First kiss

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Era um pequeno penhasco, que quando se olhava pra baixo revelava um pequeno lago também, com alguns bancos de madeira em perfeito estado e árvores. Era incrivelmente lindo, considerando a situação do planeta no momento.

- É lindo. - Foi só isso que saiu da minha boca.

- Por isso te trouxe aqui.

- Como você encontrou esse lugar, Carl?

- Quando minha mãe morreu e a prisão que eu morava foi invadida, eu queria ficar longe de todo mundo, eu encontrei esse lugar, ele me traz paz, eu nunca quis trazer ninguém aqui... até agora...

- Eu não sei o que te dizer... eu só... você é... você é incrível, Carl. - Eu não tinha palavras o suficiente, então o abracei.

- Eliza, tem algo que eu quero fazer já tem um tempo - Ele começa e a gente separa do abraço-... e eu acho que essa é a hora.
Eu balanço a cabeça positivamente já sabendo o que iria acontecer.

Seus braços se apertaram contra minhas costas e me trouxeram pra mais perto, nós estavamos muito juntos e era tudo que eu estava desejando nesse momento. Eu fechei os olhos e senti a respiração de Carl cada vez mais perto e finalmente nossas bocas se tocaram. Foi meu primeiro beijo e foi da maneira que eu queria e com quem eu queria.

Eu sorri quando abri os olhos e vi que ele me olhava sorrindo também. Eu queria beija-lo de novo, e foi isso que eu fiz. Coloquei minha mão em sua nuca e Carl me apertou contra ele, novamente nossas línguas se encontraram. Foi especial, e acho que por ser exatamente com Carl, ficava melhor ainda.

Logo depois, eu sabia o quanto eu estava vermelha, mas eu também sabia que Carl estava com vergonha. Ele me olhou nos olhos por poucos segundos e depois baixou a cabeça, mordi um de meus lábios para não rir e baixei a cabeça também.

- Então... gostou mesmo daqui? - Ele diz levantando a cabeça e eu faço o mesmo.

- Claro...

- É...

Eu queria muito rir dessa situação.

- Eu nunca tinha beijado na minha vida.- Resolvi quebrar o silêncio.

- Ufa, eu também não. - Ele diz e começamos a rir. - Mas... me diz... Gostou do beijo?

- Gostei sim, Grimes. - Digo e me sento em um dos bancos.

- Você também não é nada mal. - Ele se senta do meu lado.

- Ha Ha! - imito uma risada falsa.

- Brincadeira, eu gostei bastante, Senhorita Dorsey. - Ele coloca os braços sobre minhas costas e vem pra mais perto pra ficarmos abraçados.

(...)

- Eu espero que tudo der certo.

- Tudo oque? Tudo já tá dando certo. - Carl fala me abraçando mais apertado.

- Eu to falando do Negan, que ele não apareça feito maluco. - Eu falo.

- Ele vai fugir quando ver o que a gente fez com os capangas dele. - Carl fala.

- Mas ele pode procurar vingança.

- Eliza, não vamos falar do Negan, não agora, por favor. Ta tudo tão bom, só eu e você, aqui. - Ele diz me soltando e olhando diretamente pra mim. - Tudo bem?

-tudo bem! - Eu digo e ele passa a mão novamente pelas minhas costas me abraçando como antes.

(...)

Fazia horas que estavamos fora, queríamos voltar antes do anoitecer pra não ficarem preocupados e não mandar ninguém atrás de nós.
O sol ia começar a se pôr e nós estávamos procurando um carro pra voltar, já que o de antes o Carl bateu em um poste.

- Acho que esse serve. - Carl diz batendo na janela do carro.

- Tenta ligar ele.

Carl entra no carro e tenta liga-lo enquanto eu fico fora.

- Esse não vai dar. - Ele diz e vai tentar o próximo.

Eu olho pro fim da rua, vejo dois mortos vindo em nossa direção, quando do nada... outros aparecem...

- Carl... rápido... - Falo tentando apressar ele quando olho pro fim da rua.

- Calma.

- Tem alguns errantes vindo pra cá.

- Cuida deles, você ta com minha arma.- Grimes diz.

- Carl... são muitos...

- Poxa, Eli... - Carl para de falar quando sai do carro e ver que tem muitos, mais de trinta, eu acho, vindo em nossa direção. - Merda.

Carl entra dentro do carro e tenta de novo, o que não dar certo. Os mortos já estavam perto. Ele pega minha mão e nós começamos a correr, entramos em uma rua, uma rua sem saída, não iria dar pra voltar então decidimos entrar em uma loja e torcer pra ter porta dos fundos acessível, o que pela nossa sorte -ou azar- tinha.

Corremos em direção a porta assim que a vimos, tento abrir uma vez e não consigo, tento novamente e não vai, Carl a empurra pra ver se abre e também não abriu, quando ele praticamente se joga nela e a porta se abre.

- Vamos. - Ele fala

Era uma outra rua, parecia vazia, mas quando viramos a esquina, vimos centenas de mortos vivos que imediatamente olharam pra gente e vieram em nossa direção.

- Carl, o que a gente faz agora?

- Vamos pela floresta. - Ele responde.

- Vai demorar mais e o sol já ta se pondo. - Eu digo.

- Esse é o único jeito, corre! - Ele grita e nós seguimos em direção a floresta.

Combinamos que o jeito de voltar, enquanto ainda tivesse sol, seria manter o sol no seu lado direito.

- Se a gente sobreviver, isso terá sido legal. - Decido quebrar o silêncio.

- Pra mim já valeu a pena. - Carl me olha e sorrir.

A lua já havia aparecido, vimos os muros de Alexandria a alguns metros e começamos a correr.

- Vamos pelo portão? - Ele pergunta.

- Não, ta maluco? Eu prometi ao Luke não sair de Alexandria.

- Tudo bem, então pula você primeiro.

Pulo o muro primeiro, assim como Carl falou, logo em seguida ele também pula, estamos dentro de Alexandria.

- A vista lá de baixo tava ótima. - Ele fala ao descer.

- Seu tarado!!!- Dou um tapinha em seu braço.

Ao chegarmos do outro lado de Alexandria, no portão, vimos a RV estacionada pronta pra sair da comunidade. Rick estava conversando com Luke.

- Onde estavam, sujinha?- Luke pergunta ao me ver.

- Nós estavamos... lendo... é...- Digo

- Sujinha? - Carl repete o lindo apelido que Luke me deu.

- Um dom de apelidos do Luke. - sorrio.

- Apelido lindo. - Carl fala e rir.

- Bom... Thomas falou que achou um lugar enquanto estava fora, um lugar com bastante comida, e nós precisamos disso, quanto mais comida, melhor pra comunidade. - Rick diz.

- Vocês vão agora? Depois do pôr do sol?- Carl pergunta.

- Sim. Quanto mais rápido, melhor.-Rick responde.

- Eu também vou. Estamos esperando alguém? - Digo.

Estavamos esperando por Thomas, Carol e Daryl.
Poucos minutos depois eles apareceram.



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"Aquele beijo, o nosso primeiro beijo, era uma promessa de tudo que estava para vir."

Uma longa jornada, Nicholas Sparks

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