O Maquinista

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 O sinico estava sorrindo e dividia esse sorriso comigo, isso é para me irritar?, Tudo bem, se vc quer assim Peeta, a enfermeira colocou no braço de Peeta um medidor de pressão, ela deslizou seus dedos ao longo dos bíceps do Peeta e finalmente colocando o aparelho. Me levantei passando as mãos no meu cabelo segurando um pouco mais, encostei na parede controlando a minha raiva, o padeiro ria da situação e resolvi pagar na mesma moeda, aproveitei que minha blusa era branca e um pouco mais fina, sai em direção ao banheiro do quarto do Peeta, me olhei no espelho que havia ali e respirei. Sai do banheiro e fui ao frigobar que havia ali e peguei uma garrafinha de água e parei encostada na parede de ferro. Meu olhar que estava baixo fez o possível para encontrar o olhar de Peeta, estava pronta. Dei um sorriso de lado e bebi a água lentamente ignorando a ideia de quebrar a nossa pequena troca de olhares. Passei um dos dedos em meus lábios limpando a gota de água que deixei cair de propósito afim de limpar, ainda sem quebrar nosso contato visual.

 Vi a garganta de Peeta ficar seca, o aparelho na mão da enfermeira estava exibindo o nível alto na pressão, preocupada ela colocou dois pinos do aparelho de coração e essa foi a minha chance. Nossos olhares estavam sincronizados, nenhum dos dois quebrava. Bebi o resto da água deixando cair de propósito na blusa branca fazendo a blusa mostrasse um pouco a borda do meu sutiã que era preto rendado, o formado de meus seios era evidente e assim permaneci parada em frente a ele sem quebra o contato visual. O coração de Peeta acelerava e eu sabia exatamente o porquê disso, a enfermeira entrou em desespero e sem notar nada do que acontecia ali, saiu correndo do quarto, e depois que já não ouvia os passos delas quebrei o silêncio. 

 — Tudo bem aí amor?! — fingi que não sabia de nada, estava rindo por dentro. 

 — Você está muito ousada senhorita Everdeen. — disse surpreso, no entanto no mesmo tom 

 — Eu não fiz nada — disse me aproximado de sua cama colocando meu rosto na sua frente , aproximando de seu ouvido — gosta do que vê senhor Mellark? — respondi jogando o que ele tinha me dito alguns minutos atrás. 

 Peeta baixou o olhar indo em direção a minha blusa encharcada pela água, sua respiração ficou pesada e sorri com isso. 

 — Que foi amor? — fiz bico — Você não parece está bem — peguei seu rosto e tomei seus lábios em um beijo avassalador

Novamente os passos, tenho certeza de que é  a enfermeira, opa! Mais uma pessoa. Passos pesados acho que é um homem, Haymitch provavelmente. Olhei Peeta que estava desconcertado e dei a ele mais um beijo indo em direção ao seu pescoço.

 — Shi! — coloquei o meu indicador em sua boca e susurrei — Converso com você mais tarde.

 Sai de perto dele indo direto ao banheiro, tiro minha blusa e a coloco no secador. Com as duas mãos pego a água e jogo no meu pescoço tentando relaxar, eu não acredito que fiz isso?, Sorri comigo mesmo. Com a blusa já seca a coloquei de volta e andei em direção ao quarto. Okay! Não era Haymitch e sim o maquinista do trem. Peeta estava sério quando viu os olhares dele sobre mim, me surpreendi quando o mesmo pega minha mão e a leva até seus lábios.

 — Olá, senhorita? — perguntou querendo saber o meu nome 

 — Everdeen! — respondi neutra — Não tinha te visto quando o senhor Mellark entrou. — disse com um olhar malicioso 

 — Oh! Sim, me perdi quando entrei no trem — disse sendo o mais educada possível 

— Poderia ter me chamado, seria um prazer te mostrar o trem e os melhores locais dele — disse mirando meu corpo de cima a baixo. 

 Olhei para o loiro e estava morrendo de raiva, fiz uma cara de suplica pedindo ajuda e o padeiro entendeu.

 — Amor venha aqui ajudar — o maquinista o mirou com desdém e assim sai de perto dele. 

 Sentia os seus olhos sobre mim mesmo estando de costas para ele. A enfermeira se afastou para pegar uma ingesão para aplicar em Peeta, e assim fingi virar ele e sussurrei um " Obrigada", o loiro sorriu e me deu um beijo na frente dele o que o fez ficar desconfortável.

 — Até mais Senhorita Everdeen, te vejo qualquer hora — disse sério 

 (...)

 Já era noite e estava largada na cadeira de Haymitch, olhei pro relógio e vi que era 1:57 da manhã. Fui até o vagão restaurante e me servi de leite e um algum tipo de doce com gotas de chocolate. Era uma mistura muito boa com o leite derretendo o doce em minha boca, arqueei a cabeça para trás pela mistura de sabores e no mesmo instante, fui jogada contra a mesa e assim o vi. O maquinista. Ele estava prensando seu corpo contra o meu, me senti enjoada seu cheiro era repugnante, era uma mistura de água ardente e outra coisa que não sabia diferenciar.

 — Me Sol... — não pude concluir ele tampou minha boca e começou a distribuir beijos em meu pescoço.

 Não podia falar, o som não saia. Mandava meu cérebro agir, o empurrava mas ele não saia e tive uma ideia, mordi sua mão, senti sangue sair dela e assim ele me soltou. Ele gritou e assim sai correndo, meu desespero que senti naquele dia da escola aumentou, corria sem parar até que cai no chão e lá estava ele novamente sobre meu corpo. 

 — Quieta!!!! — balançei meus braços batendo no chão com brutalidade — Me solta! Seu sujo — estava tremendo e chorando muito.

 Ele me virou de frente e pude ver a maldade ali estampada. Ele levantou minha blusa, deslizou suas mãos por toda extremidade do meu corpo e fiz o que meu cérebro mandou. O soquei no nariz e logo espirou sangue no meu rosto, tiro em cima do meu corpo e sai correndo, com minha mão limpei meu rosto que estava encharcado de sangue e lágrimas. Sem saber bati em alguém, o ser me pegou e eu comecei a surtar e assim reconheci a voz que estava me pedindo calma. Era Haymitch. Levantei o rosto e o vi assustado. 

 — O que houve com você Lindinha? — perguntou assutado

 Não conseguia falar, não da cena que acabei de vivenciar. De longe ouvi os passos do meu perseguidor e corri para abraçar Haymitch, o mesmo não entendeu o porquê apenas retribuiu e logo os olhos dele pairavam naquele nojento do maquinista, todo melado de sangue. 

Haymitch entendeu tudo e foi para cima dele. O maquinista recuou e disse que não ia mais acontecer. 

 — Ei cara!! Não fiz por mal — ele colocou suas mãos na frente de Haymitch— não vai acontecer 

 — Há! E não vai mesmo, agora mesmo vou cuidar para que você, seu lixo, para que não btrabalhe nunca mais na vida. — disse em fúria. 

 — Eu tenho família cara, não posso perder o emprego — disse suplicando 

 — Não vou fazer isso por conta de sua família, mas... — Haymitch parou para ver sua reação — vou informar o ocorrido para as autoridades da capital! Nunca mais chegue perto de Katniss ou você vai perder sua vida.

O maquinista recuou e concordou com a cabeça e saiu, Haymitch correu ao meu encontro e me levou para o meu quarto e lá me acalmou, me deu um comprimido e aguarrei no sono.





Continua?????

Notas da Autora:

E aí?

A que não podia amar - Jogos VorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora