30-Ruan.

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Puxei o Nicolas pela camisa e o joguei no chão. Ele parecia bem habilidoso em desviar dos meus socos desajeitados, mesmo assim ele não me atingiu um golpe sequer.

Quando ele falou que Luísa estava em perigo eu não quis saber se ele era um assassino ou não eu só queria mata-lo. Ele fez alguma coisa contra a minha Luísa e ele iria para o inferno por isso.

Meu celular vibrou no bolso junto com a gritaria de Clarisse para que parássemos de rolar no chão. Levantei desistindo de golpear o Nicolas por causa que meu celular tocou e eu tinha esperanças que fosse a Luísa.

_Alô._ atendi com a voz ofegante sem olhar no visor para saber quem era._ Luísa?

_Ruan, sou eu a Elisa. Levaram a Luísa, Ruan.

O celular caiu da minha mão e eu fui para cima de Nicolas novamente.

_Seu desgraçado, onde está a minha mulher?_ puxei ele pela camisa e ele mostrou levantou as mãos em sinal de rendição.

_É isso que eu estou tentando falar para vocês dois, mas não colaboram. O Vicente está com a Luísa. Eu sei que sou a pessoa menos confiante agora, mas eu preciso que confiem em mim._ olhei para Clarisse e vi que ela estava falando com alguém no meu celular._ Ruan, eu amo a sua prima. Porra! Eu amo ela. Eu sou um fodido, um assassino, mas eu amo ela. Me deixa ajudar vocês, por favor. Eu sou o único meio que vocês tem para chegar até Luísa.

_Ruan, a Elisa está no apartamento da Luísa, vamos para lá._ ela olhou para o Nicolas e berrou com ele._ O que você ainda está fazendo aqui? VAI EMBORA!

Ele fechou os olhos e passou a mão na cabeça como se estivesse tentando se controlar. Eu precisava me acalmar também para agir da maneira correta e salvar a Luísa.

_Ele vai nos ajudar, Clarisse.

_Ficou doido Ruan? Ele foi pago para te matar.

_Se eu fosse matar ele, acha que ele ainda estava vivo?_ ele falou baixo para que os curiosos não escutassem._ Vamos sair daqui. Eu já disse que vou ajudar vocês.

_Vamos para o apartamento da Luísa._ eu puxei ele mais uma vez pela gola da camisa ficando cara a cara com ele._ Se isso for alguma trapaça sua, eu juro que mato você.

Entramos no meu carro e logo estacionei em frente ao prédio da Luísa. Quando íamos subir, o porteiro veio querer nos parar.

_Senhores, não podem subir sem o consentimento do proprietário do imóvel._ gargalhei sarcasticamente fechando os punhos para não da socos nele.

_Sequestraram minha mulher debaixo do nariz de vocês, seus imbecis. Sai da minha frente ou eu não respondo por mim.

Passamos pelo porteiro e subimos para o apartamento de Luísa. Elisa estava deitada no sofá com uma expressão de dor e eu lembrei que ela estava grávida.

_Ruan... Eu não sei o que aconteceu. Alguém me desmaiou e quando eu acordei eu não vi a Luísa em lugar nenhum... Ai._ ela se enrolou com uma careta de dor.

_Calma, Elisa. Clarisse liga para o Leandro do meu celular manda ele vir para cá agora.

_Ela está sangrando, Ruan._ A Clarisse sussurrou assustada pegando meu celular para começar a chamada.

_Vocês têm que ligar para o samu. Ela precisa de atendimento médico urgente._ Nicolas que estava calado se pronunciou.

_Faça isso, Clarisse._ puxei o Nicolas para longe das duas para que ele pudesse falar toda a verdade._ agora a conversa é entre nós dois.

_O Vicente me contratou para te assassinar. É isso, eu sou ou era um matador de aluguel. Eu me aproximei da Clarisse no começo para chegar até você. Mas..._ eu soltei uma respiração pesada me controlando para escutar tudo._ mas, eu me apaixonei por ela e abortei a missão. Eu jamais iria me perdoar se eu matasse alguém que ela ama.

_Sem rodeios. Eu quero saber da Luísa._ ordenei.

_Logo cedo, eu recebi uma chamada do Vicente dizendo que queria que eu te matasse hoje, eu segui a Clarisse para contar para ela a verdade, mas eu fiquei sem coragem. Então, depois recebi outra chamada de Vicente exigindo que eu executasse o serviço porque ele tinha "pego o que era dele" e que ele pretendia ir embora do país.

Dei um murro na parede e senti a dor aguda nos punhos.

_Eu disse para ele que eu topava e mandei uma foto de vocês dois no café para que ele esperasse pelo meu serviço antes de pegar o avião. Eu prometi que levaria o seu corpo na mala do carro e ele faria o meu pagamento.

_E como vamos saber onde ele está?

_Eu vou ligar para ele agora, na tua frente, e vou dizer que já executei o serviço, assim ele vai me passar endereço.

_Liga agora._ ele concordou e pegou o celular.

Andei de um lado para o outro até escutar a voz de Vicente do outro lado linha pelo viva voz do celular de Nicolas.

_Serviço concluído. Quero meu dinheiro._ Nicolas falou com a voz firme.

_Pode passar o número da conta, mas antes eu quero provas._ o desgraçado do Vicente falou e mordi a língua para não falar nada.

_Ta me tirando, é? Quando tu me procurou tu sabia com que tipo de gente tu estava se metendo. Não tem prova nenhuma, caralho. Comigo é assim: eu te levo o pacote e tu me dá o meu, dinheiro vivo.

_Tudo bem._ escutei alguns gritos abafados e vi que era de Luísa._ Vou te passar o local. Esteja lá no horário combinado.

Vicente passou o endereço para o Nicolas e eu fui verificar a Elisa. Leandro entrou pela porta desesperado.

_Leva sua mulher para o hospital, Leandro.

_E a Luísa?_ ele perguntou assustado.

_Eu vou busca-la. Eu juro pela minha vida que eu vou traze-la de volta. Agora corre, vai salvar tua mulher e teu filho.

Ele concordou e saiu com a Elisa no colo. O Nicolas estava falando no celular quando me aproximei.

_Isso mesmo... Ele é um imbecil, não acredito nem que tenha uma arma de verdade... Certo, Henrique conto com sua ajuda... OK._ ele desligou o celular e me encarou._ Vamos? Eu pedi reforço policial para um amigo.

_Vamos.

Saímos do apartamento de Luísa e fomos para o carro. Clarisse estava na calçada na frente do prédio e o carro do samu estava saindo.

_Clarisse, fique aqui e avise os pais de Luísa, por favor._ pedi.

_EU VOU COM VOCÊS!_ ela disse estressada.

_De jeito nenhum!_ eu e Nicolas falamos juntos. Ele queria proteger ela também, então acho que ele realmente gosta da minha irmã.

Ela olhou para nós e entrou no carro. Bufei com a teimosia dela e joguei as chaves para o Nicolas.

Entramos no carro e Nicolas começou a dirigir até um local onde alugavam jatos para viagens nacionais e internacionais.

_A polícia vai estar esperando nas proximidades, eu já falei com o meu ex colega de trabalho.

_Bem que eles podiam levar você preso também._ Clarisse falou e Nicolas apertou o volante.

_Primeiro, que você nem deveria está aqui. E se tiver troca de tiros? E uma bala atingir você?_ Nicolas falou com a voz um pouco alterada.

_Isso não fará diferença para você, não é mesmo?_ Clarisse atacou ele com palavras e eles ficaram se alfinetando a viagem inteira.

Fechei os olhos e encostei a cabeça no vidro para ignorar a briga dos dois. Eu só pensava na minha flor de jasmim, na minha Luísa. Eu estava disposto a correr todos os riscos para ter minha pequena nos meus braços. Eu daria minha vida para manter ela a salvo.

DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora