego a minha e jogo a outra para ele.

Vou com a cadeira até a sala e ele segue meus passos, se senta confortavelmente no sofá.

— Um brinde a nossa amizade. — diz animado com a latinha levantada em minha direção.

— Um brinde a desgraça que é minha vida. — digo a ele rindo ironicamente enquanto levo isso até meus lábios.

Eu não gostava de cerveja pra falar a verdade, mas nessa altura das coisas eu não me importava com gosto.

— Não fale assim. — Ryan diz bebendo um gole e me encarando pensativo.

— Mas é a verdade, você sabe que é. — lanço um olhar à ele e o mesmo revira os olhos.

— Sua vida não é uma desgraça Henry, poderia ser bem pior.

Tomo mais um gole e coloco a latinha na mesinha ao meu lado.

— É mesmo? Você vai usar o famoso pior que tá não fica? Porque sinceramente Ryan, nós sabemos que essa afirmação é uma baita merda. — digo à ele em um tom sarcástico.

Ele resmunga e da um último gole em sua sua cerveja.

— Claro, seu bundão. Você continua bonito e podendo transar. Que vida terrível, alguém ajude o pobre Henry!— diz em tom de brincadeira, levantando as mãos em sinal de ajuda.

Sorrio para ele.

— Você me acha bonito é? — digo o provocando.

— Não tanto quanto eu, é claro, mas você até que é bonitinho. — ele pisca para mim e bate em meu ombro.

Ryan brinca com sua latinha de cerveja enquanto eu o observava. Um silêncio estranho paira entre nós por alguns minutos.

— Fale logo. — bufo irritado me afundando mais na cadeira.

Ele semicerra os olhos em confusão.

— O que?

Cruzo meus braços em cima de meu peito.

— Qual é Ryan, eu sei o porque de você estar aqui.

Ele engole em seco.

— Sabe? — diz piscando repetidamente.

Assinto com a cabeça.

— Quer quebrar o acordo.

Ele fecha os olhos e suspira, percebendo que eu já tinha notado isso.

— Henry, eu posso explicar...

— Não tem o que explicar, você não quer desperdiçar sua vida dependendo de falsas esperanças. E tudo bem por isso, você durou mais do que eu esperava, e eu fico feliz por isso, Filmen. — vou um pouco mais pra frente para encara-lo. — Você me ajudou durante todos esses meses, você foi meu único amigo em dois anos.

DanificadoOnde histórias criam vida. Descubra agora