29- Ruan.

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A semana foi tensa para mim. Descobri que Vicente estava na cola de Luísa e invadiu seu apartamento o que me deixou louco. Eu nunca poderia imaginar e nem deixar que alguém fizesse mal para a minha flor de jasmim.

A melhor parte disso, num ponto de vista positivo, é que eu consegui fazer Luísa fazer uma pequena mas importante mudança para o meu apartamento. Ela insistia que queria ter sua própria casa, mas no fim aceitou ficar comigo em casa.

Além de querer achar esse maluco do ex noivo dela, eu quero achar uma casa para mim e Luísa, um cantinho para chamar de nosso lar onde vamos encher de filhotes e passar, pelo menos, os primeiros anos da nossa vida de casados. Sim, tudo que eu tenho pensado ultimamente é em casar com a Luísa só não fiz o pedido ainda porque tenho medo de assusta-la e ela recusar por achar "cedo demais".

Depois de resolver uma pilha de papeladas da LAM junto com o Leandro, encerramos o expediente da sexta e eu já estava pronto para curtir meu final de semana com a Luísa e como seus dias "vermelhos" haviam passado, eu ia aproveitar e muito.

Eu ia ligar para Luísa para saber se ela já estava livre para que eu fosse buscar ela na empresa, pois eu não confiava nem em taxista para traze-la segura a mim, quando recebi uma ligação de Clarisse.

_Oi, maninha! Tudo bem?_ atendi e escutei uma respiração alterada do outro lado da linha.

_Ruan... Eu preciso falar com você._ sua voz estava chorosa e eu fiquei preocupado._ eu preciso te contar umas coisas e escutar os teus conselhos. Você tem tempo?

_Claro que sim, Clarisse. Mas, me diga logo sobre o que se trata._ falei com a voz mais calma do mundo para esconder meu nervosismo.

_Lembra que eu te falei outro dia que eu conheci uma pessoa?_ concordei ao lembrar da Clarisse ter mencionado que havia conhecido alguém numa das suas apresentações no bar que ela trabalha._ Então, ele sumiu sem dizer nada. Mas, vou te contar tudo quando conversarmos.

_Ah, Clarisse. Só não deixa eu saber quem é esse idiota senão eu vou quebrar ele._ ela riu do outro lado da linha da minha ameaça.

_Eu já estou acostumada com a rejeição das pessoas, Ruan. Eu só quero conversar mesmo.

_Ei, pode parar com isso. Quantas vezes eu já te disse que não tem nada de errado com você? As pessoas é que são umas idiotas, minha irmã. E pessoas idiotas não merecem ter você na vida delas. Vou ligar para Luísa e passo para buscar você, tá bom?

_Claro. Vou te esperar. Mas, se quiser, passa o endereço da onde a gente vai que eu vou até lá.

Liguei para Luísa e ela me tranquilizou que ficaria bem e que me encontraria no café depois da reunião com o Chavier. Eu sei que não tinha problema nenhum dela pegar um táxi e ir para casa sozinha, mas esses dias meu coração estava apertado com medo de deixa-la sozinha. Eu não iria sossegar enquanto essa situação com esse ex dela não ficasse resolvida.

Fui até o meu apartamento, tomei um banho, e fui para o café que ficava próximo do apartamento de Luísa. Como eu havia passado o endereço do café para a Clarisse, ela já estava me esperando lá.

Entrei e avistei Clarisse sentada em uma mesa. Analisei sua fisionomia e ela me pareceu estar bem, mas o sorriso que ela me deu ao me ver foi um pouco triste. Eu sabia que ela ia passar por mais essa, eu já tinha visto a Clarisse bem pior.

_Oi, maninha._ ela me deu um abraço apertado._ Pode colocar tudo para fora.

_Ai, Ruan, você não existe!_ ela sorriu._Já estou me sentindo melhor só com a sua presença.

_Olha só me sinto honrado. Mas, pode me contar tudo que eu já quero quebrar a cara do idiota.

_ Foi tudo uma grande ilusão minha. Eu conheci o Nicolas numa noite no bar e ele se aproximou de mim. Ele passou a ir me ver quase todos os dias e nos aproximamos bastante em poucos dias. Eu pensava que ele era diferente, eu me sentia diferente perto dele, sabe?_ concordei com um aceno de cabeça para que ela continuasse a falar sem interrupções._ Mas, ontem ele me ligou dizendo que não podia mas me ver que ele não era bom para mim e todo aquele papo de homem que quer se sair. O pior de tudo é que eu acho que acabei me apaixonando por ele. Ruan, eu sou uma completa idiota, não sou?

_Não mesmo. Você tem um coração maravilhoso, Clarisse. Você tem pureza dentro de sí mesmo machucada._ fiz uma pausa sem saber como fazer uma pergunta que estava me corroendo._ Vocês... Er... Vocês fize...

A risada de Clarisse interrompeu minha pergunta ainda não terminada.

_Não. Nós não fizemos sexo. Mas, quase aconteceu._ ela ficou com o rosto vermelho._ Ai, Ruan, esses dias foram tão alegres. Eu deixei que ele entrasse na minha vida, mas ele não fez o mesmo, pareceu que tinha coisas a esconder.

_E como você se apaixonou por alguém assim, maninha? Você é mesmo uma caçadora de problemas._ Clarisse sorriu quando eu fiz ela lembrar de como eu chamava ela nossa adolescência.

_Sou mesmo._ ela riu mais um pouco._ Mas, eu só te contei os problemas. Quando eu estava com o Nicolas, apesar de tudo, ele parecia querer cuidar de mim, me proteger. Eu acabei gostando disso. Foram as atitudes boas dele comigo que me deixaram tão abalada por ele.

Clarisse continuou me contando mais detalhes sobre esse Nicolas e eu escutei tudo o que ela tinha para falar. Clarisse já foi muito de guardar os sentimentos para sí e isso machucava ela então combinamos que eu sempre a escutaria quando ela tivesse sentindo alguma coisa, assim ela colocava tudo para fora com alguém que ela confiava de verdade.

_Clarisse._ uma voz masculina chamou nossa atenção e minha prima ficou pálida._ eu quero falar com você.

Um cara de olhos azuis e expressão séria encarava minha prima com tristeza nos olhos. Eu queria mesmo era derruba-lo no chão e mandar ele se foder, mas deixei que minha prima resolvesse isso primeiro para depois eu quebrar ele.

_Eu vou deixar vocês aqui enquanto vou fazer uma ligação._ olhei para o relógio e vi que já estava tarde e nada da Luísa ligar para mim._ volto logo._ falei para Clarisse e encarei o cara antes de deixa-los sozinhos.

Paguei nossa conta e saí do café para tentar ligar para Luísa, mas só dava caixa na postal. Comecei a ficar agoniado porque a reunião com o Chavier não demoraria tanto assim, mas tentei me controlar porque ela iria apresentar uma campanha então preferi pensar que isso demorava mesmo.

Andei de um lado para o outro na rua e tentei mais uma vez, mas sem sucesso. Minha mão estava tremendo e eu sabia tinha algo errado. Entrei no café para buscar minha prima e a cena que eu vi fez eu ficar ainda mais nervoso.

Clarisse passou por mim me puxando para fora do café com os olhos cheios de lágrimas. Resisti ao seu puxão para olhar o Nicolas que vinha logo atrás de nós com o semblante abatido.

_Clarisse, por favor, me escuta. Ainda não acabei, você precisa me ouvir e eu prometo que nunca mais vai me ver._ ele pediu quando se aproximou.

_Vamos embora, Ruan._ ela continuou me puxando._ Sai daqui seu assassino.

_Espera, vocês dois. O que está acontecendo?_ falei alto encarando os dois. Minha prima estava em pânico.

_O Nicolas é um contratado do ex da Luísa para matar você, Ruan._ parece que a alma deixou meu corpo por uns instantes._ Sai daqui, Nicolas.

_Vocês precisam me escutar. Ruan..._ ele me encarou desesperado e eu olhei para ele sem conseguir dizer uma palavra sequer._ Pelo amor que você tem pela tua namorada, me escuta. A Luísa está em perigo, vocês precisam acreditar em mim.

DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora