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Hoje era o grande dia do meu irmão. E quando eu digo grande dia, não estou me referindo a casamento, mas sim a realização profissional. Enfim, meu amado irmão Leandro Lincoln iria inaugurar o seu escritório de advocacia no centro de São Paulo.

A LAM-Society tinha tudo para ser uma das mais importantes sociedade de advocacia de São Paulo, a qual tinha três principais advogados:
Meu irmão Leandro Lincoln;
Elisa Albuquerque, uma advogada muito competente e que já tinha seu nome conhecido por causa de seu pai, o famoso, poderoso e mega empresário Chavier Albuquerque. Mas, parece que Elisa não quer crescer nas sombras do pai e se uniu ao meu irmão na construção da LAM, eles estudaram anos atrás na mesma faculdade e hoje em dia eles estão meio que namorando escondido, acho que é só algo casual;
Além disso, tem um terceiro sócio que (óbvio) também é advogado, mas eu não sei quem é. Tudo o que sei é que ele é o ocupante da letra M da sigla LAM da empresa. E como disse o meu irmão (todo cheio de mistérios) quando eu indaguei quem era o tal advogado, hoje a noite eu ficarei sabendo quem é.

Eu sinceramente espero que o tal advogado seja um gato, afinal, eu fui convidada a trabalhar na empresa também, mas como eu sou formada publicidade, meu trabalho seria no setor que cuidaria da imagem da empresa para o crescimento dela. Teria que ser um trabalho cuidadoso para expor uma imagem conservadora e ética, mas sem exageros. Por isso, meu irmão confiou a mim essa missão.

Olhei para o espelho do meu closet admirando a maquiagem bem feita pela profissional do meu salão favorito. Meu cabelo estava em um rabo de cavalo elegante e ao mesmo tempo moderno. Escolhi um vestido longo com flores pretas e um decote nas costas. O evento precisava de elegância, mas eu não tinha o fardo da formalidade que os advogados levam nas costas. Ainda bem!

Não demoraria nada para que o Vicente viesse me buscar para chegarmos juntos no evento. Vicente Morais é meu "noivo" há dois anos. Nos conhecemos por acaso em um restaurante há quatro anos e nos tornamos amigos, mas ele sempre demonstrou que gostava de mim.

No início, eu só quis a amizade dele. Mas, depois que minha avó morreu, um pouco mais de dois anos atrás, não sei se foi porque eu estava emocionalmente abalada, eu lhe dei uma chance e começamos a namorar. Com o convívio, acabei me acostumando a ele e logo noivamos.

No entanto, há um ano, depois que ele ganhou visibilidade como colunista no jornal de São Paulo, sua safadeza aumentou. Vicente sempre foi muito galinha, mas escondia quando estava comigo. Se eu tinha ciúmes? Zero.

Na verdade, eu só estava a procura de um motivo para deixa-lo. Nosso relacionamento não é mais um relacionamento de verdade e só estamos juntos por uma questão de imagem. A midia ama um casalzinho e isso o ajuda no seu cargo.

Vicente vive me prometendo que ele vai sossegar e ficar comigo. Eu só estou com ele porque não tenho o que fazer. Nem para a cama vamos mais. E mais, como eu tenho um dedo muito podre para escolher homens para relacionamento, eu prefiro manter esse noivado de fachada. O diamante no meu dedo direito é ótimo para deixar os homens longe de mim.

Mas, confesso que só o meu brinquedinho movido a pilha não tem dado conta dos meus hormonios. Eu precisava de uma foda bem dada, mas eu não sou de sexo casual e as decepções com o sexo oposto me fazem querer distância de relacionamentos de verdade.

A campaínha do meu apartamento tocou e eu fui atender depois de pegar a bolsa clutch preta que estava sobre a minha cama.

_Uau! Meu amor, você está muito linda._ Vicente me puxou pela cintura e deu um beijo em meu rosto.

Vicente tinha quase 30 anos, era alto, moreno e tinha olhos azuis. Muito lindo. Nem as casadas resistiam em flertar descaradamente com ele e ele aproveitava muito bem disso. Acho que eu era uma das poucas mulheres que estava liberta dos seus encantos. Por onde ele passava, calcinhas eram molhadas. Pena que na hora do "finalmente", não era tudo isso. Pelo menos comigo não foi.

DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora