Na manhã seguinte, Carl tinha acordado primeiro que eu, ele arrumava algumas coisas em cima de um criado no quarto.
— Bom dia. - Ele falou quando viu me mexer.
— Bom dia. - Respondi antes de bocejar.
— Essa sua bolsa ta tão velha.
— Concordo. - Sorri.
Ele pegou a minha bolsa e despejou todas as coisas que estavam dentro dela na cadeira. Pegou uma mochila que parecia mais nova e colocou minhas coisas dentro.
— Pronto! Essa aqui ta melhor. - Ele sorriu. — Michonne tem várias.
— Ela não vai sentir falta? Eu tenho outra em Hilltop.
— Não, ela nem usa essa. Pode ficar.
— Ok. - Falei e levantei para ir escovar os dentes.
— Ei. - Carl levantou também. —¡— Eu ia te falar ontem, mas esqueci. Tem um lugar muito legal no Reino, a gente pode construir a casa lá.
— Carl, depois a gente fala sobre isso, que tal?!
Carl respirou fundo e saiu do quarto sem falar nada, provavelmente ele tinha ficado chateado. Mas nós não precisávamos falar disso agora, era tão cedo. E eu não quero morar no Reino, eu quero morar com o Carl, mas não no Reino.
Escovei os dentes e estava saindo do banheiro, tomei um susto quando abri a porta e me deparei com Carl na frente dela.
— Você não quer, né? - Ele perguntou.
— Eu não quero o que? - Perguntei caminhando em direção ao quarto.
— Não se faz de lerda. - Ele disse me seguindo.
— Como é, Carl?
— Você sabe do que eu estou falando. Você sabe muito bem. - Ele fechou a porta do quarto quando nós passamos. —Você não quer morar comigo, mas não consegue falar isso pra mim.
— Carl...
—Fala, pode falar, se você falar eu paro de encher teu saco com isso.
Ele realmente esperou eu falar.
— Não entendo por que você não fala na minha cara. - Ele continuou já que sabia que eu não ia responder. — O mundo acabou, e nós temos sorte de ser os últimos fodidos vivos e você quer adiar isso pra sei la quando. Imagina se eu te pedisse em casamento.
— Você... - Ele novamente me interrompeu.
— Não, merda, não. Eu to te pedindo em casamento, não precisa se assustar.
— Carl, por que você ta nervoso? - Perguntei, ele estava realmente nervoso.
— Por que eu te amo, caralho. - Ele praticamente gritou. — Eu quero passar o resto da minha vida com você, mas parece que você não quer isso, mas só de falar sobre isso, você muda de assunto. Se você não tem certeza do que quer, acho melhor a gente dá um tempo.
— Oi? - Sorri, literalmente, sem humor algum. — Você quer dá um tempo?
— Eu to falando que... - Dessa vez fui eu quem o interrompi.
— Quer saber? Você tem toda razão do mundo, vamos dá a porra de um tempo se é essa merda que você quer, Carl. - Abri a porta e ele me segurou pelo braço.
— É isso mesmo que você quer?
— Me solta.
Falei e ele soltou meu braço.
Peguei a bolsa que ele me deu e coloquei nas costas, desci as escadas rápido, ele não vinha atrás de mim, por um momento em desejava que fosse ao contrário, mas era melhor assim, ainda estávamos muito nervosos.— Merda. - Sussurrei para mim mesma quando senti meus olhos molharem. — Sério, Eliza? Você vai chorar?
As ruas de Alexandria estavam desertas, era cedo, provavelmente as pessoas ainda estavam dormindo.
Finn era quem vigiava hoje. Sequei minhas lagrimas e fui em direção a ele, mas Daisy, apareceu do nada em minha frente.— Ei. O que foi? - Ela perguntou.
— Nada. - Tentei sorrir, sem sucesso, pelo contrário, caíram mais lágrimas.
— Você costuma chorar sem motivos agora? - Ela perguntou passando o dedo pelo meu rosto. — Foi o Carl? O que ele fez?
— A gente deu um tempo, eu estou indo para Hilltop agora. - Falei.
— Ah Deus, eu vou com você.
— Não, não precisa.
— Eu vou. Só me deixa avisar ao Thomas. - Daisy sorriu.
— Vocês estão juntos? - Daisy confirmou com a cabeça e foi avisa-lo.
Eu fico feliz por eles dois, se Carl não fosse um babaca e prestasse atenção, ele ia saber que Thomas não gosta de mim. Mas, isso não importa, não agora.
🍂
— Foi algo sério? - Daisy perguntou.
— Eu estou com tanta raiva dele, você não tem noção.
Contei toda a história a Daisy, desde o começo até o final, até a parte que ele me chamou de lerda.
Estávamos dentro da floresta, assim chegaríamos mais rápido, e antes de anoitecer. Tudo que ouvíamos era o barulho do vento batendo nas árvores, e barulho de galhos sendo quebrados pelos nossos pés. Até o som de uma voz atrás da gente aparecer;
— Oi. - A voz masculina dizia.
Daisy e eu nos viramos rápido, demos de cara com um homem, que aparentemente deveria ser um ou dois anos mais velho que a gente. Duas armas estavam apontadas para ele.
— Eu só quero saber se vocês podem dividir algo com a gente. - Ele falou.
— Você e quem? - Perguntei, não tinha ninguém do seu lado e nem atrás.
— Minha irmã, ela está doente, ela não foi mordida, ela só está doente e com fome, vocês podem dividir sua comida? - Ele perguntou.
Daisy abriu sua bolsa, eu ainda estava com a arma apontando para o garoto. Daisy jogou duas latas e a garrafa d'água para ele, ele pegou e nos agradeceu, ele ia embora, mas eu chamei por ele.
— Sou Eliza e essa é Daisy, qual seu nome?
— Josh. - Ele respondeu e se virou novamente para nós.
— Vocês tem um lugar, Josh? - Daisy perguntou.
— Não, mas não precisamos, eu só queria comida para minha irmã, mas a gente pode se virar quando ela melhorar.
— Tem certeza? Nós podemos da um lar a vocês dois. - Daisy disse.
— Muito obrigada pela comida e pela água. - O garoto sumiu entre as árvores.
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Pra quem já leu a HQ, vai entender a referência do nome "Josh" ❤️
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YOUR GHOST ✅
Fanfiction▓⃞⃯🍀🔮› 𝗦𝗘𝗨 𝗙𝗔𝗡𝗧𝗔𝗦𝗠𝗔 ❪ carl grimes fanfiction ❫ ᴸᵒᵛᵉ ᶜᵃⁿ ˢᵃᵛᵉ ʸᵒᵘʳ ʷᵒʳˡᵈ A população foi infectada com um vírus que faz com que as pessoas se transformem em mortos-vivos. Poucos são os humanos não infectados, entre eles Eliza...