Capítulo 6

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Lucas narrando...

Sim podem falar o que quiser de mim eu nunca liguei mesmo, a Alice tentou falar comigo várias vezes eu vi.

Poderia ter respondido?

Sim é claro, mas eu não estava com cabeça para conversar. Sei que muitas das vezes a primeira impressão é a que fica, espero que ela não me veja com outros olhos depois do dia de hoje.

Flashback da manhã...

Mas o que aconteceu?

Por que eu ajudei ela?

O que deu em mim?

Várias perguntas rodeavam a minha cabeça, mas não tinha respostas para elas e geralmente tenho uma resposta para tudo. Durante as primeiras aulas sempre que eu olhava para a Alice lembrava da cena, ela caindo com os lanches depois de ter tropeçando no pé de alguém, nem terminei de pôr os fones e fui ajudá-la, só percebi que estava perto demais quando toquei na sua mão e a mesma recuou assustada.

Abaixo a cabeça e tiro os óculos estou pensando demais nisso.

- Lucas? Está tudo bem? - escuto a voz da professora de Química e ponho rapidamente os óculos.

- Ah sim, será que eu posso beber água?

- Claro.

Levanto e saio para arejar a minha mente, está manhã não está sendo nada boa para mim, acordei sentindo dores muito fortes e ainda tive uma discussão com meu pai, resumindo não estou afim de papo, tomo um pouco de água e volto para sala.

O sinal bate para o intervalo e escuto a professora me chamar.

- Oi.

- Será que posso falar com você?

Não.

- Claro.

- Eu quero te dar os parabéns pela excelente atividade que você fez, é difícil os novatos terem um desempenho tão bom com poucos dias de aula - ela diz e ajeito os óculos.

- Obrigado professora.

Acho que ela percebeu que eu não iria falar mais nada porque a mesma coça a garganta para falar de novo.

- Bem...quero que continue assim, sendo um menino de ouro - saí da sala.

Menino de ouro.

Não sei porque tenho a impressão de já ter ouvido isso antes. Sento no meu lugar e coloco os fones no volume alto e começo a escrever. Sinto a presença de alguém do meu lado olho pelo canto dos olhos e vejo a Alice, ela diz alguma coisa e depois se assusta voltando para o seu lugar.

Eu queria, na verdade eu deveria ter tirado os fones e escutar o que ela dizia ou até mesmo conversar com ela, mas eu não estava bem para conversar e eu sei que mulheres sempre tem a mania de perguntar o que temos e se não respondermos com total sinceridade elas insistem até você dizer.

Mas a Alice não é todas as mulheres!

***

Flashback da tarde...

As últimas duas aulas passam rapidamente, vou até o refeitório para almoçar obviamente, pego minha refeição e vejo Alice sentando com as amigas na mesma mesa de sempre, vou para um canto mais afastado e coloco meus fones.

***

- Boa tarde professor - levanto a cabeça e a vejo entrar.

- Boa Alice.

Ela senta ao meu lado novamente, mas não me direciona uma palavra sequer, só fez algumas perguntas, percebo que ela não está tão participativa como nos outros dias.

Será que foi por minha causa?

Tentava prestar atenção o máximo possível no curso, afinal é o meu futuro ali, mas estava difícil.

Erick estava a minha espera quando o curso acabou, Alice passa por mim e dá um aceno, não tenho reação e entro no carro.

Flashback do dia off...

Volto a minha atenção para o trânsito a minha frente, o que não é normal essa hora. Chego em casa e vejo a Sra. Vanderwall a minha espera.

- Olá querido, como foi o dia de hoje? Aposto que já tem novos amigos.

- Foi tranquilo e você apostou errado.

- Seu pai já chegou se você quiser saber.

E quem disse que eu queria saber?

Agradeço e subo as escadas em silêncio até o meu quarto, a luz do quarto do meu pai estava ligada e a porta meio aberta, sigo em diante abrindo a minha porta devagar e o som de porta das casas de terror é ativado, reviro os olhos e entro.

Essa porta já não deveria estar mas aqui...

- Lucas?

- Cheguei.

- Por que não falou comigo quando chegou? Pedi a Vanderwall para te avisar.

Porque eu não queria falar!

- Você estava no celular falando com sabe lá quem e ela me avisou sim.

- Você sabe que preciso resolver umas coisas do trabalho em casa, o que você quer que eu faça?

Jura que ele me perguntou isso?

- O que você acha?

É claro que eu não respondi isso, mas vontade não me faltou.

- Quero que deixe o trabalho no trabalho, não traga para casa.

- Parece até sua mãe falando, acho que precisa descansar não? O dia hoje não começou muito bem com você.

- Acho que foi o contrário.

Ele vai até a porta, mas antes de sair olha para mim.

- A propósito, sobre hoje de manhã, desculpa pela discussão - diz e saí fechando a porta.

Pelo menos ele não perdeu os bons modos que a minha mãe ensinou para ele. É difícil meu pai admitir e até mesmo pedir desculpas, mas minha mãe mudou isso. Vou para o banheiro e tomo banho, saio, visto uma calça moletom e uma blusa de manga, desço para jantar e encontro meu pai com a janta dele (O notebook e o celular), janto e subo novamente.

Ligo o PlayStation para uma partida online e só paro 00:30pm.

Acho que não sou um ser humano e sim uma espécie de ser intercelestial ainda não identificada que só faz estudar, jogar, dormir tarde e tirar notas altas (modéstia à parte), só acho que a verdade deve ser dita e se eu sou um ser humano ou não...bom, um dia a verdade vem a tona. Acho que eu já estou bugando com esse assunto de biologia sobre seres humanos das últimas 2 aulas, fecho o caderno, o livro e me deito na cama, tiro os óculos e fico pensando.

Espero que a Alice me veja com outros olhos amanhã...

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Fire and IceOnde histórias criam vida. Descubra agora