Nove

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Austin Letter

Henry estava acabando comigo com sua bipolaridade. Sério, não existia pessoa mais teimoso que esse homem.

Tive sua cabeça nas minhas mãos e mesmo assim ele continuou de cara emburrada, tento ajudar ele e o que ganho em troca? Ele de mau humor pra cima de mim, depois de eu ter as melhores intenções.

Chego em casa furiosa, jogo minhas chaves na mesa e com a força ela cai no chão. Minha mãe não estava na sala, o que eu achei bem estranho porque ela já fazia parte da decoração.

Assim que chego no meu quarto jogo minha bolsa em um canto e soco um pouco o travesseiro.

Depois de até a fronha eu ter tirado, pego uma roupa confortável e vou para o banheiro onde eu acho que seria a melhor opção para se acalmar.

Abro a porta mas algo me impede. Chuto ela de novo e depois de fazer uma forcinha consigo abrir uma frestinha, e vejo uma perna no chão.

Abro a porta e empurro aquelas pernas até avisar o corpo da minha mãe abraçada no vaso.

— Mãe? O que você está fazendo? — olho para ela assustada.

— Oi filha. Eu só... — ela para de falar porque o vômito impede.

Ótimo, sem banho para mim.

— Vem cá. — me agaucho com ela e seguro seu cabelo para ela poder vomitar melhor.

— O que aconteceu?

— Só não estou me sentindo muito bem.

— Acha que consegue levantar?

Ela assente com a cabeça e eu a ajudo.

— Vai para baixo do chuveiro. Vou pegar roupas limpas e deixarei um balde do lado de sua cama para você deitar lá depois. Pode ser? — ela assente com a cabeça e começa a tirar suas roupas quase cambaleando.

Vou até o quarto dela correndo, antes que ela se mate caindo no chão. Abro seu guarda roupa e procuro as peças que ela precisava.

Meu celular começou a vibrar no bolso esquerdo da minha calça e eu tiro de lá irritada por ter minha atenção  interrompida.

O nome de Meredith aparece no visor e eu automaticamente me assusto, ela nunca me ligava.

— Alô? Meredith? Você está bem?

Ouço ela chorar do outro lado da linha, ela chorava tanto que estava soluçando. Tentava falar algo mas toda vez suas lágrimas a impediam.

— Acalme-se, respire fundo. Me diga o que está acontecendo.

— É o Henry. Ele... ele... aí meu Deus.
— seu choro aumenta de novo me deixando completamente desesperada.

— O que ele fez dessa vez? — pergunto nervosa.

— Ele está tentando se matar Austin, não de uma forma ruim mas ele parou de tomar seus remédios. Ele caiu hoje e está ficando cada vez mais fraco sem os seus remédios. Ele não quer nem um cuidador e eu to surtando, não posso perder ele.

Eu estava em choque.

Ouvir aquelas palavras, eu não estava acreditando que era isso que Henry Holloway queria.

Morrer não era a opção, se matar nunca é a opção. Por mais difícil que a situação seja, você tem que ser forte, você tem que tentar.

Nunca desistir.

— Meredith eu sinto tanto, não sei nem o que te dizer. Eu não sabia que ele pensava essas coisas, muito menos que fazia isso.

— Estou tão chatiada Austin, eu não quero ele triste assim. Por favor fale com ele, ele nunca me escutaria mas com você é diferente.

DanificadoOnde histórias criam vida. Descubra agora