Emily Smith
Acordo com pequenas mãozinhas apertando meu rosto. Essa é minhas manhãs a mais ou menos 2 anos.
Antes era acordar com um choro fino, que as vezes era mais forte e indicava dores.
Agora eu já acordo com uma bebê fofa me apertando e indicando que eu tenho que levantar para fazer a mamadeira.
Mia é fruto de um relacionamento rápido que eu tive em uma conferência de fotografia.
James Bitencount era dono de umas das empresas de modelo, em muitas das salas do evento, nos encontramos e resolvemos sair.
Em apenas uma noite. Uma transa. Foi o suficiente para que Mia fosse gerada.
Depois de voltar da viagem e começar a ter os sintomas que indicam uma gravidez, eu fiz o teste e o positivo era bem claro.
Mas eu pensava, pode ser um falso positivo. Isso acontece todos os dias.
Mas não era. O pequeno feto não era maior que um grão de feijão, o que me mostrava que eu não passava das 7 semanas de gestação.
Fiquei feliz, claro. Apesar de não ter sido nada planejado e não saber nada além do nome e a profissão de James.
Contei aos meus pais que me deram total apoio, e me prometeram me ajudar em tudo. E foi isso que eles fizeram e fazem até hoje.
Eu senti que o certo seria comunicar James, afinal era um bebê.
Eu não precisava de ajuda financeira, ganhava o suficiente para viver confortável em um apartamento de classe média em Seattle.
Procurei a empresa que James era o presidente e marquei uma reunião como uma modelo qualquer.
Eu estava nervosa, afinal eu iria chegar para um homem que só vi umas 3 vezes, durante um evento, e dizer que ele seria pai.
Nossa conversa foi tranquila, James se lembrava da nossa noite e admitiu que errou ao não usar preservativo. Mas claro que o erro não foi só dele, eu também poderia ter me lembrado.
Conversamos bastante e entramos em um acordo de que teríamos a guarda compartilhada do bebê que, até então, estava a caminho.
O homem bem sucedido disse que não queria que o filho, ou filha, se lembrasse dele apenas por causa de um dinheiro depositado na conta bancária todos os meses. Ele queria ser presente, em seus primeiros passos, primeiras refeições e o primeiro dia no colégio.
James se mudou para um bairro de classe alta de Seattle e passamos a nos encontrar frequentemente nas consultas com a obstetra.
Na sétima consulta a médica disse que poderíamos descobrir o sexo do bebê, e foi uma emoção enorme. Eu iria descobrir se teria uma menininha ou um menininho.
Quando a doutora disse que teríamos uma menina, James rapidamente sugeriu o nome Miriam, mas eu expliquei que eu tive uma professora de matemática que me deixou um pouco traumatizada e concordamos em não colocar Miriam.
E aí eu disse o nome Mia, que parecia um apelido para Miriam, mas mesmo assim a bebê não teria o nome da tão lembrada professora.
James disse que era lindo e que soa bem. E assim decidimos que seria Mia.
Mia Bitencount.
Todas as sextas, por volta das 18:00, James busca Mia. Que ama ir pra casa do pai.
Mia é uma bebê esperta, anda dando grandes passos e fala algumas palavras básicas. Ela frequenta a creche que tem próximo ao meu estúdio, o que facilita para levar e buscar.
Em nenhum momento eu me arrependi de ter a Mia. Ela é incrível.
Me levanto da cama pegando o pequeno e gordinho corpo e a enrolo no cobertor rosa de cupcakes, dado pelo pai.
—Vamos tomar café, mocinha? A senhorita tem que ir para a creche hoje.-A balancei no colo e ela deu o melhor sorriso do mundo.
—Papá.-Essa era a palavra que ela usava para avisar que queria comer.
Preparei um prato com banana e morango e coloquei em sua frente. Desde os 7 meses de vida eu deixava Mia comer sozinha, e James também fazia isso.
Mia está com seus 1 ano e 5 meses.
Tomamos café da manhã juntas e cantamos, como fazemos todos os dias que ela está aqui.
Conversamos, ou apenas eu conversei, mas Mia me olhava parecendo entender tudo o que eu dizia.
—Essa é a dança da imitação, é muito fácil você tem que aprender.-Canto enquanto arrumo as louças sujas.
Mia adora dançar.
A 6 meses atrás, James resolveu que queria redecorar o quarto da Mia, então procuramos a arquiteta da Hernandez Company, por ser a mais recomendada.
Depois de duas semanas de planejamentos e reuniões, eu e Melissa nos tornamos amigas.
Mel me apresentou a todas suas outras amigas e eu achei legal ter contatos com pessoas da minha idade, ou quase, sem ser James.
Nunca disse a nenhuma das meninas que eu tenho uma filha, mesmo em 6 meses saímos poucas vezes, apenas mantemos contato por redes sociais, mas eu não me sentia a vontade para dizer algo tão íntimo.
Não que eu tenho vergonha, longe disso, só não me sinto muito bem em dizer sobre minha vida a pessoas que não são muito próximas.
Eu quero contar as meninas sobre a Mia. Talvez eu troque um dia com o James e leve a bebê para conhecer as meninas.
Depois de toda a bagunça que a minha bebê fez ao comer suas frutas de café da manhã e tomar sua mamadeira, eu a levei para o banho, temos 30 minutos até o horário da escola.
Coloquei o uniforme na Mia e a deixei dentro do berço assistindo desenho na TV.
Ela tem o próprio quarto e dorme dele, mas quando eu levanto de manhã eu a coloco na minha cama.
Me arrumo rápido para não deixar Mia sozinha. Pego todos meus materiais necessários para fotografar e volto até o quarto para buscar a bebê.
Saímos de casa conversando e seguimos até a escola. Mia nunca me deu trabalho, apenas aquelas manhas comuns de bebês.
Deixo Mia na escolinha e seguido até meu estúdio.
Ser fotógrafa era uma sonho de criança que quando eu fiz 14 anos meus pais começaram a realizar, me dando uma câmara profissional.
Aos 16 anos eu decidi que queria trabalhar para construir um estúdio, e eu consegui. Terminei a faculdade aos 22 anos e já comecei a fazer meu nome.
E eu consegui.
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🌺Música: Dança da imitação- Caninópolis.Beijos, Jubs.❤️
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O Futuro
Ficção Adolescente(CONCLUÍDA) Melissa Collins, uma arquiteta e urbanista dedicada no que faz. Thomas Hernandez, um engenheiro civil que resolveu seguir os passos do pai. Melissa é uma mulher que gosta de curtir da vida, mas não é muito fã de festas. Thomas, também nã...