Capítulo 11

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Alice narrando...

Abro os olhos lentamente e vejo que não estou no meu quarto, dou um pulo e me sento na cama, olho debaixo das cobertas e não estou de calcinha.

Céus Alice, mal conversou com o menino e já está na cama dele!

As lembranças da noite passada invadem minha cabeça.

Choveu e eu ajudei Lucas...

Ele tem uma doença incurável...

Perdeu a mãe aos 14 anos...

- Acordou cedo.

Ele aparece na porta de calça moletom e uma blusa de manga comprida, seu cabelo estava preso em um coque. Eu acho que estou apaixonada...

- Sim, são que horas?

- 7:00 am horas.

- Ah.

Passo a mão no cabelo e vejo que ele está solto, céus eu devo estar parecendo um bicho, faço um coque e levanto da cama, ele me olha e sorri, fecho a porta do banheiro e me pergunto como ele não se assustou ao meu ver assim!

Me ajeito e logo saio do banheiro.

- Suas roupas secaram.

- Ah, você quer mesmo que eu devolva seu blusão né! - ele sorri.

- Não, pensei melhor e você pode ficar com ele.

- Jura? - pergunto sorrindo e ele concorda, vou em sua direção rápido e lhe dou um abraço.

Ele hesita um pouco e logo retribui, ficamos abraçados um tempinho, por mim eu não largaria, sentir aquele abraço dele estava me levando ao delírio, ele desfaz o abraço e me olha, estávamos perto demais...

- Bom...você quer tomar café?

- Sim.

Saímos do quarto e ele passa os dedos de suas mãos pelas minhas.

Quase esqueci de como se andava!

Chegamos na cozinha e seu pai estava sentando na cadeira em frente ao computador e falando no celular, ele para de falar ao me ver entrando na cozinha com Lucas de mãos dadas.

- Esse é o meu filho!! - diz todo animado e desliga o celular.

Olho para Lucas que arregala os olhos para o pai.

- Pai eu...

- Não precisa dizer nada Lucas - ele corta o filho - Eu sei, é algo normal na vida de todo adolescente, sim, e algo muito bom...

- Pai!

- Eu estou muito orgulhoso de você, achei que iria recompesa-la de outra maneira sabe, levando ela para sair ou algo do tipo...

- Pai!!

Lucas continua a chamar seu pai mas ele estava animado demais achando que eu e Lucas...

Ai merda, ele acha que a gente foi pra cama???

Começo a sentir meu rosto pegar fogo e Lucas me olha.

- Sabe, eu e sua mãe quando éramos jovens...

- PAI!!!

- O que foi Lucas?

- Não fizemos nada, só pedi para ela dormir aqui por conta da chuva, o senhor sabe que as pistas...

- Ficam escorregadias, eu sei - ele termina a frase - Peço desculpas pela minha inconveniência - diz me olhando.

Eu não conseguia dizer nada, parecia que a minha língua tinha sumido da boca.

- É uma pena, achei que...

- A gente sabe o que o senhor achou pai, mas não fizemos nada, certo? - Lucas diz - Acho que vocês já se conhecem, pai essa é a Alice e Alice esse é o meu pai.

O pai de Lucas se levanta e sorri para mim, estende a sua mão novamente e eu cumprimento.

- Prazer Robert Monteiro.

- Alice Vasconcelos, muito prazer Sr. Robert.

- O prazer é meu, por favor só Robert, sei que vocês vão ficar mais próximos futuramente, não é mesmo Lucas? - ele saí e deixa a última frase no ar.

Lucas me olha e sentamos ao redor da mesa.

- Eu peço mil desculpas pela inconveniência do meu pai, ele nunca me viu com uma garota.

- Tá tudo bem.

- Bom dia.

A mesma mulher que eu vi ontem aparece na cozinha, eu tenho pra mim que ela escutou a conversa um tanto desagradável dessa manhã.

- Ah Alice, gostaria de te apresentar a governanta da casa, Sra. Vanderwall tudo aqui é feito depois que passa por ela.

Ela sorri para mim, me senti desconfortável com a roupa que eu usava perto da dela, ela estava elegante em uma camisa e saia social, cabelo preso e saltos, com um tablet nas mãos, parecia ter uns trinta anos de idade.

- Como vai Alice? Peço desculpas também pelo péssimo comportamento do meu chefe está manhã, creio que o Lucas já te avisou que suas roupas estão secas - afirmo com a cabeça - Então, aproveite o café e o resto do dia, qualquer coisa pode falar comigo, certo?

- Certo, obrigada.

Ela se retira e Lucas me olha, tomamos café e depois subimos para o quarto novamente, tomei um banho e vesti novamente a roupa da escola, ajeito o cabelo e saio do banheiro. Lucas estava mexendo no notebook e para ao me ver.

- Já vai? - pergunta ajeitando os óculos.

Se ele soubesse o que isso me causa não faria toda hora ou melhor faria, só para me provocar.

Controle-se Alice!

- Já, preciso ir.

E você realmente quer ir??

Ele se levanta da cama e vem em minha direção, pega em minhas mãos e me olha.

- Obrigado...

- Não foi nada.

- Mas é claro que foi, se você não estivesse ali eu poderia... - ele respira fundo - poderia ter acontecido o pior comigo, então sim Alice, obrigado pelo que você fez ontem, me ajudou e me ouviu, a muito tempo eu não me desabafava daquela forma com ninguém.

Ele diz e me abraça, a única coisa que eu menos queria naquele momento era que 1. Seu abraço acabasse e 2. Seu cheiro não ficasse em minha blusa porque se ficasse eu não iria lava-lá.

***

Chego em casa e ao abrir a porta torço para que a minha mãe não esteja.

- Achei que você não tinha mais casa! - escuto sua voz.

Olho para o relógio da parede e são 10:00am horas.

- Porque está com a farda do colégio e não uma roupa das meninas?

Droga!

Pensa Alice, pensa!

- Ah...A Mia comprou um guarda roupa novo e ainda não tinha armado e como suas roupas estavam nas caixas eu não quis dar trabalho a ela para pegar uma roupa pra mim.

- Tá bom então.

Garota, essa foi por pouco!

Subo as escadas rápido e troco de roupa, pego o celular e conto as meninas todos os acontecimentos, menos sobre a doença de Lucas e a sua perda, não acho certo ir logo contando coisas delicadas da vida dele para as meninas, confio nelas são minhas amigas, mas eu acabei de conhecer uma parte da vida dele e não acho certo fazer isso, eu só precisava de uma coisa...

Não se apaixonar por Lucas!

Não se apaixonar por Lucas!

Não se apaixonar por Lucas!

Será que Alice vai conseguir não se apaixonar por Lucas?

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Fire and IceOnde histórias criam vida. Descubra agora