Trinta e Um

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Henry Holloway

Minha música favorita do Imagine Dragons soava nos altos falantes da minha academia particular.

Fazia tanto tempo que eu não vinha aqui,  eu precisava espairecer um pouco e esse era o meu melhor lugar.

Distribuo socos ferozmente no meu saco de pancadas, não com a força necessária para me derrubar, mas com o suficiente para descontar minha raiva.

Austin chegou tão cansada ontem que foi direto para a cama, eu não estava com sono mas aproveitei cada segundo do seu corpo quente encostado no meu, dormimos como um bebê a noite toda.

Eu já estava me acostumando a isso, logo logo teríamos uma rotina.

Nós acordaríamos, daríamos alguns amassos, tomaríamos café da manhã juntos e depois ela iria trabalhar. Ela almoçaria aqui, daríamos mais alguns amassos, ela voltaria do trabalho de tarde e faríamos sempre alguma coisa juntos a noite. As vezes ela poderia ter evento e com isso chegar cansada, fazendo com que vá direto dormir.

Mas sem duvidas meu momento preferido seria de noite, eu amava ter ela em meus braços, dormir com ela, só dormir, era uma sensação estranhamente boa.

Austin me trazia paz, me deixava confortável em meio a todos os meus problemas pessoais.

Com ela eu não lembrava da minha deficiência, não lembrava do acidente e muito menos dos últimos anos socado em uma cama.

E eu sentir isso era extremamente ruim.

A dependência.

Respiro fundo e tento mandar esses pensamentos embora, soco mais e mais até que o saco quase me atinge.

— Quantas vezes eu vou ter que te falar pra não fazer isso? —  falando nela, Austin entra pela porta.

Retiro as luvas da minha mão e as jogo longe, eu estava furioso comigo mesmo por não conseguir fazer uma simples coisa sem quase me derrubar.

— Porque tão irritado às 8 horas da manhã? — ela diz com sua voz doce de sono enquanto se aproximava de mim.

Levo meus olhos para encontrar com os seus, aproveitando  para observá-la melhor. Ela tinha a recém acordado, estava com seus cabelos todos bagunçando e vestindo apenas minha camiseta e uma calcinha em seu corpo.

—Não estou irritado.— digo secamente encarando seus olhos.

Ela se abaixa para juntar as luvas e logo guarda no canto da sala, aproveitando para desligar a música.

Ela fica de costas para mim e eu tenho uma bela visão de sua bunda.

— Não é o que está parecendo. — ela se vira para mim e ergue sua sobrancelha, se apoiando na bancada onde deixou as luvas.

Mordo meu lábio inferior a encarando desse jeito, ela estava incrívelmente sexy.

— Venha cá. — rosno para ela.

Ela sorri de lado, pensando um pouco antes de responder.

— Não sei não... com esse seu mau humor azedo aí eu que não vou arriscar sair do meu lugar totalmente seguro. — ele comenta sorrindo e me irritando descaradamente.

Reviro meus olhos para ela e vou com a cadeira até ela.

— Ou talvez eu esteja enganada. — ela vai atrás da minha cadeira me fazendo parar e encosta seus dedos delicadamente em meus  ombros. — Talvez você tenha acordado empolgado.

Puxo ela pela sua mão e a coloco em minha frente.

— Tire sua calcinha. — vocifero a ela e ela  me olha espantada.

DanificadoOnde histórias criam vida. Descubra agora