Epílogo.

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Três meses haviam se passado e hoje era o dia do meu casamento. Minha mãe andava de um lado para o outro conversando com a Tia Carla, mãe de Ruan, sobre a organização da festa.

Alugamos um espaço que tinha um enorme jardim e uma grande casa com vários quartos para acomodar os convidados mais íntimos. Eu dormi aqui ontem junto com Elisa, Clarisse, tia Carla e sua esposa Carmem, e mais algumas amigas que eu fiz na empresa do Albuquerque. É claro que elas fizeram minha despedida de solteiro que mais pareceu uma festa do pijama, mas foi muito legal.

Eu não via Ruan fazia três dias, pois foi uma das ideias malucas da minha mãe que disse que aumentaria nossa saudade. Ele quase surtou quando soube que ficaríamos distantes por três dias e eu quase surtei quando Leandro disse que levaria ele há dois dias para a despedida de solteiro dele.

Pelo que minha mãe deixou escapar, os homens foram para um sítio e ela garantiu que não havia mulheres envolvidas na festa deles, apenas anzóis e peixes. Eles já estavam aqui para o casamento, mas minha mãe não deixou nenhum homem chegar perto do quarto.

O casamento seria pela manhã no grande jardim e tudo estava ficava muito lindo. Além do meu nervosismo que estava a mil.

Elisa e Leandro haviam se casado fazia um mês em uma cerimônia simples e reservada. Eles seriam os padrinhos de Ruan, e os meus seriam o Tadeu e seu marido Henrique, do qual me aproximei bastante após o incidente com o Vicente. Clarisse iria cantar a música que ela cantava no bar quando Ruan me pediu em namoro meses atrás e essa seria a minha entrada.

Elisa e Clarisse se aproximaram com vestidos da mesma cor em um azul acinzentado. Clarisse tinha os cabelos presos em um coque que derramavam alguns cachos. Elisa tinha os cabelos soltos e a elevação marcada pelo vestido exibia uma barriga linda, meu sobrinho estava lá dentro crescendo forte e saudável.

_Você está linda, Luísa._ Elisa falou me admirando e Clarisse me puxou para que eu pudesse me olhar no espelho.

_Maravilhosa._ Clarisse bateu palmas.

Admirei meu reflexo no espelho. Meus cabelos estavam semipresos com uma pequena tiara no topo. O vestido era bordado, de alças e com um grande decote em v que deixavam minhas costas a mostra. Passei a mão sentido a textura do tecido que ia apertado até o quadril mas logo abria em uma saia esvoaçante. Passei a mão pelo meu ventre e dei um sorrisinho.

_Meninas, acho bom vocês irem para os seus lugares._ minha mãe ordenou e elas foram embora do quarto depois de me darem um beijo no rosto._ Ah! Minha menina. Você está tão linda. Uh! Não posso chorar.

_Ai, mãe. Obrigada por tudo._ senti minha voz embargar, eu estava muito emotiva ultimamente.

Conversamos um pouco até que meu pai apareceu na porta. Minha mãe me deixou sozinha com ele depois de me desejar boa sorte.

_Minha menininha, está pronta?_ sacudi a cabeça concordando._ Então, vamos.

_Me segura, pai. Eu não quero cair e minhas pernas estão tremendo._ demos risada e isso ajudou o nó em minha garganta dar uma trégua.

_Papai está aqui, tá bom. Eu vou sempre segurar você._ era uma das frases que ele sempre falava para mim.

Quando chegamos no enorme jardim, a música que Clarisse tocou no piano e cantou junto com um amigo invadiu e todos viraram para olhar para mim. Meus olhos foram imediatamente para o Ruan que estava me esperando no altar com um sorriso largo. Ele estava lindo em seu terno cinza e tive vontade de apressar o passo pela saudade que eu estava dele, sorte que meu pai me segurou e me conduziu em passos treinados.

Flores brancas, azuis e cremes estavam arrumadas em arranjos decorando o caminho que levava até o altar. Cadeiras de madeira estavam organizadas em fileiras do lado direito e esquerdo onde os convidados estavam sentados. E uma tenda ornamentada com tecidos azuis e flores brancas enfeitavam o altar que ficava em frente a uma grande piscina.

Meu pai me levou até o Ruan que me recebeu com um beijo na testa. Pude sentir que suas mãos estavam tremendo assim como o meu coração estava acelerado.

_Linda, meu amor._ ele sussurrou e eu sorri.

_Você também está lindo, baby._ seus olhos cor de mel me acalmaram como sempre.

Elisa que estava do lado do meu irmão pegou meu buquê, dei um sorriso em cumprimento para o Tadeu e o Henrique.

Demos atenção ao longo discurso de cerimônia do juiz de paz até que chegou a hora da troca de alianças e da troca dos votos. O tão aguardado momento do "pode beijar a noiva" finalmente chegou e fez uma lágrima escorrer do olho de Ruan, a essa altura eu já devia estar com o rosto todo banhado também.

Ruan beijou meus lábios e Clarisse começou a tocar outra música no piano. Eu sempre ficava abalada com seus beijos e cheguei a conclusão que isso seria assim para sempre.

_Eu te amo, meu jasmim._Ruan falou nos meus lábios.

_Eu te amo mais, baby.

Saímos de braços dados e eu olhei em volta reconhecendo alguns rostos que eu ainda não havia reparado. Uma chuva de arroz foi despejado sobre nós enquanto íamos para o salão onde aconteceria a festa e seria servido o almoço.

Numa das últimas cadeiras vi um rosto familiar. Era o Nicolas, ele nos deu um sorriso discreto e sem entender muito retribui. Olhei para Ruan e o questionei silenciosamente.

_Acho que eles merecem uma chance._ ele falou baixinho e eu concordei. Apesar de tudo, Nicolas foi de grande ajuda e eu sabia que Clarisse ainda gostava dele, mas ela iria quer matar o Ruan quando soubesse da armação dele.

Fomos para o salão, tiramos fotos, dançamos e almoçamos. Fui para o quarto trocar o vestido longo por um azul mais curto, averiguei se minhas coisas estavam todas na mala e deixei que levassem minhas bagagens para o carro. Iríamos primeiro para uma pousada e lá eu faria uma surpresa para o Ruan.

Quando chegamos no nosso quarto na pousada já eram quase seis da tarde, Ruan me despiu devagar assim como eu tirei toda a roupa dele. Estávamos tão ansiosos em tomar o corpo um do outro que fizemos isso imediatamente matando a saudade dos três dias que ficamos longe um do outro.

_Ah! Que saudade que eu estava de você, meu amor._ ele falou entrelaçado nossas mãos esquerdas onde estavam nossas alianças.

_Agora estamos unidos para sempre._ eu beijei seus lábios.

_Para sempre, Srª Marques.

_Vamos tomar banho? Quero cuidar do meu marido debaixo do chuveiro._ ele me deu um sorriso safado e me carregou até o banheiro.

Fizemos um sexo mais violento dessa vez na banheira e agora eu estava um pouco sonolenta, mas eu precisava fazer a surpresa dele. Uma batida na porta me fez dar um pulo, era a minha encomenda para a surpresa que eu faria para o Ruan.

Abri a porta e peguei o pequeno pacote com o funcionário da pousada. Eu estava levando até a cama quando Ruan saiu do banheiro enrolado numa toalha.

_O que é isso, amor?_ ele perguntou e eu mordi o lábio para esconder um sorriso.

_Um presente._ ele me olhou desconfiado e e segurei a vontade de rir._ é um presente meu para você.

_Para mim?_ ele se aproximou e pegou a pequena caixa. Desfez o laço vermelho olhando para mim e seu olhar congelou me deixando aflita quando ele viu o conteúdo da caixa._Luísa... É isso mesmo que eu estou pensando?

_Sim, meu amor._ ele segurou com cuidado os delicados sapatinhos de tricô branco._ Eu estou esperando um filho nosso. Nossa família começou a aumentar.

_Meu Deus, Luísa._ ele me deu um abraço forte e um beijo._ eu sou o homem mais sortudo do mundo.

_E eu sou a mulher mais abençoada do mundo._ ele beijou minha barriga por cima da toalha que eu estava enrolada._ Eu amo você, Ruan.

_Eu amo vocês. Muito. Demais. Você me faz muito feliz.

Fechei os olhos e agradeci a Deus por ele ter me abençoado tanto. Não era um final, mas o início de uma etapa muito feliz das nossas vidas.

DE VOLTA PARA MIM. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora