campeonato

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Minha mãe disse que esperaria meu pai chegar para conversarmos,  eu estava morrendo de medo,  quando minha mãe fazia isso coisa boa não era.

Meia hora depois meu pai chega, como sempre cansado e reclamando do serviço.

Pai - Oi amor - cumprimentou minha mãe - Oi filha - me deu um beijo na testa - Nossa to morto de cansaço,  hoje o dia foi puxado - se jogou no sofá.

Mãe - Precisamos ter uma conversa - falou seria.

Pai - Pode ser outra hora, eu to cansado demais pra brigar - reclamou.

Mãe - Não! Não pode,  tem que ser agora - deu uma olhada pro meu pai, que logo entendeu o recado.

Pai - Pois bem! , sobre o que você quer conversar? - se ajeitou no sofá.

Mãe -  e sobre sua filha - disse.

Eu?  O que tem eu?. Meu pai me olhou e depois pra minha mãe.

Mãe - Já faz um tempo que eu tenho a observado... - me olhou - E eu percebi que ela não está comendo  .de novo.

A expressão do meu pai mudou de curioso para preocupado.  Esse assunto de novo não.

Mãe - Eu to tentando faze-la comer mas não tá adiantando,  ela não me ouve - alterou a voz - Hoje mesmo eu levei o café na cama pra ela com tudo que ela gosta e mesmo assim ela não comeu nada.

Pai - E verdade isso filha? - Não disse nada, ele já sabia a resposta.

Mãe - Eu não sei mais o que fazer,  não consigo lidar com isso sozinha,  você vai ter que tomar uma atitude a respeito - minha mãe se sentou no sofá chorando.

Lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, ver minha mãe chorando por minha causa era a pior coisa do mundo. Não aguentei toda aquela situação, subi pro meu quarto, como eu sempre faço quando eles tem esse tipo de conversa.

Eu não me sentia nada doente, muito pelo contrário eu era saudável, isso não e bom? Não tinha porque eles se preocuparem tanto.

De cima ainda dava pra ouvir a conversa,  o que me fez ficar ainda mais indignada. Eu conseguia ouvir minha mãe discutindo com meu pai sobre o que eles iriam fazer comigo.

Mãe - Eu achei que ela afastando daquelas amigas dela tudo isso iria para - falava - mas to vendo que não.

Pai - Isso não tem nada a ver com as amigas dela - meu pai tentava convence-la.

Mãe - Como não? , você não viu como aquela amiga loura dela e?  É claro que ela influenciou minha filha - chorava - eu aposto que elas ainda mantêm contato... Já sei vou acabar com isso agora.

Pai - Para!  Pare com isso  você está ficando loca.

Mãe - Eu não sei mais o que fazer - disse aos prantos.

Fui tomar um banho pra tentar esquecer e não ouvir mais nada daquela conversa. Eu queria ficar lá pra sempre,  fugir de tudo e de todos, não causar mais dor a ninguém.

Com esses pensamentos na cabeça,  abri o box fui até a gaveta do espelho e retirei minha navalha de dentro da caixinha de Grampus.

Fazia tempo que eu não me cortava,  eu achava que tinha superado essa fase , mas sempre que algo de ruim acontecia a dor voltava e o melhor remédio que eu encontrava era a dor física.

Meus braços estavan todos cheios de marca,  se eu fizesse mais cortes neles com certeza ficariam mais notável. Mas nessa hora eu não me importava, o que eu mais queria era tirar essa dor do meu peito e me afogar nessa substância viciante que e o corte.

O Amor É Uma Droga | JK .Onde histórias criam vida. Descubra agora