capítulo 56

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Demorou um tempo pra eu absorver  tudo o que aconteceu comigo nesses últimos dias,  as coisas que eu perdi, como tudo aconteceu de repente...

Naquela dia minha mãe veio me visitar e ficou comigo a noite inteira. Perdi as contas de quantas vezes eu pedia perdão a ela é pro papá por tudo o que eu fiz eles passaram e por dar tanto trabalho pra eles com os meus problemas, eu me sentia muito culpada.

Vários médicos vieram me examinar e coletar alguns materiais genéticos meu pra fazerem exames e pesquisar malucas....sei lá!

Como minha Omma tinha ficado comigo a noite passada, hoje seria meu papá, depois de muita chantagem com a Omma.

Com meu pai as coisas sempre eram mais tranquilas, ele sempre dormia antes mesmo de se sentar na cadeira, era impressionante sua capacidade de dormir em qualquer lugar, qualquer lugar mesmo. Lembro de uma vez que ele foi fazer uma consulta médica, chegando lá o consultório do doutor estava fechado, meu Appa simplesmente se sentiu no chão, minutos depois ele já estava dormindo com a boca aberta ainda por cima.

Eu estava no quarto deitada na cama assistindo um vídeo aleatório no YouTube, de vez em quando eu o olhava pelo conto do olho sem ele ver. Como a gente era tão diferentes e parecidos ao mesmo tempo- tínhamos o mesmo jeito de se sentar e cruzar os braços na defensiva,  até o olhar era parecido,  o tom de pele, a cor dos olhos e dos cabelos,  eu diria até que sou a versão feminina do meu pai.

Ele estava" vendo"  TV,  mais dormia do que assistia. Depois de ficar observando ele voltei toda a minha atenção a tela do celular. Mesmo tendo uma relação não muito boa com a comida eu adorava ver vídeos de comidas tumblrs do instagram, sei lá!  Era uma forma de saciar a vontade de comer.

Como de costume eu estava vendo um vídeo desses, era tão boa a sensação de vazio no estômago, de leveza,  sem culpa de nada. Mas uma coisa me incomodava, não tanto como antes por causa dos remédios, mas eu tenho certeza que engordei alguns quilos, me sinto mais enxada do que antes. O remédio que a psiquiatra me receitou me ajuda muito a não pensar tanto na comida e no meu peso, ele meio que tira a parte ruim : a dor.

Dor da culpa, dor da vontade de comer tudo o que eu ver pela frente e não poder, dor de perder momentos bons com os amigos por medo deles descobrirem seu "problema ",  e te julgarem por isso. Tudo isso estava né deixando nervosa,  desliguei meu celular e o joguei em um canto.

Eu - Que saco! - bufei.

Meu pai já não estava mais ali, olhei pro relógio já eram 22:45 da noite, " Onde será que o Appa está? ",  levantei da cama calçei mmeu chinelo de ponpons,  fiz um rabo de cavalo desarrumado no cabelo,  e sai do quarto arrastando uma bolsa de soro pendurada em uma espécie de cabide com rodinhas,  a procura do meu pai.

O hospital estava mais calmo do que hoje cedo, talvez porque já era noite e os enfermos já estivessem dormindo, não sei!  Andei pelo corredor olhando cada quarto nele. No quarto ao lado do meu tinha um garotinho careca em uma cadeira de rodas, fiquei o olhando por um tempo até perceber que ele não tinha uma perna, o garoto viu que eu não para de o encarar  e me lançou um olhar de reprova.

Peguei meu soro e sai arrastando aquele cabide gigante pelo corredor,  a dois quartos daquele tinha uma garota loira deitada na cama, mascando um chiclete e mexendo no celular,  ela parecia bem entretida com o aparelho,  que não percebeu  a minha presença ali de imediato, quando me viu sussurrou algo que interpretei como, " Ta olhando o que? ",  desviei meu olhar dela.

No mesmo quarto, do outro lado em outra cama, tinha um garoto,  ele tinha mais ou menos 10 a 11 anos, não menos que isso,  vestia uma espécie de pijama azul,  deitado imóvel.  Ele parecia estar morto, mas o barulho do bip revelava seus batimentos cardíacos.

Continuei minha expedição,  dessa vez parei no quarto de uma garota,  o quarto era comun como os outros, mas o que mais me chamou a atenção foi a garota. Ela estava em pé de costas pra min olhando pra janela com os braços cruzados. Seu cabelo era castanho escuro longo,  vestia roupas estilosas... Parecia uma modelo internacional,  mas o que me chamou a atenção não foi seu quarto lindamente decorado, ou seu estilo e sim seu corpo : seus braços eram mais finos do que os meus,  minhas pernas davam duas das dela,  sua cintura era finíssima.

Uma sensação estranha de repulsa  e inveja surgiu em min,  repulsa por ela ser tão magra e mesmo assim conseguir ficar em pé, inveja por ser o corpo que eu sempre quis ter e que eu nunca vou conseguir ter. Fiquei encarando ela igual uma criança quando vai no parque de diversões e vê a montanha russa pela primeira vez,  com medo de ir, mas morrendo de vontade de sentir a adrenalina correndo em suas veias.

A garota se virou e me viu  a olhando,  ficamos nos encarando sem dizer nada por um longo tempo,  ela me olhava assustada e curiosa ao mesmo tempo,  e eu mantive aquele mesmo olhar  de criança.  Reparei agora em seu rosto,  ele estava sem vida,  com manchas,  olheiras profundas,  suas bochechas estavam enterradas em seu rosto,  seus lábios ressecados e roxos.  Sua aparência era de uma pessoa que... Que estava preste a... Morrer.

Nessa hora aquele sentimento de inveja começou a sumir,   eu não quero ficar assim.... Eu não quero morrer....  Começei a me afastar daquele quarto sem tirar os olhos da garota que me olhava mais assustada ainda e  sem entender nada.  O  pânico começou a tomar conta do meu corpo.

Eu - Não não não..!  - dizia pra min mesma - Eu não estou assim... Não posso ficar assim - continuei me afastando até esbarrar em alguém.

Desconhecida - Você está bem? - me segurou pelos ombros e me olhou profundamente nos olhos.

Eu - S - Sim - respondi ainda em pânico.

Desconhecida - Que bom! - sorriu de uma forma gentil pra min.

Eu - Quem é você? - eu tinha impressão de a ter visto em algum lugar.

Desconhecida - Eu sou conhecida por vários nomes,  de vários jeitos... - disse -  Mas pode me chamar de Helena - estendeu a mão direita.

Apertei sua mão e retribui o sorriso.

Eu - Prazer Helena, me chamo Isabella - ela sorriu.

Helena - Eu sei! - respondeu.

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Oiiii seres humanos... Turubom?

Desculpem pela demora de postar, eu sei que ta difícil esperar uma semana por um capítulo novo ,  eu sinto muito. Mas é quando eu consigo escrever.

Eu queria avisar que não vou estender essa fic,  não quero que ela fique muito longa.  Quando ela estiver no fim eu aviso a vocês 😊❤.

Bom... E isso! ❣

Uma boa leitura! 📖📖📖 🍔🍟🍵

Um beijjjjooooo 😙😙😙😙

E até o próximo capítulo 🐓🍃

🐰🐰🐰🐰🐰🐰🐰 tchauuuuu 🐰🐰🐰🐰

🐰🐰🐰🐰🐰🐰🐰 tchauuuuu 🐰🐰🐰🐰

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O Amor É Uma Droga | JK .Onde histórias criam vida. Descubra agora