DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO)

07.

Quando Ruan limpou o sorvete da minha boca e chupou os dedos me olhando com a cara mais pervertida do mundo, a vontade que eu tive foi de levantar da minha cadeira, pular no colo dele e deixar que ele provasse mais de mim.

Olhei para ele pesando a minha vontade e o que eu deveria fazer. Levantei da cadeira e ele continuou me encarando.

_Acho que nossa reunião acabou. Desculpa, não posso ficar, ainda tenho que encontrar a Elisa._ eu disse puxando algumas notas da minha carteira que seriam suficientes para pagar pelo meu almoço.

_Pode guardar isso._ ele falou com frieza._ eu pago pelo almoço. Quem convidou foi eu.

_Nem meu pai paga pelas minhas coisas, Ruan._ joguei o dinheiro na mesa. Dei um beijo de despedida em seu rosto só para sentir um pouco mais do seu cheiro. Eu lembraria daquele perfume mais tarde quando eu fosse brincar com meu vibrador._ Tenha uma boa tarde.

Saí andando com elegância pelo restaurante, mas só eu sabia o quanto minhas pernas estavam bambas. Quando saí do restaurante, recebendo o calor das ruas de São Paulo, andei com mais pressa até a esquina. Só lá eu parei, colocando a mão nos joelhos e respirando pesado.

Peguei o celular da Bolsa e disquei o número de Elisa. Alguns toques depois ela atendeu.

_Oi, Elisa. Como você está?

_Não estava muito bem pela manhã, mas agora estou indo para a empresa._ ela respondeu.

_Tem um tempo para mim? Preciso anotar algumas coisas sobre você.

_Claro! Me espera na minha sala.

_Eu também não estou na empresa, mas já vou chegar._ eu disse chamando um táxi que passou.

_ OK, Luísa. Te vejo lá.

Quando cheguei na empresa fui passando para o escritório de Elisa e só sairia de lá para ir embora. Eu não queria ter que esbarrar com Ruan pelos corredores.

Não demorou para que a Elisa chegasse. Nos cumprimentamos com beijo no rosto e entramos na sua sala. Era parecida com a sala do Leandro mas tinha um toque mais feminino.

_Fica a vontade, Luísa._ ela disse enquanto sentava no sofá.

Percebi que seus pensamentos estavam longe mesmo conversando comigo.

_Não quero soar intrometida, mas você tem certeza que está bem?

_Vai ficar melhor. Me desculpe, é estranho conversar sobre isso com a irmã do meu problema._ eu sorri._ Mas, eu gosto de você como amiga, Luísa.

_Sabe que eu estou aqui se precisar, né?_ eu segurei em sua mão. Ela apertou minha mão e sorriu.

_Você sabe que eu e Leandro estamos "nos pegando" sem compromisso, né?_ eu sacudi a cabeça que sim._ Eu caí na besteira de gostar dele.

_Não vejo nada de mal nisso.

_Eu sei é só que fui eu quem propôs a ele que não tivéssemos compromisso. Mas..._ ela pausou.

_Seu coração não entendeu dessa forma._ eu concluí.

_Exatamente. Então, ontem acabamos brigando porque ele notou que eu estava diferente com ele e eu não quis conversar. Por isso, não vim pela manhã para a empresa.

_Ele me disse que você estava indisposta._ comentei.

_Eu estava. Acho que foi pela nossa briga._ ela desabou no sofá respirando fundo._ eu estou tão confusa.

_Somos duas._ eu confessei relaxando no sofá.

_Ei, me conta essa sua história com o Ruan._ ela perguntou animada.