05.

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Fiquei totalmente sem graça por ter deitado em cima de Ruan pensando que era meu irmão. Mas, também, o que ele fazia ali na casa dos meu pais?

_Não precisa se desculpar._ ele disse ainda me fitando intensamente com aqueles olhos cor de mel que combinavam perfeitamente com seus cabelos e que eram tão doce quanto o seus lábios. Espantei esses pensamentos e resolvi dar a bronca no Leandro.

_Leandro, precisamos conversar._ eu disse com a mão na cintura, fingindo um controle que não era meu.

_Trabalho?_ ele me olhou por cima dos óculos de sol.

_Digamos que sim._ eu disse não querendo mencionar que era sobre o Ruan ser um dos meus patrões.

_Estou disponível somente segunda._ ele disse e levantou-se tirando os óculos._ agora é hora de diversão, maninha.

Leandro me pegou no colo como se eu fosse uma boneca e pulou na piscina. Quando voltei a superfície, tirei o cabelo do rosto e parti pra briga com meu irmão.

Eu não sabia nadar muito, e Leandro tinha uma vantagem sobre mim. Mesmo assim, eu acertei alguns golpes nele descontando minha raiva. Leandro nem parecia se importar e estava se divertindo com nossa brincadeira.

No final acabei sorrindo e deixando para lá. Não tinha o que fazer mesmo. Leandro nunca deixaria eu dar bronca nele, então resolvi esquecer disso por hoje e aproveitar o dia que estava maravilhoso.

Nadei até a beira da piscina onde tinha uma rampa que eu poderia alcançar o chão com os pés e sentei ficando submersa até a cintura. Leandro se aproximou, mas ficou na água.

Senti alguém se aproximar e sentar no meu lado. Eu não queria olhar porque eu sabia quem era. Eu perceberia que Ruan estava no mesmo ambiente que eu mesmo se eu estivesse vendada.

Leandro deu uma desculpa esfarrapada e nos deixou sozinhos.
Virei o rosto devagar para ver os olhos castanhos me fitando. Ruan deu um sorriso de lado.

_Acho que seremos colegas de trabalho, não é?_ A voz dele me acalmava.

_ Na verdade, acho que eu tenho três chefes._ eu não conseguia olhar diretamente para ele porque ele não tirava os olhos de mim e eu podia sentir que meu rosto estava ficando vermelho.

_Pensando por esse lado, você tem razão._ ele sorriu e ficou calado como se estivesse medindo as palavras._ sabe, Luísa, se vamos trabalhar no mesmo ambiente, acho ideal quebrarmos esse gelo entre nós.

Ele tinha razão. Independente de tudo que aconteceu entre nós, agora éramos profissionais.

_Concordo, Ruan. Acho isso fundamental._ sem saber o que falar, perguntei algo que eu realmente queria muito saber pelo carinho que eu tinha._ E a tia Carla, como vai? Tenho saudades dela.

_Ela está bem. Está morando em Campinas agora. Ela iria gostar de te ver. Posso te levar lá se quiser.

Mordi os lábios para segurar a resposta que me colocaria com Ruan dentro de um carro rumo a Campinas. Eu tinha muito carinho pela mãe dele e estava mesmo com saudades. Mas, eu precisava evitar uma reaproximação.

_Vamos marcar um dia._ era melhor eu ter dito não, mas eu não queria deixar ele desapontado e eu poderia muito bem pegar um táxi até a Campinas.

Ruan concordou com um movimento de cabeça, e eu abracei os joelhos para reprimir a vontade de tocar naqueles cabelos.

Ruan encarou minha mão e passou seu dedo suavemente pelos meus. Se ele soubesse o quanto esse toque me afetou ele não teria feito isso.

_Onde está seu anel?_ ele percebeu que eu estava sem meu anel de noivado e agora eu não sabia se eu dizia a verdade ou inventava alguma desculpa.

DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora